Bem-estar

Descubra se grávida pode tomar café e saiba mais sobre o assunto

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Atualizado em 04.07.22

A gestação é naturalmente uma fase de dúvidas para muitas mulheres, sobre o que podem ou não podem consumir nesse período, por exemplo. E um questionamento comum nesse sentido é se grávida pode tomar café ou não. Confira abaixo a resposta para essa questão, veja possíveis riscos do consumo inadequado e conheça outras bebidas e alimentos que contêm cafeína.

Índice do conteúdo:

Grávida pode tomar café?

A ginecologista e obstetra Karina Tafner (CRM-SP 118066), especialista em Endocrinologia Ginecológica e Reprodução Humana e em Reprodução Assistida, responde que sim, gestantes podem tomar café, mas a ingestão de cafeína deve ser limitada. Após décadas de discussão e estudos conflitantes, ainda não há uma resposta clara sobre a quantidade de cafeína segura durante a gravidez.

“O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) aconselha as mulheres grávidas a limitarem sua ingestão de cafeína a menos de 200 miligramas por dia, o que é equivalente a cerca de 1 a 2 xícaras (240 a 580 ml) de café”, explica. É essencial que a gestante siga as orientações do ginecologista que está acompanhando sua gravidez e saiba que não deve abusar do consumo de café nessa fase.

Riscos do consumo inadequado de café na gestação

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O consumo moderado, desde que liberado e orientado pelo médico que já acompanha a gestação, não tende a gerar problemas. A atenção fica para um consumo excessivo da bebida nessa fase.

Possíveis problemas para o bebê

Quando você toma uma xícara de café, a cafeína atravessa a placenta e vai para a corrente sanguínea do bebê. “Após a ingestão, seu corpo trabalha e metaboliza a cafeína, mas o corpo do bebê ainda está se desenvolvendo e leva muito mais tempo para processá-la. Como resultado, seu bebê é exposto aos efeitos da cafeína por muito mais tempo do que você”, explica Karina.

“Os pesquisadores continuam tentando identificar o efeito exato das doses de cafeína no seu bebê e na gravidez. O ACOG relata que a ingestão moderada de cafeína (menos de 200 mg) não é considerada causa de aborto espontâneo ou parto prematuro. Nenhuma evidência foi encontrada entre o uso de cafeína e defeitos congênitos”, destaca a ginecologista.

Mas, conforme comenta Karina, outros estudos sobre o tema sugerem que mesmo a baixa ingestão de cafeína pode resultar em baixo peso do bebê ao nascer. “Um, dentre esses estudos, constatou que baixas doses de cafeína, de 50 a 149 mg por dia durante a gravidez, estão associadas a um risco 13% maior de baixo peso ao nascer”, diz.

Possíveis problemas para a gestante

Além disso, o consumo inadequado pode trazer prejuízos diretos à gestante. “A cafeína é um estimulante e pode aumentar a frequência cardíaca e pressão arterial, além de aumentar o nervosismo e a ansiedade e causar insônia. Pode também levar a quadros de azia e diarreia”, destaca Karina. “A cafeína também aumenta a frequência da micção. Isso pode causar uma redução nos níveis de fluidos corporais e levar à desidratação”, acrescenta.

Ainda, a capacidade do corpo de metabolizar o café diminui na gravidez. “Durante o segundo trimestre, leva quase o dobro do tempo para remover a cafeína do seu corpo do que quando você não está grávida. Durante o terceiro trimestre, leva quase três vezes mais tempo”. A ginecologista alerta: “ele contém compostos que dificultam a absorção do ferro pelo organismo. Isso é importante porque muitas mulheres grávidas precisam de suplementação”.

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“Qualquer quantidade de cafeína ingerida pela mãe pode causar alterações no padrão de sono ou no padrão de movimentação no bebê após o nascimento”, ressalta Karina. Tudo isso reforça a importância da bebida ser consumida com critério e somente se houver liberação do médico. Se for difícil retirar o café da dieta, considere mudar para o descafeinado. “Bebidas descafeinadas podem conter cafeína, mas geralmente é uma pequena quantidade”, diz.

Outros alimentos que contêm cafeína

Karina cita uma lista com o conteúdo de cafeína em alguns alimentos e bebidas. Confira:

  • Café: 60–200 mg por porção de 240 ml
  • Café expresso: 30–50 mg por porção de 30 ml
  • Chá-mate: 65–130 mg por porção de 240 ml
  • Bebidas energéticas: 50–160 mg por porção de 240 ml
  • Refrigerantes: 30–60 mg por porção de 355 ml
  • Leite com chocolate: 2–7 mg por porção de 240 ml
  • Café descafeinado: 2–4 mg por porção de 240 ml
  • Café descafeinado: 2–4 mg por porção de 240 ml
  • Chocolate: 1-35 mg por porção de 28 g

Conforme comenta Karina, a Academia de Nutrição e Dieta recomenda evitar bebidas energéticas inteiramente durante a gravidez, por conterem grandes quantidades de cafeína e de açúcares ou adoçantes artificiais, além de ervas consideradas inseguras para mulheres grávidas, como o ginseng. Além disso, a ginecologista ressalta que a cafeína pode ser encontrada também em chocolates, sorvete de café e em alguns medicamentos utilizados para dor de cabeça, resfriados e alergias.

Agora você já sabe que, de forma geral, grávida pode tomar café, mas o consumo deve ser moderado. Por isso, o ideal é sempre seguir à risca as recomendações do(a) ginecologista que acompanha sua gestação. Aproveite e confira se grávida pode tomar chá de erva-doce.

Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.