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Dormir bem é fundamental para manter o corpo e a mente saudáveis. A apneia do sono prejudica esse processo, causa estresse e pode ser grave. A Dra. Daniela de Souza Neves, otorrinolaringologista e coordenadora da Equipe de Medicina do Sono da Rede Mater Dei de Saúde, falou sobre o assunto, explicando os principais sintomas e tratamentos.
O que é a apneia do sono?
A apneia noturna “é um distúrbio que acontece quando há pausa respiratória por mais de 10 segundos e com mais de 5 ocorrências por hora durante o sono”, explica a otorrinolaringologista.
Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), 45% da população mundial sobre com algum distúrbio do sono. Entretanto, cerca de 90% ainda não foram diagnosticados e podem ter apneia noturna. Normalmente, os primeiros sinais da doença surgem entre os 20 e 30 anos, porém, somente a partir dos 40 anos, os pacientes buscam ajuda médica e confirmam o diagnóstico.
Tipos de apneia do sono
De acordo com a Dra. Daniela, a apneia do sono pode ser classificada como “leve, moderada ou grave, dependendo do número de eventos”. Abaixo, veja mais detalhes sobre cada uma:
- Leve: ocorre de 5 a 15 pausas respiratórias por hora. Nesses casos, se não houver outra condição médica ou fatores de risco, pode ser tratada com mudanças no estilo de vida conforme avaliação e orientação médica.
- Moderada: os eventos de apneia do sono ocorrem de 15 a 30 vezes por hora.
- Grave: ocorrem mais de 30 eventos de pausas respiratórias por hora de sono.
As mulheres, principalmente na menopausa, além da interrupção noturna da respiração, podem apresentar sonolência excessiva durante o dia, depressão, irritabilidade, falta de concentração e dores de cabeça frequentes.
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Causas e agravantes da apneia do sono

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Segundo a otorrinolaringologista, “a apneia do sono pode ocorrer por diversos fatores, como hipodesenvolvimento da mandíbula, hipertrofia de amígdalas, obesidade, aumento da circunferência cervical e flacidez da musculatura faríngea”.
Agravantes
Segundo a especialista, sem tratamento, a apneia “pode causar ou agravar quadros de doenças, como a hipertensão, arritmias, infartos e insuficiência cardíaca. Geralmente, a doença compromete a qualidade de vida e o rendimento diário da pessoa.
A obesidade, a idade avançada, ingestão de bebidas alcoólicas, tabagismo e histórico familiar também são fatores de risco associados para ter apneia do sono ou agravar a doença. Portanto, para preveni-la, é importante mudar os seus hábitos e seguir as recomendações médicas.
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Sintomas da apneia do sono
A especialista explica que a apneia do sono é uma doença subdiagnosticada, pois a paciente pode não a perceber. Assim, é fundamental prestar atenção aos seguintes sinais e sintomas:
- Roncos;
- Engasgos noturnos;
- Sensação de falta de ar;
- Sonolência;
- Indisposição durante o dia;
- Alteração de concentração e memória;
- Mau humor;
- Alterações hormonais;
- Dificuldade para perder peso.
Caso esteja ganhando peso, esse também é um fator de alerta. Vale dizer que apenas um dos sintomas é insuficiente para caracterizar a apneia do sono. Além disso, um autodiagnóstico nunca é confiável – você precisa conversar com um especialista qualificado.
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Diagnóstico da apneia
A Dra. Daniela informa que o “diagnóstico da apneia é feito por médicos do sono, como otorrinolaringologista, pneumologista, neurologista ou psiquiatra”. Esses especialistas realizam “a polissonografia – um exame padrão ouro que avalia o comportamento do sono do paciente”. Além disso, os exames de videonaso e laringoscopia ajudam na avaliação anatômica. No entanto, cada caso é único e o médico pode pedir outros exames.
Tratamento da apneia do sono

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Segundo a médica, os fatores da apneia do sono são diversos, por isso, o tratamento ideal “é realizado por uma equipe multidisciplinar, compostos por todos os profissionais da área, incluindo médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogas e dentistas do sono”.
Ainda, “o tratamento do distúrbio do sono pode ser desde cirurgia nasal e cirurgia amigdaliana até o uso de aparelho de CPAP” (Continuous Positive Airway Pressure), que significa pressão positiva contínua em vias aéreas.
Recomendações médicas
A Dra. Daniela enfatiza que uma rotina saudável de sono é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Sendo assim, ela cita algumas recomendações importantes para quem tem a doença. Acompanhe!
- Regular o ciclo circadiano: o ciclo circadiano, ou relógio biológico, controla automaticamente as ações do nosso corpo durante o período de aproximadamente 24 horas. Ele influencia no sono, por isso, é importante que o ritmo esteja regulado.
- Cuidado com a alimentação: “evite alimentos pesados e bebidas alcoólicas próximo ao horário de dormir”. Além disso, não consuma cafeína, pois a substância estimula o sistema nervoso central, prejudicando o sono.
- Mudança de hábitos: hábitos como assistir TV, usar celular ou responder e-mails antes de dormir prejudicam uma rotina saudável de sono.
- Iluminação do ambiente: “mantenha o quarto escuro e silencioso”. Além disso, o ideal é instalar “lâmpadas com luz agradável no quarto, como a amarela”. Assim, quando precisar levantar à noite, a luminosidade não interfere no sono e ainda traz a sensação de tranquilidade e relaxamento.
Se não tratada adequadamente, a apneia do sono prejudica a qualidade de vida e pode desencadear outras doenças graves. Portanto, ao perceber os sintomas, procure um médico especialista. Além disso, é fundamental realizar exames periódicos para manter a saúde da mulher em dia.

Erika Balbino
Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.