
Canva

Se alguma vez você utilizou ervas medicinais para acalmar o estresse, aliviar uma dor ou auxiliar no sono, saiba que você já recorreu à fitoterapia. A prática é antiga e seus benefícios chamam a atenção dos profissionais da saúde. Para conhecer as vantagens da técnica e esclarecer dúvidas, o Dicas de Mulher conversou com a nutricionista Gisele de Faria. Confira!
O que é a fitoterapia?
As plantas contêm diversas substâncias ativas com propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, antibacterianas, entre outras. De acordo com Gisele, especialista no assunto, a fitoterapia é “a ciência que estuda o poder das plantas medicinais, suas aplicações em tratamentos de saúde, bem como seus benefícios no funcionamento do corpo humano”.
A especialista explica que “todas as plantas são ricas em nutrientes e compostos bioativos com efeitos terapêuticos. Assim, a fitoterapia estuda a aplicação dessas substâncias na saúde”. Muitos profissionais, como médicos, nutricionistas, veterinários, farmacêuticos, enfermeiros e fisioterapeutas, buscam especializações para atuarem como fitoterapeutas. Nessa área, geralmente, os remédios prescritos envolvem infusões, tinturas, extratos, cremes e pomadas entendidos como naturais.
Origem da fitoterapia
A técnica não tem uma origem específica, uma vez que, desde a antiguidade, diferentes povos e culturas utilizavam as ervas no tratamento de doenças. Segundo a especialista, “a medicina natural data de 8.500 anos a.C.”. Além disso, estudos apontam que a sabedoria popular possui grande influência na descoberta e disseminação do conhecimento sobre as propriedades e substâncias encontradas nas folhas, raízes, flores, sementes e outras partes da planta.
Publicidade
Como funciona a fitoterapia?

Canva
Como explicado anteriormente pela nutricionista, as plantas produzem compostos bioativos que auxiliam na manutenção da saúde. Com isso, “sempre que os benefícios relacionados a essas substâncias são evidenciados por pesquisas e artigos científicos, elas podem ser utilizadas em medicamentos fitoterápicos, manipulados, industrializados ou in natura”.
Assim, “quando um paciente chega, por exemplo, com ansiedade, eu posso usar a planta Melissa Officinalis para ajudar no tratamento”. Isso porque estudos científicos apontam melhoras nos sintomas com o uso dessa erva.
O fitoterapeuta pode prescrever o uso do composto na forma de chá, caso ache mais interessante, ou solicitar que as substâncias indicadas sejam manipuladas em uma farmácia. “Depois de 30, 60 ou 90 dias, a depender do tempo de tratamento, eu reavalio os sintomas, então, retiro ou modifico a planta se necessário”, esclarece Gisele.
Relacionadas
Benefícios da fitoterapia
Os benefícios de um tratamento fitoterápico dependem da condição de saúde e dos objetivos de cada pessoa. Porém, de modo geral, a profissional explica que “as plantas atuam aliviando dores, reduzindo inflamações, aumentando a imunidade, regulando hormônios, melhorando o sono, além de diminuírem o cansaço, a ansiedade e o estresse”.
A especialista explica que os medicamentos fitoterápicos “não possuem componentes sintéticos, consequentemente, ocasionam menos danos ao organismo”. Além disso, “eles apresentam menos efeitos colaterais e contraindicações do que os medicamentos alopáticos”. Outra vantagem é que esse tipo de tratamento “favorece a biodiversidade, pois fomenta o estudo e o desenvolvimento de novas possibilidades terapêuticas”.
Publicidade
Apesar dos inúmeros benefícios, é importante ressaltar que a fitoterapia deve ser utilizada com cautela e sob orientação de um profissional qualificado, pois as plantas medicinais podem desencadear efeitos colaterais e respiratórios com outros medicamentos, além de serem contraindicadas para alguns casos.
Medicamentos fitoterápicos
A nutricionista pontua que “a fitoterapia engloba os medicamentos fitoterápicos, ou seja, as preparações elaboradas nas farmácias ou indústrias, bem como o uso popular das ervas”. Abaixo, a profissional lista as plantas mais utilizadas na prática clínica e explica cada uma delas. Acompanhe!
- Açafrão – Curcuma Longa: uma raiz muito utilizada tanto na medicina quanto na culinária. Com “potente ação anti-inflamatória”, ela é indicada para combater às infecções bacterianas, resfriados e aumentar a imunidade.
- Camomila – Matricaria Recutita: o chá de camomila tem “ação ansiolítica, que ajuda a acalmar e reduz a ansiedade”. Também auxilia no sono e melhora o desconforto intestinal.
- Gengibre – Zingiber Officinalis: famoso por oferecer uma “excelente ação digestiva e reduzir os gases intestinais”, o gengibre possui propriedades antibacterianas, anti-inflamatórias, antioxidantes, entre outras.
- Glycine Max: derivada da soja, essa substância é “um repositor hormonal natural muito usado por mulheres na menopausa”, uma vez que auxilia no alívio dos fogachos.
- Chá verde – Camellia Sinensis: “possui substâncias que agem como potentes antioxidantes, neutralizando radicais livres, além de ser excelente para a saúde cardiovascular e agir contra o envelhecimento da pele”.
- Griffonia Simplicifolia: originária do continente africano, essa planta é rica em 5-hidroxitriptofano, uma das substâncias que auxilia na produção de serotonina. Ela é muito usada no tratamento de ansiedade, distúrbios do sono, quadros de depressão, bem como sintomas de menopausa e TPM.
- Erva-cidreira – Melissa Officinalis: ajuda a reduzir os sintomas de ansiedade e distúrbios de sono, bem como os desconfortos intestinais.
- Caneleira-verdadeira – Cinnamomum verum: reduz a glicose sanguínea, por isso é muito usada no tratamento de diabetes, principalmente quando a pessoa apresenta resistência à insulina. A planta também auxilia no controle da pressão arterial e na digestão.
A fitoterapia é excelente em muitos aspectos. No entanto, dependendo do caso, ela não substitui os tratamentos médicos convencionais. Por isso, é importante buscar orientação profissional antes de iniciar um tratamento. Assim como a técnica apresentada no decorrer da matéria, a medicina ayurveda utiliza as plantas, inclusive medicamentos fitoterápicos, para promover bem-estar e qualidade de vida. Confira!

Karyne Santiago
Psicóloga apaixonada por literatura e psicanálise. Acredita que as palavras, escritas ou faladas, têm o poder de transformar.