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Situações de estresse agudo ou crônico podem desencadear reações psicossomáticas, como a febre emocional, que impactam no bem-estar das pessoas. A Dra. Giselle Alene do Hospital Mater Dei e a pediatra Dra. Daniela Anderson da Medsoul Clinic, falam sobre essa condição em adultos e crianças. Confira orientações para tratá-la.
O que é a febre emocional?
Segundo a Dra. Giselle, tecnicamente, a febre emocional ou febre psicogênica, “não é considerada uma patologia e, sim, uma reação psicossomática relacionada ao estresse agudo. Ela ocorre, principalmente, em mulheres jovens, que desenvolvem temperatura corporal central alta, podendo chegar a até 41 °C”.
A especialista informa que a febre emocional não é comum, mas a sensação pode ocorrer quando a pessoa é exposta a eventos emocionais negativos, gerando mal-estar. Dependendo da causa, a reação dura minutos ou dias.
De acordo com a médica, o transtorno de ansiedade generalizada ou a fibromialgia são fatores de risco. “Apesar de não ser perigosa a curto prazo, os sintomas impactam negativamente a qualidade de vida da pessoa”. Portanto, a febre emocional pode trazer malefícios e doenças a longo prazo.
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O que leva alguém a ter febre emocional?

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Segundo a Dra. Giselle, as causas da febre psicogênica ainda não são totalmente esclarecidas. Porém, conforme “estudos realizados em animais, o estresse aumenta a temperatura central por meio de mecanismos diferentes da febre infecciosa”. Abaixo, a médica dá mais detalhes:
- Estresse agudo: “no cotidiano, há frequentes situações de estresse e o nosso sistema nervoso, às vezes, age de maneira totalmente inapropriada. O estresse agudo pode induzir o aumento transitório da temperatura corporal”.
- Estresse crônico: “o estresse crônico pode induzir a hipertermia antecipatória, reduz as oscilações diurnas naturais na temperatura central ou, então, aumenta levemente a temperatura ao longo do dia”.
Determinadas situações, como falar em público, rotinas exaustivas de trabalho ou a perda de um ente querido, podem aumentar a temperatura corporal e sintomas de ansiedade. Então, fique atenta e procure ajuda!
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Como descobrir se é febre emocional?
Segundo a Dra. Giselle, a febre emocional é identificada por meio do relato da paciente. Observa-se se houve situação estressante, com a presença de rubor facial, calor excessivo, transpiração e mal-estar. Diferentemente da febre comum, a emocional não responde a antitérmicos e anti-inflamatórios.
Diagnóstico de febre emocional
A Dra. Giselle explica que é preciso conversar com o paciente, realizar exames e acompanhamento médico com o intuito de excluir outras causas. A avaliação é feita por médico clínico geral, psiquiatra, neurologista e, no caso de crianças, pediatra. Contudo, “não há testes e exames específicos em humanos para o diagnóstico”.
Febre emocional infantil

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Segundo a Dra. Daniela Anderson, a febre emocional na infância também é uma condição relacionada ao estresse, seja ele físico ou psicológico. Geralmente, acontece por mudanças na rotina ou acontecimentos específicos que geram frustração. “Pode ocorrer em qualquer faixa etária. É importante que um pediatra examine a criança”.
A especialista enfatiza que é fundamental “realizar uma anamnese cuidadosa, com história clínica detalhada e um exame físico bem feito”. Assim, é possível descobrir se a criança não tem uma condição clínica relacionada a essa mudança de temperatura.
Após descartar as causas clínicas, é recomendado procurar ajuda psicológica para a criança lidar com as questões emocionais. Além disso, é essencial incentivá-la a realizar atividades relacionadas ao seu bem-estar emocional.
Qual o tratamento para febre emocional?
O tratamento deve-se incluir “medidas não farmacológicas e medidas farmacológicas para controlar a ansiedade e diminuir o estresse”, explica a Dra. Giselle. Então, é preciso ter o acompanhamento de um psicólogo. Técnicas de meditação também ajudam a promover o relaxamento.
Vale lembrar que a febre emocional não é contida com o uso de anti-inflamatórios e antitérmicos. A médica recomenda a ingestão de líquidos via oral e banhos frios ou morno para reduzir a temperatura corporal. Se os sintomas mencionados durarem mais de 48 horas, é necessário procurar atendimento médico.
Cuidar da saúde mental é essencial para manter o corpo e a mente saudáveis. A psicoterapia é uma forma importante de entender as limitações e reconhecer os seus potenciais. Busque ajuda e se fortaleça!

Erika Balbino
Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.