Bem-estar

Memórias: o que fazer com as fotos de ex?

Canva

Com colaboração da psicóloga Rebeka Santos

Atualizado em 11.10.23

Fotos são recortes de momentos que você viveu. Elas te dão a chance de revisitar o passado de maneira positiva, para que você identifique sua evolução pessoal e até mesmo reencontre o seu “eu”. Contudo, após um término de namoro, as fotos de ex podem evocar muitos sentimentos negativos. Nesse caso, é preciso decidir entre manter ou se desfazer delas. A seguir, confira as reflexões e orientações da psicóloga Rebeka Santos sobre o assunto.

Conheça a especialista

Rebeka Santos é psicóloga e escreve sobre autoestima e relacionamentos. Seu trabalho busca enfatizar a importância do autocuidado.

O que fazer com as fotos de ex?

Na era da tecnologia, é fácil fotografar todos os momentos felizes, inclusive nos relacionamentos. Porém, quando a relação acaba, o que fazer com as fotos de ex? Segundo a psicóloga, é necessário entender que, “para esquecer um amor e encerrar um ciclo, talvez seja preciso se desfazer das coisas que fizeram parte dele”. Entretanto, é fundamental que a pessoa se sinta à vontade para tomar ou não essa decisão.

A respeito do armazenamento, digital ou físico, Rebeka pontua que não é algo errado, “desde que essas memórias sejam saudáveis e despertem bons sentimentos”. Mas a especialista adverte: “se esse tipo de lembrança faz com que você fique presa ao passado, a melhor opção é se desfazer do que te amarra a ele”.

As fotos publicadas em redes sociais também causam dúvidas. De acordo com a profissional, se elas forem mantidas, “podem gerar questionamentos e comentários de outras pessoas. Isso traz um assunto doloroso à tona e causa mal-estar e sofrimento psíquico para quem está vivenciando o término”.

É errado guardar fotos do(a) ex?

Segundo a psicóloga, antes de qualquer coisa, é necessário entender que cada término é único e cada pessoa irá vivenciá-lo à sua maneira. Sendo assim, não existe certo ou errado para esse questionamento. “Ao invés de certo ou errado, podemos, por exemplo, questionar se essa atitude traz ou não bem-estar”, pontua. Por isso, a profissional separou reflexões importantes. Veja abaixo:

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  • Como você se sente em relação a essas imagens: se elas são apenas uma recordação de bons momentos compartilhados com outra pessoa e não representam um vínculo afetivo com seu(sua) ex, guardá-las não necessariamente será um problema. Caso contrário, “talvez você esteja negando o fim desse relacionamento”.
  • Como o apego a essas fotos afeta sua evolução pessoal: pode ser um problema guardar essas lembranças “se você as utiliza como uma âncora em sua vida”, ressalta a psicóloga. É sempre bom compreender se o apego a elas te impede de progredir nas esferas pessoal e amorosa.

  • Como isso é tratado em sua relação atual: o término ficou para trás e você está se relacionando como uma nova pessoa. Como ela se sente a respeito do armazenamento dessas fotos? “É importante ser honesta e conversar sobre isso, a fim de saber quais os impactos dessa atitude na nova relação”.

A decisão de armazenar, apagar ou até mesmo queimar as fotos de ex sempre será da pessoa que vivenciou o término. Porém, é essencial levar em consideração suas emoções e os impactos que essas recordações podem gerar em sua vida. Se, mesmo assim, o desapego for algo difícil e conflituoso, talvez seja preciso recorrer à psicoterapia.

O que fazer se seu(sua) parceiro(a) guarda fotos do(a) ex?

Descobrir que a pessoa amada guarda fotos de ex pode ser um desafio para a relação. Contudo, Rebeka esclarece que é importante compreender essa atitude em sua totalidade e “não apenas julgá-la por uma única perspectiva”. O primeiro passo é se questionar “por qual motivo essas recordações geram insegurança no seu relacionamento”. Pense se a insegurança parte de sentimentos pessoais sobre si mesma, se é por ciúmes ou por autoestima baixa.

Entender o contexto da foto também pode te ajudar no momento em que for dialogar com a outra pessoa: “fotos de viagens, reuniões familiares, momentos festivos e datas importantes geralmente são mais difíceis de excluir, porque não se resumem apenas ao ex”. Já no caso de fotos íntimas, “é importante entender se a pessoa lembrava da existência delas e qual a necessidade de mantê-las após o término”.

Rebeka orienta ainda que, independentemente da maneira como você ficou sabendo da existência das fotos, é “imprescindível conversar com sua parceria em relação ao assunto, de maneira empática e honesta”. No diálogo, fale sobre como se sente, ouça o que o outro tem a dizer e estabeleça limites essenciais para melhorar a confiança e o compromisso. É importante entrar em um consenso, pois “obrigar ou julgar não vai contribuir em nada positivo para o vínculo amoroso”.

Recordações fazem parte da vida, mas é sempre bom estar alerta à proporção delas e quais seus impactos emocionais, principalmente quando se trata de relações afetivas. Afinal, em alguns casos, o apego a fotos de ex pode indicar dependência emocional e trazer diversos prejuízos para sua qualidade de vida.

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Psicóloga apaixonada por literatura e psicanálise. Acredita que as palavras, escritas ou faladas, têm o poder de transformar.