Dicas de Mulher
O universo liberal reúne práticas sexuais que despertam curiosidades e, ao mesmo tempo, críticas por não se enquadrarem nos dos padrões da monogamia. Uma delas é o swing, conhecido como troca de casais. Camila Voluptas, pseudônimo da empresária, escritora e fundadora da Voluptas Society, e a sexóloga Fernanda Cassim esclareceram dúvidas sobre o assunto. Acompanhe!
O que é swing?
De acordo com Camila, swing é o termo usado no meio liberal para definir quem faz apenas a troca de casais durante a relação sexual. A alternância na parceria, no entanto, não é sinônimo de um relacionamento aberto. Assim, a experiência pode ser vivida tanto por casais monogâmicos quanto não monogâmicos.
Camila comanda o PodTrocar: um podcast sobre swing, universo liberal e relacionamentos em geral. Em suas palavras, entre ela e o parceiro “a troca, o ménage e o exibicionismo são bem aceitos. Então, para resumir, topamos tudo desde que seja de consenso e estejamos juntos”. Na verdade, estar junto é um ponto muito importante, pois, “diferentemente do que a maioria acredita, os casais do meio liberal têm muito respeito pelos parceiros e pela relação”.
A troca de casal é uma escolha conjunta, um novo passo na cumplicidade e na confiança, além de ser uma forma de apimentar a relação, sair da rotina e aproveitar o sexo casual, explica Fernanda Cassim. O swing não deve ser visto como “solução” para momentos de crise. “A inserção de novas práticas sexuais é sempre bem-vinda quando o casal está bem resolvido”, afirma a sexóloga.
Nos relacionamentos liberais, as possibilidades dependem dos acordos feitos entre cada parceria. Há quem prefira, por exemplo, assistir à esposa com outro homem – chamados cuckold e hotwifes -, ou chamar uma pessoa solteira para um sexo a três. Nas casas e festas de swing, há lugar para o voyeurismo, exibicionismo e muitas outras fantasias a dois ou em mais pessoas. Todas feitas com segurança.
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De acordo com o Censo do Sexo 2022, o ménage e o sexo em público são duas das fantasias sexuais mais populares entre os brasileiros. Para Fernanda, a presença de uma terceira pessoa na relação sexual gera tanto fascínio porque está no âmbito do proíbido, é difícil de realizar.
No entanto, “a pergunta que fica é: por que o sexo a três é uma fantasia? O sexo a dois também não poderia ser?” Segundo a sexóloga, o prazer compartilhado já ocorre no dia a dia, por exemplo, em uma mesa de jantar ou em um encontro com os amigos. Por que não no sexo? “Não há nada de errado em compartilhar o momento de prazer com mais de uma pessoa”, mesmo que a sociedade sugira o contrário. O mais importante é que seja uma decisão do casal.
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Quero praticar swing, e agora?
Camila considera o swing uma diversão entre o casal, por isso, a decisão de experimentá-la deve ser tomada em conjunto. Entretanto, como começar? A fundadora do Voluptas e Fernanda Cassim listam os principais pontos para os iniciantes na prática:
- Regras e limites: assim como no sexo a dois, o casal determina as práticas que podem ou não fazer no swing. Os acordos trazem confiança e segurança para o ato com terceiros. É importante seguir as regras e respeitar os limites para não magoar o cônjuge ou gerar sentimento de traição.
- Sinceridade: “não finja que não sente desejo, pois isso ficará implícito através do seu corpo. Magoa muito mais a falta de transparência do que a verdade”, diz Camila.
- Respeito e diversidade: ostentações e preconceitos existem, mas não deixe de viver seus desejos por isso! Para Camila, o meio liberal tem espaço para todos os corpos, gêneros e idades. “Personalidade, sensualidade e carisma são a chave”. Para se sentir mais confortável, pesquise antes sobre o ambiente que deseja visitar.
- Códigos de emergência: nem sempre o sexo ocorre com pessoas conhecidas, há quem prefira esse afastamento. Por isso, Fernanda e Camila concordam que os códigos de emergência são importantes. Eles ajudam tanto a identificar desconfortos e situações ruins quanto a entender que é possível prosseguir com o swing.
- Segurança: se vocês são iniciantes, busque por lugares seguros para praticar o swing. Há casas, festas e hotéis voltados para os relacionamentos liberais que proporcionam segurança e privacidade aos participantes. No entanto, sempre faça uma checagem individual! Vale conversar com amigos no meio ou tirar dúvidas sobre o local na internet.
Expectativas e receios sobre a nova relação devem ser discutidas sempre, antes e depois da prática. Também é essencial respeitar as suas vontades pré-estabelecidas e de momento, bem como as da parceria. A troca de casais precisa ser prazerosa para ambos.
O que combinar com seu parceiro antes do swing?
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Sem limites e regras, tudo vira bagunça. O casal precisa justamente do contrário para iniciar uma nova fase no relacionamento: segurança. Assim, o diálogo é um dos pontos mais importantes. No nível individual, trabalhe a autoestima e a autoconfiança. Você quer fazer isso apenas por você, desconsiderando a opinião de sua parceria? Quer fazer somente para agradar a pessoa amada? Todos os envolvidos estão de acordo? Com essas questões bem esclarecidas, abaixo, confira sugestões de perguntas para serem feitas antes, durante e depois do swing.
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Com que frequência a troca de casais será feita?
Se existe uma preocupação com ciúmes e traição, o casal precisa buscar uma solução. As regras são um caminho, assim como determinar a frequência dos encontros ou das visitas ao ambiente liberal. O mais importante, na opinião de Camila, é não descumprir os acordos. Fernanda complementa dizendo que a “traição não se resume a ficar com outra pessoa, mas, sim, a deixar o parceiro desconfortável, enganar ou fazer algo que você sabe que o outro não gostaria”.
Precisamos transar na primeira visita à casa de swing?
A decisão é sempre do casal, porém Camila afirma que o sexo não é uma obrigação. Por isso, ela orienta: “se decidir ir, vá a primeira vez apenas para espiar e entender como tudo funciona. Depois, analise seus limites”.
O que é permitido e proibido na hora do sexo?
Depois de visitar o ambiente liberal de sua escolha, defina as regras. Fernanda Cassim sugere as seguintes perguntas como ponto de partida: “haverá uma terceira pessoa no sexo? Quais atos ela poderá fazer com o casal? Pode beijar? O consentimento e o bem-estar são fundamentais em todas as práticas sexuais”.
O sexo deve ter penetração?
Lembre-se que o sexo não se resume a penetração. No swing, isso também não é obrigatório. Casais que preferem outras formas de estímulos praticam o soft swing: fazem sexo em uma sala com outras pessoas, porém não praticam a penetração. “A grande regra dentro das experimentações sexuais é: se não está confortável, não faça”, diz Fernanda Cassim.
Quais são os nossos limites hoje?
Camila explica que nem sempre os acordos funcionam de maneira duradoura. Há dias mais sensíveis e devem ser tratados com a devida importância. “Sempre antes de sair, pergunte-se: como você está se sentindo hoje? Quais são os meus ou os nossos limites?”. As respostas para essas questões evitam desconfortos futuros.
Quem será o responsável pelo contato e como será feito?
Nos ambientes liberais, geralmente, os homens fazem contato com outros homens, e mulheres com outras mulheres. No entanto, para os casos em que o swing é marcado pela internet ou fora dos ambientes liberais, é importante discutir como o contato será realizado. Será feito pelo casal em uma conta ou celular que ambos têm acesso ou haverá um único responsável?
As perguntas acima servem apenas como orientações e devem ser adaptadas de acordo com o seu relacionamento. “Eu sempre friso nas minhas redes: a regra boa é aquela decidida por vocês. Cada casal teve uma longa jornada até ali, então, somente os envolvidos podem decidir o que vai fazer bem para eles”, afirma Camila Voluptas. “Cada casal é único, cada pessoa liberal é única!”
Como procurar outros casais para swing?
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Ambientes voltados para relacionamentos liberais são a forma mais fácil, e acolhedora, de encontrar pessoas para o swing. Iniciantes e veteranos na troca de casais podem realizar suas fantasias sem julgamentos, compartilhar experiências, além de desfrutar de intimidade e amizade. Conheça os espaços mais comuns e confira indicações.
Casas de swing
Também conhecidas como baladas liberais, há muitas casas de swing espalhadas pelo país. Elas recebem esse nome, pois, na pista de dança, casais e solteiros se encontram para dançar e flertar. A dinâmica é a mesma de uma balada comum, entretanto, é no andar de cima que o swing ocorre. Há quartos para exibicionismo, sexo grupal, salas temáticas e intimistas. Para garantir a privacidade dos visitantes, é comum a proibição do uso de celulares no local.
Cada casa tem um público alvo. O Spicy Club, localizado em Moema (SP), abrange diversas tribos, como LGBTQIAP+, nudistas e BDSM. Já a Hot Bar, também localizada em Moema, é voltada para heterossexuais. Os preços variam de acordo com a casa e com o visitante. O custo para os solteiros é maior do que para os casais. Homens solteiros também pagam mais caro.
Para encontrar a casa de swing ideal, a fundadora da Voluptas recomenda visitá-la em dias diferentes. Assim, você alterna entre os públicos e analisa o local, obtendo uma comparação melhor entre as demais casas.
Festas Privadas
As festas privadas são produzidas por swingers – quem faz troca de casal – e sociedades secretas de swing. A Voluptas Society é uma delas, organizando festas e jantares temáticos para seus membros. Os encontros particulares ocorrem em hotéis, mansões e pousadas, a depender do anfitrião, para a privacidade dos frequentadores.
Diferentemente das casas de swing, as festas particulares são mais intimistas, afinal trata-se de uma comunidade. Se o casal for iniciante, é uma chance de se integrar. Na Voluptas, o anonimato é garantido. “A Voluptas é a mais segura pois é a única que faz pesquisa de antecedentes criminais em todos os membros e mantém o cadastro real de todos”, conta Camila sobre a segurança da sociedade secreta. “O jurídico sabe exatamente quem cada um é e está a postos para auxiliar no que for preciso”, garante a podcaster.
Sites aplicativos para swing
Outra alternativa é marcar encontros pela internet, principalmente em comunidades online. Há redes sociais específicas para praticantes de swing. Você pode conversar com outros casais e solteiros maiores de idade, ver vídeos e ler contos eróticos. O Dicas de Mulher selecionou três sites para swing. Vale a pena conhecer e, quem sabe, marcar o sexo casual. Confira:
| Site | Site | Características | Mais infos |
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Independentemente do canal usado para começar no swing, é preciso se proteger. Camila cita cuidados básicos: “tenham um e-mail e um número de celular para o meio liberal, não envie ou poste nudes com o rosto ou marcas e tatuagens que possam te reconhecer. Sempre marque encontros em locais públicos primeiro”.
10 dicas para uma experiência prazerosa
Antes de tudo, lembre-se que swing não salva um casamento. Se estiver com problemas, consulte uma terapeuta. A prática é sobre prazer, diversão, entreitar laços, confiança, sexualidade, entre outras descobertas. Quer ter uma experiência prazerosa? Acompanhe as dicas de Camila e Fernanda!
- Nunca faça swing somente para agradar seu parceiro. Você precisa sentir tesão no momento.
- Liberte a mente e o corpo! Curta o momento como uma descoberta pessoal.
- Não veja a terceira pessoa como concorrente ou ameaça. Vocês são cúmplices nessa experiência.
- Os brinquedos sexuais são bem-vindos.
- Os drinques ajudam a relaxar, mas não exagere, pois a intenção é aproveitar o momento.
- Antes da troca de casais, procure um médico infectologista e faça seus exames. Tome as vacinas contra ISTs indicadas e informe-se como se proteger.
- Lembre-se que preservativo e consentimento são as regras fundamentais.
- Fale sobre suas inseguranças e limites. Também ouça e respeite como seu parceiro está se sentindo.
- Nunca ultrapasse seus limites. Magoou, machucou, deu ciúme? Pare!
- Converse, dialogue e ressignifique o que for preciso, mas jamais se obrigue fazer algo que não quer.
Para muitos casais, além de apimentar a relação, o swing aumenta a cumplicidade e a confiança. Entretanto, esse é um universo gigantesco, que pode ser muito prazeroso ou frustrante. Por isso, é importante conhecer bem o assunto antes de tomar uma decisão. Acompanhe o próximo tópico.
Vídeos sobre swing: conheça esse universo de prazeres
A lista abaixo contém um giro por hotéis e casas de swing, além de depoimentos sobre as experiências e dicas para você ficar atenta. Tire um tempinho e aperte o play!
Diálogos para alinhar as expectativas
Antes de mais nada, você já conversou com a sua parceria sobre o swing? Uma sexóloga alerta sobre importância do diálogo para que o casal tenha uma experiência positiva. Não vale esconder suas vontades ou sair do combinado sem que ambos concordem com a mudança. Discutir o que é traição também é essencial. Veja essas e todas as dicas da terapeuta sexual no vídeo.
Por dentro de uma casa de swing
Ficou curiosa para saber como é uma casa de swing por dentro? Nesse vídeo, todos os quartos estão disponíveis para você dar uma espiadinha. A casa escolhida pela youtuber foi a Griffin Club, localizada em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Uma baladinha, alguns camarotes, mas é no andar de cima que estão situados o Glory Hole, salas de exibicionismo, dark rooms e outros ambientes para fantasias sexuais, como uma viagem de avião e a escola. Não deixe de checar todos os cantinhos!
Para relaxar e gozar
Se você quiser mais discrição para experimentar a troca de casais, prefira os hotéis liberais. Nesse vídeo, você conhecerá os hotéis espalhados pelo Brasil, fotos do serviço oferecido e preços para a temporada. Também há dicas de praias para visitar na região.
O símbolo secreto
Uma curiosidade sobre os swingers é que algumas tatuagens e pingentes podem dizer se você é praticante e que tipo de praticante você é. O mais famoso usa os jogos de cartas. Por exemplo, as chamadas hotwifes usam o símbolo da espada para dizer que seu parceiro não participa do ato sexual, apenas ela. Interessante, não? Veja outros símbolos no vídeo acima.
Além do swing, outras técnicas e instrumentos podem oferecer novas experiências para o sexo a dois. Para as mulheres, a calcinha tailandesa estimula o clitóris durante a penetração, e a posição borboleta paraguaia aumenta o controle feminino. Aliás, trocar a penetração pelo gouinage é um caminho para obter prazer.
Fernanda Paixão
Comunicadora, voluntária e empreendedora. Apaixonada por moda, leitura e horóscopos. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela PUC-Rio, com domínio adicional em empreendedorismo.
