Bem-estar

Pinha: conheça os poderes antioxidantes dessa fruta

Contendo importantes nutrientes para a saúde, a pinha também pode ser um ingrediente para saborosas receitas

Atualizado em 27.06.22

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Também conhecida como fruta-do-conde, a pinha possui sabor adocicado, podendo ser consumida em sua forma natural. Sua polpa ainda pode ser utilizada no preparo de cremes, sucos e sorvetes, conferindo seu sabor marcante às mais variadas opções.

Conforme o biólogo Jean Henrique da Silva Rodrigues, doutor em Ciências Biológicas e professor de Biologia Vegetal na Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), a pinha é uma das espécies mais amplamente conhecidas no Brasil. Nativa das Antilhas, a planta foi introduzida no Brasil já no século XVII, sendo cultivada comercialmente ou mesmo em áreas urbanas, como praças e quintais.

Segunda a nutricionista Andrea Marim, a pinha é rica em carboidratos, além de ser uma ótima fonte de vitaminas, dentre elas a vitamina B1, B2, B5, A e C. Contendo minerais como cálcio, fósforo e ferro, conta ainda com proteínas e hidratos de carbono, sendo muito indicada para casos de desnutrição e anemia, além de possuir inúmeros benefícios à saúde.

Pinha, atemoia, araticum e graviola: você sabe a diferença?

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Apesar de serem espécies da mesma família, estas frutas possuem características que as diferem uma das outras. Segundo Jean, o consumo destes frutos vem aumentando devido ao aroma, textura e sabor agridoce destes exemplares, além de seu “elevado valor nutricional e propriedades benéficas”. Confira a seguir as características e diferenças entre elas, de acordo com o biólogo:

1. Pinha: também conhecida como fruta-do-conde, a pinha (Annona squamosa L.) consiste em um fruto pequeno arredondado, de casca mais rugosa. O profissional ainda revela que essa fruta é consumida principalmente in natura, já que as numerosas sementes aderidas à polpa podem dificultar o seu processamento.

2. Graviola: também considerada uma planta exótica, a gravioleira (Annona muricata L.) é originária da América central e Caribe, sendo amplamente cultivada na faixa equatorial do planeta, incluindo norte e nordeste brasileiro. “Seus frutos arredondados apresentam uma casca lisa e esverdeada, podendo chegar a oito quilos, sendo ricos em uma polpa carnosa e particularmente ácida, muito utilizada industrialmente no preparo de sucos, doces e cremes”, acrescenta.

3. Araticum: já o araticum ou marolo (Annona crassiflora) constitui uma espécie amplamente difundida no cerrado brasileiro, crescendo naturalmente e sendo consumindo in natura pelas populações nativas, sendo, contudo, pouco comercializada. O biólogo os descreve como frutos de tamanho variado, com casca grossa e rija, mas polpa branca, rica em sementes aderidas, viscosa e macia quando madura.

4. Atemoia: a atemoia, por sua vez, se originou do cruzamento entre a pinha com a cherimóia (Annona cherimola), uma Annonaceae de clima ameno nativa dos Andes. Este híbrido foi introduzido no Brasil em 1980, tendo se adaptado aos climas na região sul e sudeste do país. “O fruto verde mesmo quando maduro, se apresenta em formato de coração, tendo casca rugosa e pontiaguda e, quando comparada à pinha, a atemoia é maior, mais doce e tem menos sementes, sendo estas livres da polpa”, explica.

Em termos nutricionais, estes frutos compartilham diversas características em comum, possuindo polpa carnosa, com alto teor em água, rica em proteínas, carboidratos, ácidos graxos insaturados e sais minerais, sendo ótima fonte de reposição dos eletrólitos sódio, potássio, cálcio e magnésio. “Vale ressaltar que a atemoia devido à doçura característica, constitui fonte maior de carboidratos, exibindo cerca de 100kcal por porção de 100g”, conclui o profissional.

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7 benefícios da pinha para a saúde

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Conforme explica o biólogo, esses frutos são considerados alimentos funcionais por serem fonte natural de importantes substâncias bioativas, as quais auxiliam na prevenção e combate de diversas doenças.

“Por serem ricos em compostos fenólicos e tocoferol (vitamina E) estes frutos possuem potente ação antioxidante, podendo auxiliar no combate aos radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce e doenças degenerativas”, revela Jean.

Confira a seguir alguns dos benefícios proporcionados pelo consumo regular da pinha de acordo com a nutricionista Andrea Marim:

1. Combate à anemia: possuindo grandes quantidades de ferro e a presença da vitamina C, esta combinação aumenta o poder de absorção deste mineral pelo organismo.

2. Melhora do sistema digestivo: como esta fruta é rica em fibras, ela ajuda a combater a prisão de ventre e a constipação, além de melhorar o processo de digestão e o trânsito intestinal.

3. Fonte de vitamina C: ótima para combater a ação dos radicais livres e evitar o envelhecimento precoce das células, esta vitamina ainda ajuda a fortalecer o sistema imunológico.

4. Saúde para os olhos: através da combinação da vitamina C com a vitamina B2, conhecida como riboflavina, existe uma ação potencializadora no combate aos radicais livres, proporcionando uma boa visão.

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5. Pele e cabelos mais saudáveis: outro efeito da combinação de vitaminas C e A, ao consumir regularmente esta fruta é possível manter pele e cabelos mais bonitos e saudáveis.

6. Promove saciedade e energia: como possui grandes doses de carboidratos, confere mais energia para as atividades diárias. Já as fibras garantem a sensação de saciedade por mais tempo.

7. Possui propriedades medicinais: é possível utilizar suas folhas para o preparo de chás medicinais, os quais podem auxiliar no alívio de cãibras, espasmos e colite.

O biólogo revela que as infusões das folhas, na forma de chás, bem como o óleo das sementes são utilizados por populações tradicionais no tratamento de diversas enfermidades e, tem sido amplamente estudada por cientistas quanto às suas propriedades antimutagênicas, antitumorais, reguladoras do metabolismo e antimicrobiana.

“Vale salientar, contudo, que os estudos ainda são inconclusivos e que assim como as demais frutas, atemoia, graviola, pinha e araticum não apresentam efeitos milagrosos, mas se incluídas em uma dieta balanceada, constituem uma saborosa fonte de macronutrientes e potentes antioxidantes”, conclui o profissional.

Receitas incríveis com a pinha

Podendo ser consumida em sua forma natural, ou ainda utilizar-se de sua polpa para a elaboração de saborosas receitas, é possível preparar deliciosas opções com esta fruta. Confira a seguir algumas sugestões:

1. Sorbet de pinha

Foto: Reprodução / Simplesmente delícia

Com textura leve e muito perfumado, para fazer este sorbet é recomendado que a fruta esteja bem madura, conferindo sabor adocicado e aroma marcante. Além disso, a autora da receita revela que se a fruta estiver madura, o processo de retirada dos caroços fica muito mais fácil.

2. Mousse de pinha

Foto: Reprodução / Segredos da Tia Emília

Para garantir a cremosidade do doce, ingredientes como gelatina em pó sem sabor, creme de leite e leite condensado se fazem necessários. Novamente a fruta bem madura é a mais recomendada para o preparo do prato, devendo estar “desmanchando nas mãos”, conforme cita a autora da receita.

3. Pudim de pinha

Foto: Reprodução / Danielle Noce

Lindo de se ver e muito saboroso a quem o prova, este mini pudim de pinha conta com leite condensado, gelatina incolor, gelo e polpa processada da fruta em seu preparo. Uma calda de baunilha acompanha o doce e, para um visual ainda mais belo, carambolas fatiadas são utilizadas para decorar.

4. Frapê de pinha

Foto: Reprodução / Pitéu Cozinha Afetiva

Novamente contando com frutas mais maduras, é possível soltar os gomos da casca com a própria mão. A autora ainda ensina um truque que facilita a retirada das sementes dos gomos: basta pulsar rapidamente os gomos no liquidificador com um pouco de leite, coando a mistura em seguida.

5. Ceviche de pinha com leite de coco

Foto: Reprodução / Gastrolândia

Em vez de preparar um ceviche com peixe em pedaços, que tal escolher uma saborosa fruta e utilizar o peixe somente para aromatizar o prato? Para garantir ainda mais sabor, ingredientes como pimenta dedo de moça, leite de coco, limões, coentro, cebola roxa e gengibre picado são utilizados. Conferindo um visual mais belo, chips de batata doce para acompanhar.

6. Creme de pinha com maracujá

Foto: Reprodução / Danizukko

Para facilitar o processo de preparo do creme, o autor da receita utiliza a polpa comprada congelada, eliminando a necessidade de retirar as sementes da fruta. Esta é batida no liquidificador com sorvete de creme, conferindo textura cremosa ao doce. Para acompanhá-lo, calda de maracujá preparado com suco da fruta, leite condensado e creme de leite. Buscando um visual mais belo, adicione morangos fatiados e folhas de hortelã na finalização do prato.

Contraindicações e alertas sobre o consumo

Segundo a nutricionista Andrea, a quantidade máxima para consumo diária desta fruta seria de uma porção com 70grs, a qual equivale a aproximadamente 70kcal. Ainda de acordo com a profissional, a fruta deve ser consumida madura, evitando ingerir suas sementes. “Ela também é rica em açúcar, por isso, deve ser consumida moderadamente por pacientes diabéticos, pois pode elevar o nível de glicose no sangue”, alerta.

Possuindo elevados níveis de sais minerais, fibras, carboidratos e vitaminas, a pinha torna-se uma grande aliada da saúde, trazendo benefícios e maior riqueza nutricional ao cardápio do dia-a-dia. Adicione já este alimento à sua rotina!

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Gosto de me definir como uma pessoa plural. Curiosa por natureza, apesar da formação na área da saúde, sempre fui apaixonada pela escrita. Produtora de conteúdo, passo horas e horas pesquisando e desvendando o universo mágico feminino.