Bem-estar

7 filmes atuais sobre a maternidade como ela realmente é

Mães Paralelas / Divulgação

A maternidade tem sido representada no cinema com seus altos e baixos em relação à criação dos filhos

Atualizado em 23.06.23

Dizem que a vida imita a arte, mas nesse caso é a arte que imita a vida. E para isso acontecer, é preciso falar dos momentos felizes e memoráveis e dos momentos mais difíceis e conturbados. Pensando nesses dois lados da vida da mulher, uma série de filmes recentes se propuseram a olhar de uma maneira diferente para um momento específico: a maternidade.

Espera-se dessa fase que a mulher seja uma super-heroína, que não se deixa abalar pelas dificuldades, que ame incondicionalmente e que vire uma onça para proteger os filhos. Há muitas Marias Marruá, de “Pantanal”, por aí, mas nem sempre é assim. A proposta é olhar para a maternidade como ela realmente é, cheia de altos e baixos em relação aos filhos, às cobranças da família e da sociedade e principalmente em relação a si mesma.

Conheça alguns filmes sobre mães que escolheram ou não engravidar e precisaram desconstruir alguns mitos geracionais sobre essa figura para viver a maternidade contemporânea de acordo com suas realidades.

1. A filha perdida (2021)

Dirigido por Maggie Gyllenhaal, o longa conta a história de Leda, uma mulher de 50 anos que sai de férias depois que suas filhas decidem se mudar para o Canadá para morar com o pai. Durante a viagem, ela se aproxima da jovem Nina, mãe da pequena Elena. Essa breve convivência traz à tona memórias e sentimentos sobre a maternidade que Leda há muito enterrara dentro de si.

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A história trata das ambivalências da maternidade, mostrando como é conviver com os sentimentos de amor e ódio pelos filhos, a necessidade de se colocar em primeiro lugar e prestar contas consigo mesma por suas escolhas. Fala, principalmente, do estereótipo da mãe que atravessa gerações e impõe padrões de perfeição. O filme está disponível na Netflix.

2. Madres paralelas (2021)

As vidas de Janis e Ana se entrelaçam quando, grávidas, dividem o mesmo quarto de hospital. Janis, uma mulher de meia idade, se sente pronta para viver a maternidade, enquanto Ana, uma adolescente, se vê assustada com a gravidez indesejada. O filme traz a maternidade sob diferentes situações e perspectivas numa Espanha assombrada por seu passado de perseguição política, que deixou mulheres sem seus filhos, pais e maridos. É dirigido por Pedro Almodovar, conhecido por explorar com maestria o mundo e as camadas da mulher. A produção também está disponível na Netflix.

3. Mãe solo (2021)

Com relatos pautados em recorte racial e de classe social, esse documentário de Camila de Moraes é construído a partir de falas de Keisiane Santos, 24 anos, e Lúcia Batista, 63 anos, mães solo negras da periferia de Salvador que se viram sem nenhum apoio da família e do parceiro para enfrentar a gravidez. A produção lança luz sobre o abandono da mulher, da falta se assistência da família e do Estado, bem como a responsabilização total da mulher sobre a criação dos filhos, mostrando a realidade de como a maternidade é tratada na prática no Brasil. O curta-está disponível no streaming independente Tamanduá TV.

4. Pequena mamãe (2022)

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Com a morte da avó maternal, a família de Nelly retorna a casa da matriarca para se desfazer de seus pertences. Lá, ela conhece Marion, uma garotinha idêntica a si com quem faz amizade durante esse tempo na casa da avó. Neste filme dirigido por Céline Sciamma, mãe e filha se conectam através da infância, conhecendo seus segredos e suas vidas intimamente, sem nenhum tipo de autoridade entre elas. A produção também trata da relação mãe e filha entre as gerações, refletindo sobre como essa convivência interferiu nas relações seguintes. Disponível na Amazon Prime Video.

5. Mãe só há uma (2016)

Como você se sentiria ao descobrir que tem duas mães? Na trama, Pierre, 17 anos, é informado que sua mãe o sequestrou da família biológica ainda bebê. Com a prisão, o jovem passa a morar com essa nova família, mas se sente desconexo dessa nova realidade que vive sobre padrões conservadores, principalmente no quesito gênero e sexualidade. A produção da brasileira Anna Muylaert se debruça nas relações entre mães e filhos, no conceito de família, na conquista do afeto e na aceitação das diferenças sociais e de sexualidade.

6. Olmo e a gaivota (2014)

Olívia é forçada a dar uma pausa na carreira de atriz devido a um problema de saúde que coloca a sua gravidez em risco. Essa situação faz com que Olívia perca o papel da tão sonhada protagonista enquanto seu marido estrela no papel principal. Dirigido por Petra Costa e Lea Glob, o drama discute as angústias de ter que escolher entre a vida profissional e a maternidade e as mudanças no corpo, que é seu instrumento de trabalho e expressão artística. O filme está disponível no YouTube Filmes e na Apple TV.

7. Tully (2018)

Marlo é mãe de duas crianças à espera do seu terceiro filho. Com o nascimento do caçula, sua vida fica ainda mais sobrecarregada. Seu irmão, Craig, envia a ela uma babá, para ajudá-la com as crianças no período da noite. O filme é um mergulho na maternidade, na sua rotina muitas vezes exaustiva e nas dificuldades enfrentadas por mulheres que dividem seu tempo cuidando dos filhos (um deles precisa de cuidados especiais), com a casa e como esposa. Fala também da figura da babá (Tully) como o apoio necessário nesse período e na sororidade entre elas. A direção é de Jason Reitman e pode ser visto pela HBO Max, Prime Video e Apple TV.

Se busca mais referências no cinema pensando na representatividade feminina, não deixe de conferir nossa lista de livros feministas.

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Comunicadora, voluntária e empreendedora. Apaixonada por moda, leitura e horóscopos. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela PUC-Rio, com domínio adicional em empreendedorismo.