Bem-estar

Saúde da mulher: saiba quais são os exames e práticas preventivas essenciais

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Atualizado em 30.06.23

Ao falar de saúde da mulher, é quase impossível não pensar em exames de rotina e momentos de autocuidado, não é mesmo? Mas, você sabia que os exames podem mudar de acordo com cada fase da vida da mulher? A seguir, a Dra. Suzan Menasce Goldman, profissional do CURA Grupo, fala a respeito do assunto. Confira!

20 exames periódicos essenciais para a saúde da mulher em todas as fases da vida

Cada fase da vida tem suas características, suas mudanças, transformações e descobertas. Por isso, a mulher precisa ser avaliada de formas diferentes pelos médicos, sejam eles clínicos gerais ou especialistas. Veja abaixo os exames principais separados em alguns períodos importantes:

Exames importantes na puberdade

saúde da mulher na puberdade

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  • Hemograma: é um dos primeiros exames pedidos pelos médicos, não só para as meninas mais jovens, mas também para mulheres e homens ao longo da vida. Segundo Goldman, a realização do exame de sangue é muito importante, pois “vai mostrar se a adolescente tem, ou não, alguma doença que possa levar a um tipo de anemia. Assim, é analisado se há algum tipo de alteração sanguínea, coagulação ou alteração imunológica que seja relevante”.
  • Exame de fezes: também é solicitado pelos médicos sem distinção de sexo ou faixa etária. Para a especialista, “o exame de fezes retrata o momento”. Ela esclarece que a análise é solicitada para averiguar possíveis quadros no trato digestivo, como sangramentos, gordura, bactérias, protozoários e vermes, uma vez que muitas infecções são silenciosas e podem causar sérios danos à saúde.
  • Exame de urina: geralmente acompanhado do pedido de exame de fezes, o exame de urina também é solicitado pelos médicos sem fazer distinção de sexo ou faixa etária. Sua análise é feita objetivando identificar possíveis alterações no funcionamento dos rins e do trato urinário, além de verificar o pH da urina, glicose e proteínas.
  • Glicemia em jejum: esse exame visa analisar o nível de glicose no sangue e, segundo a Dra. Suzan, “ver se a adolescente tem diabetes”. Geralmente, ele é coletado com a amostra do hemograma, contudo, é solicitado ao paciente um jejum de cerca de 8 a 12 horas antes de sua realização. A profissional explica que o exame pode ser realizado durante todas as fases da vida, mas é comumente pedido para meninas mais novas para averiguar a existência ou pré-disposição para diabete tipo I.
  • Colesterol e triglicerídeos: você já se deparou com as letrinhas HDL, LDL e VLDL em alguns exames de sangue? Elas analisam o colesterol e triglicerídeos no organismo. O exame também pode ser realizado ao longo de toda a vida, mas quando solicitado para meninas mais jovens é para “entender como está a alimentação”, esclarece a médica. Em crianças e adolescentes, o colesterol alto, por exemplo, “não é por doença, mas por ingestão de alimentos inadequados”.

Exames importantes na vida adulta

saúde da mulher na vida adulta

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  • Papanicolau: conhecido como exame de citologia, o papanicolau “é um exame que deve ser feito periodicamente depois que a mulher começa a ter relação sexual”, pontua a médica. De acordo com ela, o intuito é analisar a existência de possíveis infecções uterinas, fissuras ou lesões causadas pelo vírus do HPV, além de auxiliar na prevenção do câncer do colo do útero. Além disso, é válido pontuar que o exame deve ser realizado independentemente da orientação sexual da mulher.
  • Colposcopia: é geralmente feito com o papanicolau, a colposcopia é um exame ginecológico solicitado, comumente, a partir dos 30 anos. O objetivo é avaliar, com ajuda de um instrumento (colposcópio), a vagina, a vulva e o colo do útero, investigando possíveis inflamações e lesões que podem ser benignas ou malignas. “É justamente para observar a presença de verrugas ocasionadas pelo HPV e fazer a prevenção do câncer de colo de útero”, explica a médica.
  • Ultrassom transvaginal: assim como o papanicolau, a médica esclarece que o ultrassom transvaginal só é realizado quando a mulher é ativa sexualmente, independentemente de sua orientação sexual. Ele não é considerado um exame de rotina, pois é solicitado pela ginecologista no intuito de avaliar o útero, os ovários, a presença de cistos e/ou miomas, avaliar a ovulação e até mesmo confirmar a gravidez. “Ele oferece uma avaliação dos órgãos, tanto na anatomia quanto no diagnóstico”, afirma a profissional;
  • Ultrassom das mamas: segundo a Dra. Suzan, “o ultrassom de mama é considerado exame de rotina a partir dos 40 anos de mulheres que não se enquadram nos casos de alto risco para o câncer de mama. Contudo, o exame é de extrema importância, uma vez que atua na prevenção da doença. Além disso, ele pode ser solicitado para mulheres mais jovens, em casos de “queixa clínica, como endurecimento das mamas ou dores”, ressalta a médica. Ela também acrescenta que o exame deve ser realizado por mulheres transgênero que fazem terapia hormonal “se ela tiver antecedente de câncer de mama na família”.
  • Ultrassom de tireoide: outro exame que não costuma ser de rotina, mas que é de extrema importância para a prevenção de doenças, como o câncer de tireoide, comum em mulheres acima dos 35 anos, é o ultrassom de tireoide. A médica explica ser um exame realizado eventualmente para averiguar “hipotiroidismo e hipertiroidismo, que são quadros silenciosos”, além de observar as demais alterações na glândula, como a presença de nódulos.

Exames importantes antes e durante a gestação

saúde da mulher durante a gestação

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  • Ultrassonografia pélvica: possui várias funcionalidades, pois os órgãos dessa região, entendendo sua anatomia, tamanho e anormalidades (como pólipos e miomas). Na obstetrícia, o exame é muito utilizado para fazer o acompanhamento do desenvolvimento do bebê e o seu bem-estar. Além disso, a Dra. Suzan afirma que o exame pode ser realizado em meninas na fase da menarca, tanto para avaliar os órgãos quanto no caso de “ter alguma queixa de dor pélvica, ou de alteração menstrual”.
  • Exame de hepatite e IST: feitos a partir de uma amostra sanguínea. Os exames de ISTs e hepatite buscam investigar, antes e durante a gravidez, se a gestante possui alguma dessas doenças que são, muitas vezes, silenciosas. A médica explica que eles devem ser realizados “para que estes patógenos não infectem o bebê e causem malformação ou doenças nas crianças”.
  • Exame de toxoplasmose e citomegalovirose: também feitos a partir da sorologia, esses exames visam investigar a presença dos vírus na corrente sanguínea da gestante, uma vez que “quando a mulher está grávida, essas infecções, podem acometer o bebê” e causar malformação, surdez ou até mesmo atrasos na cognição.
  • Teste de tolerância oral à glicose: também conhecido como TTOG, esse exame tem o objetivo de analisar a predisposição à diabete ou realizar o diagnóstico da doença. Solicitado entre a 24ª e 28ª semanas de gestação ou no início da gravidez. Em casos de suspeita, ele auxilia no controle dos níveis de glicose no sangue, evitando alguns fatores de risco como parto prematuro ou malformações fetais.
  • Exame do cotonete: consiste na análise de uma amostra coletada da região intima da mulher, com objetivo de averiguar a presença da bactéria Streptococcus B, que pode ser passada para o bebê na hora do parto. O exame é realizado nas últimas semanas da gestação e é importante ser realizado, uma vez que a bactéria pode causar alterações renais e cardíacas na criança, além de problemas respiratórios.

Exames periódicos importantes após os 40 anos

saúde da mulher após os 40 anos

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  • Mamografia: a mamografia é o principal exame preventivo contra o câncer de mama. Goldman conta que “o Colégio Americano de Radiologia recomenda que o exame deva ser feito anualmente, enquanto o Ministério da Saúde solicita a cada dois anos”. Ele é feito por meio de uma radiografia, que visa averiguar a presença de lesões, nódulos e/ou assimetrias dos seios, auxiliando no diagnóstico precoce da doença.
  • Densitometria óssea: segundo a médica, a densitometria óssea deve ser realizada periodicamente por mulheres acima dos 40 para avaliar a perda de massa óssea, causadora da osteoporose. Além disso, a profissional explica que mulheres que estão entrando na menopausa “devem fazer a densitometria óssea para identificar se vão ter perda de massa óssea, ou se estão tendo essa perda pela redução hormonal”, evitando complicações mais graves à saúde.
  • Perfil hormonal: pode ser solicitado pelo médico nessa fase da vida da mulher. Isso porque é necessário averiguar as alterações hormonais deste período e até pensar na possibilidade de reposição hormonal. Além disso, a médica esclarece que esse não é um exame de rotina e que pode ser pedido em qualquer faixa etária para análise hormonal.
  • Colonoscopia: segundo a especialista, “este exame é realizado a partir dos 50 anos”. O objetivo é analisar a saúde do trato digestivo e a presença de possíveis lesões, pólipos, inflamações e até mesmo o câncer colorretal. Deve ser realizado a cada 5 anos, contudo, a profissional explica que “se a pessoa tem risco aumentado para câncer de intestino, é indicado fazer a partir dos 40 anos e repetir a cada 2 anos”, a depender da recomendação médica.
  • Exame de próstata: recomendado para mulheres transgênero a partir dos 50 anos, o exame de próstata deve ser feito anualmente no intuito de prevenir ou diagnosticar precocemente o câncer de próstata. É importante lembrar que, apesar da terapia hormonal, realizada por algumas mulheres trans, diminuir o tamanho da próstata, as alterações hormonais no organismo podem aumentar o risco de câncer, por isso é importante o manter os exames em dia.

Ter um acompanhamento médico periódico e fazer os exames necessários é fundamental para a manutenção da saúde da mulher, visando o bom funcionamento do organismo e do autoconhecimento do próprio corpo. Afinal, cuidar da saúde física também é um ato de amor!

10 cuidados preventivos que toda mulher deve ter para se manter saudável

Agora que você sabe quais são os exames médicos essenciais relacionados à saúde da mulher, que tal conferir também alguns cuidados básicos e preventivos para acrescentar em sua rotina? Veja abaixo:

1. Pratique atividade física

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Nunca é demais lembrar que a atividade física faz bem para a saúde da mulher, e não é à toa que ela está em primeiro lugar na lista de recomendações. Exercitar-se faz bem para os ossos, para as articulações, para a circulação sanguínea, libera hormônios que fornecem sensação de prazer, melhora o sono e ainda fortalece o sistema imunológico.

2. Realize a higiene do sono

É sabido que os hábitos relacionados ao sono afetam diretamente a saúde da mulher. Dormir poucas horas por norte, não ter um sono de qualidade ou não ter uma rotina para dormir pode causar problemas cardiovasculares, desencadear diabete, depressão e uma série de outros prejuízos à saúde.

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3. Tenha uma alimentação saudável

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Assim como os exercícios físicos, a alimentação saudável auxilia na manutenção da saúde de todo o organismo. Uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas, fibras e minerais, sem excesso de produtos industrializados/processados, auxilia no bom funcionamento do sistema nervoso, circulatório, digestivo, reprodutor, endócrino, muscular e imunológico.

4. Vá ao médico periodicamente

Realizar um acompanhamento médico e fazer exames quando solicitado também é um dos cuidados básicos importantes para a saúde da mulher. Segundo a Dra. Suzan, “ir ao médico rotineiramente e seguir a orientação dele, e realizar os exames que ele te indicar é fundamental”, tanto para prevenção quando para um diagnóstico precoce de alguma doença.

5. Beba água

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Água é vital para o corpo humano e, ao contrário do que muitos pensam, não é apenas para prevenir problemas renais. A água auxilia no bom funcionamento do metabolismo, regula a temperatura corporal, auxilia na absorção de nutrientes pelo organismo, protege os órgãos e carrega oxigênio através das células. A falta dela pode causar uma série de sintomas físicos.

6. Tenha momentos de lazer

Buscar atividades que te tragam sensação de prazer e satisfação é ótimo para a saúde mental e física. O bem-estar proporcionado pelos momentos de lazer ajudam na diminuição dos níveis de cortisol liberados na corrente sanguínea. Isso auxilia diretamente a redução de estresse e ansiedade, causadores de várias doenças, como enxaqueca, pressão alta e até mesmo problemas cardiovasculares.

7. Cuide da sua saúde mental

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Negligenciar sua saúde mental pode afetar sua saúde física. E assim como os momentos de lazer se fazem importantes para diminuir o estresse e a ansiedade, os cuidados com a saúde mental atuam positivamente no organismo. Para isso, busque por acompanhamento psicoterapêutico, desenvolvimento do autoconhecimento e pratique meditação.

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8. Busque abandonar os maus hábitos

Tabagismo, alcoolismo, excesso de cafeína, má alimentação, falta de rotina… Não é de hoje que se sabe que essas coisas são prejudiciais à saúde e podem causas doenças graves. Por tanto, o abandono deles também é indispensável para a manutenção da saúde da mulher, bem como qualquer ser humano.

9. Estabeleça uma rotina de autocuidado

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Tirar um tempo para cuidar de si, independentemente de qual seja esse cuidado, é ter um tempo para cuidar da sua saúde. O autocuidado, além de promover autoestima, desenvolve o autoconhecimento físico e emocional. Consequentemente, te deixa mais atenta Às possíveis alterações orgânicas que surjam durante as fases da vida.

10. Cultive laços sociais

Quase todo mundo sabe que os laços sociais auxiliam na saúde emocional, mas eles são importantes para a saúde física também. As emoções que envolvem as relações atuam no organismo semelhantemente às sensações de prazer quando você faz algo que gosta. Dessa forma, você consegue diminuir o estresse e a ansiedade, melhorando a circulação sanguínea e estimulando o cérebro.

Como você viu, a saúde da mulher está relacionada com cuidados físicos e mentais, bem como a realização de exames periódicos. É importante começar a pensar nisso desde já, então que tal conferir mais hábitos saudáveis para incluir na rotina?

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Psicóloga apaixonada por literatura e psicanálise. Acredita que as palavras, escritas ou faladas, têm o poder de transformar.