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Como clarear a pele: tratamentos e receitas caseiras contra manchas

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Atualizado em 28.06.23

É fato que hoje em dia existem diversos tratamentos que permitem a diminuição ou até a remoção total de manchas da pele. Mas, para chegar ao resultado desejado, é fundamental seguir um tratamento feito por dermatologista, em clínica de confiança, porque o uso de produtos por conta própria é muito arriscado e dificilmente oferecerá bons resultados.

Sara Bragança (RJ), médica pós-graduada em Dermatologia, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética, explica que atualmente existem no mercado vários tipos de tecnologias para essa finalidade, mas o importante é que o paciente seja examinado para avaliar o grau da hipercromia e, após uma longa anamnese, seja escolhido o melhor tratamento para aquele tipo de paciente, sempre levando em consideração o fototipo do paciente, grau de exposição solar e tempo de recuperação do paciente de acordo com suas atividades sociais e trabalho.

Juliana Jordão (PR), médica pós-graduada em Dermatologia, membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, com Especialização em Laserterapia e Fotodermatologia, reforça que existem vários tipos de manchas na pele, e para cada um existem opções de tratamento.

“Manchas em geral nem sempre curam, na maioria das vezes, clareiam e permanecem com o resultado de melhora se houver cuidados com a prevenção solar que poderia causar sua recidiva” destaca a dermatologista Juliana.

Dentre as manchas mais comuns em queixas no consultório do médico dermatologista, de acordo com Juliana, estão as melanoses (sardas) e o melasma. “É de extrema importância a consulta e indicação do tratamento com médico dermatologista para que haja a correta diferenciação e diagnóstico entre melanoses e melasma. A importância do diagnóstico correto, feito pelo médico dermatologista, se deve ao fato de procedimentos usados em melanoses terem grande chance de piorarem manchas de melasma e por isso não devem ser realizados em peles com este diagnóstico, sob rico de piora importante. A diferenciação entre os dois diagnósticos nem sempre é fácil e requer treinamento e experiência que só o médico dermatologista possui”, ressalta.

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Melanoses X Melasma

Foto: Getty Images

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Juliana destaca que as melanoses, também conhecidas como sardas, respondem muito bem a tratamentos com Luz Intensa pulsada, laser de CO2, laser Q-switched ou peelings químicos. “Estes tratamentos se corretamente indicados são seguros e trazem bons resultados, porém, quando feitos por profissionais não capacitados podem causar queimaduras ou até piora da pigmentação. Melanoses em mãos respondem muito bem aos tratamentos também”, diz.

O melasma é uma mancha que ocorre na face especialmente de mulheres, com maior frequência na região das maçãs do rosto, testa e buço. “Ocorre com frequência após uso de pílula anticoncepcional, exposição solar intensa e gravidez. Na sua fase inicial, pode ser confundida com melanoses por profissional não experiente. Apresenta resposta irregular aos tratamentos e recidiva sempre que há exposição ao sol ou ao calor. Boa parte dos pacientes responde bem a peeling químico e ao laser Q-switched, sendo necessárias algumas sessões durante o ano. Recentemente um tratamento vem ganhando destaque por apresentar uma taxa maior de resposta inclusive em casos resistentes aos demais tratamentos: a indução percutânea de colágeno (IPCA)”, diz Juliana.

Procedimentos estéticos mais indicados

Foto: Getty Images

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Abaixo, as dermatologistas falam sobre os principais tratamentos que são utilizados hoje para ajudar quem deseja clarear a pele, reduzindo manchas.

Fototerapia: técnica baseada na luz. Sara explica que é indicada para melasma e outras hipertrofias como as melasses solares. O tratamento é recomendado mensalmente em torno de 6 a 8 sessões. O valor da sessão depende da extensão da área a ser tratada, mas fica em torno de 500 reais.

Laser Spectra: trata-se do laser Q-switched, conforme explica Juliana. As marcas mais conhecidas deste laser são Spectra e Acroma. É uma opção no tratamento de melanoses, melasma e tatuagem. Para melasma são necessárias sessões semanais entre 8 a 10 sessões. É realizado manutenção conforme a necessidade de cada paciente. As sessões são indolores e o paciente percebe apenas uma discreta vermelhidão na pele. O custo é, em média, 350 a 500 reais por sessão.

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Laser de CO2: Juliana explica que é um laser com afinidade pela água e não pelo pigmento. “Ele é a melhor opção de laser quando o assunto é rejuvenescimento, com ótimo estímulo de colágeno, redução de rugas e renovação da epiderme. Através da renovação da epiderme (camada superficial da pele) há também o clareamento parcial ou total de algumas melanoses”, diz.

Para o melasma, ainda de acordo com Juliana, o laser de CO2 não é uma boa opção e tem sido erroneamente indicado para esta finalidade por profissionais inexperientes. “O laser de CO2 pode estimular a piora do melasma, e por isso, mais uma vez é de extrema importância o diagnóstico correto de manchas pelo médico dermatologista antes da indicação deste tratamento”, diz.

“Quando para rejuvenescimento, as sessões são realizadas a cada 45 dias, sendo 3 sessões. O tratamento é invasivo e deve ser feito por médico pois exige diagnóstico e cuidados rigorosos no pós-procedimento”, acrescenta Juliana.

O custo de uma sessão varia bastante, podendo ficar entre 800 e 5.000 reais, de acordo com Sara.

Peelings: Juliana explica que são a aplicação de ácidos e outros produtos em alta concentração e devem ser realizados pelo médico dermatologista. São os tratamentos mais antigos para esta queixa. Para clareamento, peelings com combinações que podem incluir ácido retinóico, hidroquinona, ácido kójico, ácido salicílico, peeling de jessner, ácido tricloroacético, entre outros. São indicados para melanoses ou melasma, e são realizadas de 1 a 5 sessões geralmente com intervalos mensais. O valor pode ficar entre 100 a 800 reais.

Microdermabrasão: Sara explica que é um peeling mecânico, remove as camadas de células mortas. É indicado somente para as manchas mais superficiais. Pode ser realizado semanal ou quinzenalmente. Pode ou não ser associado ao peeling químico. O valor fica em torno de 200 reais a sessão.

IPCA: indução percutânea de colágeno. Juliana explica que é feito com a aplicação de um dispositivo de multiagulhas associado ou não a produtos despigmentantes durante a sessão. “As respostas têm sido bastante satisfatórias mesmo em melasmas resistentes. Este procedimento deve ser feito por médico dermatologista pois a aplicação de dispositivos inadequados ou de forma agressiva podem piorar o quadro. É necessário treinamento adequado para realização da técnica com segurança”, destaca.

Tratamentos dermatológicos (com receita médica)

Abaixo as dermatologistas falam sobre os medicamentos/produtos mais utilizados com o intuito de clarear a pele.

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Ácido Kójico: é eficaz no clareamento/diminuição de manchas da pele, porém, não de forma isolada, conforme destaca Juliana. “O ácido kójico está contido em uma grande variedade de cremes clareadores e é uma boa opção, porém, por ser um clareador menos potente, é mais utilizado em associação com outros clareadores e ácidos como o retinoico ou glicólico”, diz.

Sara acrescenta que o ácido kójico pode ser utilizado sob a forma de peeling médicos ou também cremes para uso noturno. “Ele é um despigmentante derivado do arroz, que inibe a tirosinase”, diz.

Ácido Retinoico: Juliana explica que este é o principal ácido no clareamento de manchas. “Ele faz uma renovação celular da epiderme bastante eficiente. Pode ser utilizado domiciliar com receita médica ou em altas concentrações em peelings químicos aplicados em consultório pelo médico dermatologista. Nem todos os pacientes toleram seu uso, especialmente aqueles com pele sensível ou avermelhada”, diz.

Hidroquinona: Juliana destaca que este é o principal ativo clareador existente no mercado. É bastante eficiente para boa parte dos pacientes. “Deve ser usada apenas com recomendação médica e com intervalos, pois seu uso prolongado pode causar um efeito adverso conhecido como ocronose ou leucodermia gutata, em que ocorrem manchas escuras e/ou claras induzidas pelo uso prolongado desta substância”, alerta.

Sara acrescenta que a hidroquinona inibe a tirosinase e é derivada do fenol. Utilizada em concentrações entre 4 a 5 %.

Vale destacar que eles são vendidos com receita médica e só devem ser utilizado se houver indicação médica.

Tratamentos cosméticos (sem receita médica)

Foto: Getty Images

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Abaixo você confere quais são os cosméticos mais recomendados por blogueiros para ajudar a clarear a pele/reduzir manchas:

1. Dual Clear Max Ada Tina: promete clarear as manchas cutâneas, além de deixar a pele mais hidratada e com melhor aparência. Este é um dos produtos queridinhos da blogueira Vivian Fernandes.

2. Bio IDB Clareador e Antirrugas Ada Tina: promete reduzir o envelhecimento e rejuvenescer a pele. Resultados de testes clínicos apontaram 70% de clareamento da pele, 65% de uniformização da cor, e 70% de melhora na aparência geral da pele. Cilene Alba foi uma das blogueiras que testaram e aprovaram o produto.

3. Kiaritá TheraSkin: gel creme que auxilia no clareamento da pele, e possui em sua formulação Arbutin, Nicotinamida, Retinaldeído e Bisabolol. Edu Soares testou e aprovou o produto.

4. Pigmentclar Serum La Roche-Posay: promete uma tonalidade visivelmente mais uniforme e resultado prolongado. Vivian Fernandes, Edu Soares, entre outros, testaram e aprovaram o produto.

5. SVR Clairial C10: promete reduzir as manchas e uniformizar a tonalidade da pele, bloqueando três fases da produção de melanina. Segundo o fabricante, os resultados são visíveis a partir de quatro semanas. Vaidade Derme e Feminices e afins foram alguns dos blogs que avaliaram o produto.

6. Profuse Clair Aché: auxilia no clareamento, reduz as imperfeições e uniformiza o tom da pele. É indicado para pessoas que apresentam distúrbios de hiperpigmentação, marcas escurecidas e imperfeições na pele. Estela Kunzler foi uma das blogueiras quem aprovaram o produto.

Tratamentos caseiros e naturais: funcionam mesmo?

Há quem diga que algumas receitas caseiras possam ajudar no clareamento da pele/redução de manchas. Abaixo você confere alguns exemplos. Porém, conforme destaca a dermatologista Sara, não há respaldo científico sobre nenhuma dessas receitas caseiras.

1. Água + vinagre de maçã + folhas de salsinha picadas: recomenda-se utilizar esta “loção caseira” todos os dias pela manhã e também à noite, antes de deitar.

A dermatologista Juliana destaca que desconhece essa receita e não consegue imaginar efeito positivo nestes elementos para a pele.

2. Purê de abóbora + água + mel: aplicar essa pasta nas manchas e deixar agir por 15 minutos.

3. Abacate + óleo de oliva: misturar uma colher (sopa) de abacate amassado com uma colher (sobremesa) de azeite de oliva. Aplicar a mistura no rosto, massagear e enxaguar.

Vale lembrar que nenhuma dessas receitas caseiras tem respaldo científico. Além disso, é válido saber que é muito perigoso “brincar” com produtos clareadores e antimanchas. Por isso, o ideal mesmo é consultar um profissional… Assim, caso algum ingrediente natural possa mesmo ajudar no clareamento, ele será indicado pelo profissional.

Como cuidar da pele após os tratamentos e evitar o ressurgimento das manchas

Juliana orienta:

  • Usar filtro solar com FPS de no mínimo 30, reaplicado a cada 2 horas se houver exposição solar, de preferência com base.
  • Utilizar ainda chapéu e guarda-sol, se possível.
  • Evitar o calor excessivo, procurando ambientes frescos e, na impossibilidade destes, resfriando a pele com aplicação de água termal.

Sara reforça que o principal tratamento e acompanhamento no tratamento das melanoses é o uso do protetor solar regularmente.

Então você já sabe: caso tenha manchas que, por um motivo ou outro, cheguem a te incomodar, o primeiro passo é procurar um dermatologista de sua confiança. Vocês deverão analisar juntos se, no seu caso, é mesmo válido apostar num tratamento para clarear a pele e, a partir daí, só precisará seguir todas as orientações passadas pelo profissional.

Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.