Bem-estar

Ervas medicinais: um conhecimento milenar no tratamento de doenças modernas

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Atualizado em 30.06.23

Começou como tradição em pequenas comunidades e se espalhou pelo mundo em forma de conhecimento popular. O poder das ervas medicinais também chamou a atenção da ciência. Há várias plantas que podem ser usadas em chás, incensos naturais, cosméticos etc. Nesta matéria, Marcela Araújo, autora do livro Fitoterapia Aplicada à Nutrição, fala sobre o assunto, explicando os benefícios e o modo de usar as folhas, raízes e sementes.

O que são as ervas medicinais?

Ervas medicinais são plantas, ou parte delas, que contêm substâncias terapêuticas, explica Marcela Araújo, nutricionista clínica e esportiva, especialista em fitoterapia, da clínica Prime Sculp (Grupo Health Sculp). Elas são capazes de tratar, aliviar e prevenir enfermidades.

O uso das ervas é popularmente propagado por meio dos calmantes naturais, chás digestivos e rotinas de skincare. Além disso, as propriedades medicinais das plantas são objetos de estudo da fitoterapia, que utiliza folhas, raízes, sementes e frutos, bem como óleos e extratos em tratamentos menos agressivos aos pacientes.

Segundo Marcela, a ingestão das ervas medicinais possui benefícios comprovados. Entretanto, é necessário conhecer as propriedades da planta utilizada. Além disso, vale destacar que o medicamento natural não descarta um acompanhamento médico, inclusive o uso errado pode desencadear efeitos colaterais.

Como usar as ervas medicinais?

As ervas medicinais são muito usadas no preparo de remédios caseiros, principalmente em infusões com água fervente. Entretanto, para serem comercializadas, elas devem ser “embaladas secas, identificadas pelo nome botânico em farmácias e ervanarias e, como não são regulamentadas como medicamentos, não podem ter alegações terapêuticas ou medicinais”, aponta a cartilha da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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A nomenclatura botânica é essencial para evitar confusões causadas pelos nomes populares, pois eles variam de acordo com a região e são comumente associados a mais de uma erva. Assim, sucos, xaropes, compressas, cataplasma, garrafada medicinal, banhos, inalação e gargarejo podem ser utilizados no dia a dia, informa a nutricionista. Para o preparo, é preciso observar a parte da planta indicada, como caules, folhas, raízes ou flores.

Marcela Araújo adverte para o consumo indiscriminado das ervas. “As plantas medicinais podem provocar interações com outras plantas ou com medicamentos alopáticos. O acúmulo de substâncias ativas – por mistura ou indicações terapêuticas semelhantes, sem nenhum conhecimento e comprovação científica das mesmas – gera risco de intoxicações variadas, desde uma simples dermatite até a morte”.

10 ervas medicinais e seus benefícios para a saúde

Provavelmente, você já usou várias ervas medicinais, seja no famoso chá de camomila, no tempero da alimentação ou em um cosmético. Abaixo, Marcela Araújo explica as propriedades terapêuticas das plantas que estão presentes no dia a dia. Acompanhe!

Gengibre (Zingiber officinale)

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O maior combatente de gripes e resfriados. O gengibre é uma raiz muito usada em chás anti-inflamatórios. Seu consumo ajuda a aliviar náuseas, dores de garganta e rouquidão. É eficiente também contra a artrite, reumatismo e entorses – como apontam estudos recentes.

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O gengibre também é termogênico, portanto aumenta o metabolismo, auxiliando na queima de gordura. Você pode beber o chá de gengibre, temperar saladas ou preparar sucos. Já na aromaterapia, o óleo essencial estimula a mente e alivia dores de estômago.

Camomila (Matricaria recutita L. Rauschert)

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A camomila é muito consumida em forma de chá para ansiedade. Além disso, a flor atua como relaxante muscular natural, aliviando cólicas menstruais e contribuindo para uma boa noite de sono. Na aromaterapia, o óleo essencial mantém as mesmas propriedades terapêuticas do chá.

O chá gelado é indicado para suavizar olheiras e irritações na pele, desinchando e cicatrizando as áreas. Para os olhos, é indicado uma compressa. Para o resto do corpo, basta passar na região irritada. Ele é um ótimo aliado na rotina de skincare feita com cosméticos naturais.

Melissa (Melissa officinalis L.)

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A planta também é conhecida como erva-cidreira e cidreira-verdadeira. O chá de melissa “atua no sistema nervoso central com efeito ansiolítico e sedativo leve”, afirma a nutricionista. No entanto, ele é contraindicado para pessoas com hipotereoidismo e crianças menores de 12 anos. Utilize as folhas no preparo de sucos refrescantes.

Alecrim (Salvia rosmarinus)

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Segundo Marcela, na alimentação, o alecrim age contra a indigestão, cólicas, gases e transtornos hepáticos. Já o óleo de alecrim possui ação antioxidante, antisséptica, anti-inflamatória e cicatrizante. Você pode usar os raminhos como tempero e na decoração de drinks. O chá é feito por meio de infusão e não é indicado para gestantes, bem como para pessoas com histórico de convulsões e gastroenterites.

Erva-doce (Pimpinella anisum L.)

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Ela tem vários nomes: erva-doce, anis, anis-verde e pimpinela-branca. A nutricionista indica o chá de erva-doce para os mesmos desconfortos tratados pelo alecrim. A planta também age contra perda de apetite, resfriado, tosse, febre e bronquite.

Os benefícios da erva-doce podem ser aproveitados em chás feitos com os frutos secos e amassados. As folhas contêm as mesmas substâncias, porém conferem um gosto mais suave e menos aromático.

Cavalinha (Equisetum arvense L.)

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Marcela explica que o chá de cavalinha é um potente diurético. Além disso, segundo pesquisas, a planta possui ação antioxidante, antibacteriana e anti-inflamatória. Também é possível usá-la para o tratamento de unhas quebradiças, diabetes e osteoporose devido a sua ação remineralizadora e alto teor de sílica.

Dente-de-leão (Taraxacum officinale Weber)

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O dente-de-leão também resulta em um chá diurético. A erva colabora para a redução do colesterol HDL e protege contra doenças hepáticas e reumáticas. Além disso, suas flores possuem ação antifúngica e antibacteriana. Atualmente, pesquisadores avaliam o uso do extrato da planta no tratamento do câncer de mama.

Chá Verde (Camellia sinensis)

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Como explica a nutricionista, o chá verde possui efeito estimulante, metabólico e antiestresse. Dentre seus benefícios, estão o controle do peso, redução dos riscos de doenças cardiovasculares e neurológicas, bem como ação contra o envelhecimento da pele – aponta esta pesquisa. Outro estudo afirma que a ingestão de cápsulas de chá verde complementam o tratamento de verrugas genitais.

Erva-mate (Ilex paraguariensis)

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Ingrediente principal do chimarrão e do tererê, a erva-mate possui potencial metabólico e estimulante. Além disso, é antioxidante, anti-inflamatória e ajuda a prevenir problemas cardiovasculares e neurológicas. Ela também controla o peso, agindo principalmente sobre o acúmulo de gordura abdominal, segundo este estudo.

Guaraná (Paullinia cupana Kunth)

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O guaraná em pó também é estimulante e metabólico. A erva afrodisíaca fornece energia, reduzindo a fadiga e o estresse. Ainda, melhora o humor e as crises de enxaqueca devido a ação ansiolítica e antidepressiva presentes em sua composição. É comumente usado como suplemento, em cápsula ou em pó, podendo ser consumido diretamente em refeições ou em bebidas.

Como você pode ver, as propriedades terapêuticas das plantas são aproveitadas de diversas formas. Além de consumir chás e temperos, você pode incluir um banhos de ervas na sua rotina para melhor a sua noite de sono, bem como diminuir a tensão corporal. Aproveite todos os benefícios das ervas medicinais para melhorar a sua qualidade de vida e cuidar da saúde.

Comunicadora, voluntária e empreendedora. Apaixonada por moda, leitura e horóscopos. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela PUC-Rio, com domínio adicional em empreendedorismo.