Bem-estar

Conheça o poliamor e descubra outras formas de se relacionar

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Atualizado em 26.10.23

Você sabe o que é e como funciona o poliamor? A psicóloga e sexóloga Keila Oliveira tirou essas e outras dúvidas sobre a temática. Leia a matéria na íntegra e bora falar de amor!

O que é poliamor

De acordo com Keila, o poliamor defende a possibilidade de amar e/ou se relacionar sexualmente com mais de uma pessoa concomitantemente com o consentimento de todos os envolvidos. A psicóloga ainda conta que a monogamia é fruto do patriarcado e da heteronormatividade, algo que vem caindo nas últimas décadas com uma maior abertura sexual. Embora a monogamia funcione muito bem para alguns, ela não funciona para todos. Nesse sentido, o poliamor surge como uma maneira de quebrar essa regra estabelecida socialmente durante séculos e coloca os gêneros em pé de igualdade, se um pode, o outro também, desde que previamente estabelecidos acordos, regras e reavaliações do contrato de convivência. Desse modo, relações igualitárias podem se estabelecer.

Poliamor e poligamia podem ser confundidos, mas são diferentes! Isso porque o primeiro pressupõe simetria, enquanto o segundo indica uma relação assimétrica. “Geralmente, a poligamia é descendente de uma relação que em tese seria monogâmica, contudo, um dos membros se retirou desta parte do contrato, deixando o outro de fora, ou seja, há um único polígamo na relação. Já os poliamoristas, a possibilidade se dá para todos, embora em algum momento um possa não querer se relacionar com outros em uma dada circunstância”, indica a psicóloga.

Tipos de poliamor

Em relações poliamorosas, os contratos podem ser muito variados, tudo vai depender de cada casal. Não existem regras, mas é imprescindível que haja muito respeito e diálogo. Keila contou quais são as formas mais comuns de poliamor. Dê uma olhada:

  • Casal que recebe alguém: existe a possibilidade do casal receber eventualmente outras pessoas ou uma pessoa especificamente por um determinado tempo, formando um trisal ou quadrisal.
  • Ambos se relacionam com terceiros: em alguns casos, os dois constituintes do casal se relacionam individualmente com outras pessoas.
  • Convívio próximo: Keila ainda mostra que alguns casais recebem um terceiro ou mais, convivendo diariamente no mesmo ambiente como parte da conjugalidade.
  • Um terceiro companheiro: ainda é possível que o casal receba outra pessoa como namorado do casal.
  • Cada um é cada um: a psicóloga afirmou que há casais que, dentro do casamento, um parceiro sai eventualmente com outras pessoas, com consentimento do cônjuge, sob regras estabelecidas, no entanto o outro cônjuge prefere permanecer monogâmico.

Keila afirma que “na grande maioria dos casos, o que prevalece são os acordos estabelecidos dentro da relação, que em sua grande maioria incluem clareza, verdade, respeito, proporcionalidade entre os gêneros, regras estabelecidas previamente, tolerância com a demanda do outro e também com a frustração de ambos ou de um.”

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5 fatos ou mitos sobre a poliamor

Muitos conceitos equivocados sobre o poliamor são disseminados diariamente. Por isso, Keila explicou o que é verdade e o que não é. Confira!

  1. Existe compromisso real entre os parceiros: Fato. Existe compromisso, amor, respeito e acolhimento. A escolha de ampliar a relação amorosa é tomada com diálogo e acordos respeitosos.
  2. Poliamor faz mal para as crianças: Mito. As crianças, como dentro de qualquer relacionamento amoroso entre adultos, sejam eles quais forem, devem ser respeitadas em sua individualidade, não devem ser expostas desnecessariamente a questões das quais elas não conseguem dar conta ou compreender plenamente. “O que faz mal para as crianças é que elas não sejam amadas, não tenham a atenção devida, sofram privações, violências, sejam negligenciadas ou não sejam acolhidas em suas necessidades básicas de segurança, afeto, respeito”, aponta Keila.
  3. É possível se relacionar poliamorosamente com ciúmes: Fato. A psicóloga indica que o ciúmes é inerente a todo ser humano, todos nós queremos ser amados, nos sentir especiais e desejados pelo outro. Mas Keila diz que, se você é ciumento demais, deve manter uma relação poliamorosa de extrema confiança e respeito, estabelecendo os limites claros e as regras para o relacionamento. Caso contrário, o casal poderá sofrer muito com ciúmes.
  4. Poliamor é para quem não quer se comprometer: Mito. O poliamor é uma forma de compromisso, onde os membros respeitam que o outro possa desejar outras pessoas também.
  5. A autoestima é importante: Fato. Contudo, o amor próprio é importante em qualquer tipo de relação. A psicóloga diz que não se trata apenas de ter autoestima baixa ou alta, de ser ou não ciumento. “Acredito que passa muito pelos valores próprios de cada um, como cada um lida com a sua sexualidade e com o seu desejo”, acrescenta.

O poliamor pode parecer distante da realidade pelo preconceito vindo da cultura monogâmica. Contudo, qualquer casal que deseje expandir a relação pode ser feliz, desde que haja compromisso e que um respeite os desejos do outro.

Experiências com o poliamor

Quer ouvir pessoas contando suas experiências sobre o assunto? Solte o play na sequência de vídeos e conheça mais sobre os desdobramentos do poliamor.

Poliamor e amor livre

O vídeo conta com uma explicação sobre poliamor, monogamia e outras formas de amar. O ponto principal é o amor livre, ou seja, sentir-se livre para expressar e viver o seu amor!

Formatos de poliamor

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Quer conhecer formatos de poliamor e se questionar sobre os padrões de relacionamento? Esse vídeo é para você! Aqui você descobre os contratos mais comuns de poliamor, além de expandir seus horizontes sobre o assunto. Vale a pena!

Experiência com poliamor

Conheça um casal que vive o poliamor na prática e saiba mais sobre o funcionamento da relação para eles. Clique no vídeo e acompanhe tudo!

É importante questionar que tipo de relação queremos viver, por isso conhecer outras formas de amar faz sentido! Que tal saber mais também sobre o relacionamento aberto?

Acadêmica de psicologia apaixonada por todas as formas de se expressar.