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Período fértil pode ser resumido como o momento em que a mulher está mais propensa a engravidar. Isso porque é quando ocorre a ovulação, ou seja, o ovário libera um ou mais óvulos para serem fecundados.
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Vale destacar que, caso a mulher esteja querendo engravidar, conhecer bem o seu corpo e cada fase do ciclo menstrual ajuda muito. Assim, ela saberá melhor quando costuma ovular e, portanto, quais são seus dias mais férteis.
Domingos Mantelli (CRM-SP: 107.997), médico ginecologista e obstetra, autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”, explica que o período fértil normalmente é o período dos 14 dias que antecedem o primeiro dia da menstruação.
“Vamos dar um exemplo: se você menstruou no dia 28 do mês, o seu dia da ovulação foi aproximadamente no dia 14, no 14º dia do ciclo, e o período fértil seriam 2 dias antes e 2 dias depois deste dia da ovulação. Então se você menstruou no dia 28, conta 14 dias antes que é o dia da ovulação e o período fértil é o período que compreende de 2 dias antes a 2 dias depois dessa ovulação”, diz Mantelli.
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Mas será que é possível a mulher saber que está mesmo ovulando? Fernanda Rodrigues, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington, esclarece que, com a observação do próprio corpo, é possível estimar o momento da ovulação devido a alguns sinais sugestivos. “Porém, a ovulação só pode ser confirmada pela avaliação médica, que é realizada através de dosagens hormonais e ultrassom pélvico transvaginal”, diz.
Abaixo você confere quais são alguns dos sinais que indicam que a mulher está ovulando:
“Como a ovulação é o rompimento do folículo (bolsinha com líquido) para a liberação do óvulo (célula microscópica que está no interior do folículo), ocorre o extravazamento do conteúdo intrafolicular, acompanhado muitas vezes de um pequeno sangramento local. Esse líquido com sangue pode gerar desconforto quando chega ao abdômen”, explica Fernanda.
Mantelli reforça que a mulher pode sentir uma pequena dor abdominal. “Chamamos de ‘dor do meio’, porque geralmente coincide de ser no meio do ciclo menstrual que é o período fértil da mulher, o período da ovulação”, acrescenta.
Contudo, ressalta Fernanda, isso não acontece em todos os casos. “Ou seja, caso a paciente não sinta desconforto, não quer dizer que ela não esteja ovulando”, esclarece a especialista.
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Temperatura corporal basal nada mais é do que a temperatura do corpo em repouso (ou seja, quando está dormindo). Para acompanhá-la você precisa simplesmente de um termômetro e de papel e lápis/caneta para anotar a temperatura. Deve medi-la todo dia, assim que despertar (antes de fazer qualquer outra atividade), preferencialmente, colocando o termômetro embaixo da língua.
Para interpretar é preciso saber que a temperatura basal deverá ser mais baixa durante as duas primeiras semanas do ciclo. Depois de ter ocorrido a ovulação (cerca de 24 a 72 horas depois), a temperatura do corpo eleva-se, mantendo-se elevada até a menstruação.
Trata-se de um método simples para avaliar a função ovulatória, de acordo com Fernanda. “Quando a ovulação ocorre, há um aumento da produção de progesterona pelo corpo lúteo, podendo provocar um aumento da temperatura basal em 0,2 a 0,5 graus dois a três dias depois da ovulação. Portanto, os ciclos ovulatórios estão geralmente associados com curvas de temperatura basal claramente bifásicas.”
“Assim, só é possível estimar que a paciente ovulou depois que a ovulação aconteceu. Porém, por vezes, é identificado um padrão, sendo possível estimar o período fértil nos próximos ciclos”, explica a especialista.
A observação do muco cervical também pode ajudar a mulher a ter certeza de que está ovulando. Vale destacar que existem vários tipos de secreção vaginal, e o muco cervical é um deles.
“No período próximo à ovulação, o muco cervical se torna mais transparente, viscoso e elástico, com a aparência de uma clara de ovo. Isso acontece pelo estímulo do estradiol, hormônio produzido pelo folículo em crescimento antes da ovulação”, explica Fernanda.
No início do ciclo menstrual, a mulher tem o sangramento normal (menstruação). Depois, o mais provável é que ela fique sem secreção por alguns dias. Posteriormente, poderá observar uma secreção de cor levemente opaca, com consistência mais grudenta. Então, quanto mais se aproximar da ovulação, a secreção se tornará mais transparente, viscosa e elástica.
Este é um sinal indireto, de acordo com Fernanda. “Pois as glândulas mamárias têm receptores hormonais. Portanto, quando ocorre a produção de estrogênio na primeira fase do ciclo, pode ocorrer um aumento do volume mamário e, na segunda fase, após a ovulação, quando há o predomínio da progesterona, as mamas podem ficar mais doloridas”, diz.
Cérvix é a porção mais baixa do útero, quando ele se une com a porção final superior da vagina.
“Durante o período pré-ovulação, o colo do útero fica com a consistência mais amolecida, com posição mais alta, aberto e mais úmido, também por estímulo do hormônio estradiol”, diz Fernanda.
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“Porém, com a observação de outros sinais, como temperatura basal e muco cervical, já é possível predizer a ovulação. Não é recomendado que as pacientes examinem o próprio colo do útero com esse objetivo”, ressalta a especialista.
Fernanda esclarece que determinados sinais não são sinais diretos de ovulação, como:
“Contudo, sabe-se que todos esses sinais são influenciados pelas mudanças hormonais cíclicas, que ocorrem durante o ciclo menstrual. Basicamente os responsáveis são o estradiol na primeira fase, e a progesterona na segunda, após a ovulação. Então, a presença destes sintomas pode sugerir que está ocorrendo a produção hormonal cíclica e, dessa forma, pode sugerir que a ovulação está acontecendo”, explica a especialista.
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É fato que a observação do corpo – juntando temperatura e muco cervical –, é o meio mais natural e barato de detectar a ovulação. Mas existem outras opções para quem busca mais certezas.
Mantelli explica que existem testes de ovulação vendidos em farmácia. Eles utilizam uma pequena quantidade de urina ou de saliva para a realização, tendo confiabilidade de aproximadamente 98%.
“Quando você usa a própria saliva para analisar, no kit vem até um pequeno microscópio, uma lentizinha de aumento, em que você vê a mudança do padrão da saliva quando se está no período da ovulação”, diz.
Nos testes que contam com a utilização da urina, como no caso dos testes de gravidez, basta molhar o local indicado em um pouquinho de urina e observar as alterações de cores que ocorrem. No folheto indicativo do teste, estará mostrando a cor que corresponde ao período fértil.
De acordo com o ginecologista, os testes de farmácia são confiáveis. Exemplos de teste de ovulação de farmácia são:
Mantelli explica que o exame ovariano e o exame hormonal conseguem, através das dosagens dos hormônios, saber se a mulher está tendo pico ovulatório.
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“Pode ser feito também um ultrassom, observando o ovário e vendo a formação dos folículos, e se esta ocorrendo a ovulação”, acrescenta o ginecologista.
Agora você já sabe: com a observação do próprio corpo (temperatura basal, muco cervical) é possível estimar o momento da ovulação. Mas a ovulação só poderá ser 100% confirmada pela avaliação médica, através de dosagens hormonais e ultrassom.
Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.