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Pouca gente tem consciência disso, mas bactérias dentro do corpo humano nem sempre são sinal de doença. Vale destacar que no intestino de cada pessoa, existem bilhões de micro-organismos de diferentes espécies e patógenos (causadores ou micro-organismos específicos que provocam doenças), formando a chamada flora intestinal.
“Nos indivíduos saudáveis, há equilíbrio entre os micro-organismos saudáveis e os potencialmente maléficos, porém, este equilíbrio pode ser afetado por fatores externos, como má alimentação e uso de antibióticos”, explica Daniela de Almeida, nutricionista funcional e esportiva.
Tal desequilíbrio não apenas dificulta a digestão como também torna o aparelho digestivo vulnerável ao ataque de micro-organismos nocivos. É a partir daí que se destaca a importância dos tais lactobacilos – dos quais praticamente todas as pessoas já ouviram falar, porém, muitas vezes, sem entender seu real significado.
Daniela de Almeida explica que lactobacilos são micro-organismos que atingem o trato gastrointestinal e recompõem a microbiota do intestino, inibindo a colonização de bactérias patogênicas, e devolvendo seu equilíbrio.
Por este motivo, são chamados de probióticos (“bactérias benéficas”).
Benefícios que os lactobacilos oferecem à saúde
A nutricionista Daniela de Almeida cita abaixo os benefícios oferecidos pelos lactobacilos:
- Restabelecem o equilíbrio da microbiota do intestino;
- Melhoram a constipação (“prisão de ventre”);
- Melhoram a digestão, por ajudarem na produção de enzimas proteolíticas e lipolíticas;
- Recuperam a integridade da parede do intestino, no caso de doenças inflamatórias intestinais;
- Têm efeito anticancerígeno;
- Reduzem surtos diarreicos por combaterem os patógenos;
- Aumentam a imunidade;
- Melhoram a alergia alimentar por impedirem a translocação (mudança de um local para outro) de patógenos.
Onde são encontrados os lactobacilos?
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Daniela de Almeida ressalta que nos indivíduos saudáveis há equilíbrio entre os micro-organismos saudáveis e os potencialmente maléficos, porém, este equilíbrio pode ser afetado por fatores externos. “Alimentação inadequada, uso indiscriminado de medicamentos, estresse e sedentarismo podem causar disbiose – termo usado para este desequilíbrio dos micro-organismos intestinais”, destaca.
E é a partir daí que se destaca mais uma grande vantagem dos lactobacilos: as bactérias desse gênero podem ser ingeridas e ainda chegar vivas ao intestino, atravessando sem problemas o estômago – ambiente ácido onde a maioria dos micro-organismos não sobrevive. Ou seja, é possível, então, ingerir alimentos que contenham lactobacilos vivos.
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Vale destacar que os lactobacilos podem ser encontrados no leite puro, que acabou de sair da vaca, mas não nos leites pasteurizados (que são aqueles que encontramos à venda no mercado).
Dessa forma, os produtos comercializados que contêm lactobacilos vivos são os iogurtes e os chamados probióticos (especialmente destinados a ajudar o sistema digestivo com a introdução de micro-organismos).
A nutricionista Daniela explica que não há uma quantidade diária recomendada para a ingestão de alimentos com lactobacilos. “Acredita-se que um iogurte ao dia, aliado a uma alimentação saudável – rica em fibras e pobre em gorduras saturadas e carboidratos refinados – e à prática de exercícios físicos regular, seja suficiente para manter um intestino saudável”, destaca.
Indicações: sintomas de que já existe algum desequilíbrio na flora intestinal
Daniela Almeida cita alguns sintomas que podem indicar que já existe algum desequilíbrio na flora intestinal:
- Inchaço
- Organismo intoxicado
- Muitos gases
- Constipação
- Episódios de diarreia
- Candidíase
- Intolerância à lactose
- Síndrome do intestino irritável
- Doença de Chron
- Baixa imunidade
- Fadiga crônica
- Má absorção de vitaminas e minerais
- Desânimo
- Depressão
“Nesses casos, uma suplementação pode ser indicada”, destaca a nutricionista.
Contraindicações dos lactobacilos
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Todas as pessoas devem consumir alimentos com lactobacilos ou existem contraindicações? Esta é uma dúvida bastante comum.
Daniela de Almeida destaca que pessoas com alergia ao leite devem evitar os iogurtes. “Já as que têm intolerância à lactose, devem usar os que não a contém, os produtos chamados lacfree”, diz.
“Os lactobacilos podem ser usados ainda na forma de sachês ou cápsulas, associando-se com outras bactérias ‘do bem’, como, por exemplo, bifidobactérias, que melhoram o funcionamento intestinal e a absorção de cálcio, magnésio e ferro, além de serem eficazes contra cistites”, explica a profissional.
Mas, vale ressaltar, não é necessário sair por aí, hoje mesmo, em busca de sachês ou cápsulas de lactobacilos. A suplementação deverá ser indicada, se necessária, por um profissional (médico ou nutricionista).
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O mais importante é seguir diariamente uma boa alimentação (rica em fibras e pobre em gorduras saturadas e carboidratos refinados) associada à prática de exercícios físicos e estar sempre atenta à sua saúde… E, no caso de qualquer sintoma diferente, consultar um médico de sua confiança.