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Saiba quais os mitos e verdades sobre dominatrix, uma área do BDSM

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Atualizado em 22.12.22
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As práticas de BDSM vem se tornando cada vez mais populares graças a vários filmes e livros que abordam o assunto. A série “Amizade Dolorida”, por exemplo, mostra a saga de uma dominatrix e como ela supera os preconceitos no seu dia a dia. Mas e na vida real, como é ser uma dominatrix?

O que é uma dominatrix?

Para compreender melhor o que é ser uma dominatrix e como é esse estilo de vida, Lady Lilith e Senhora Évora comentam um pouco sobre o assunto. Lady Lilith explica que dominatrix é um vocabulário “usado a mulher que exerce controle psicológico e físico sobre um parceiro(a) submisso(a)”, ou seja, “refere-se a uma mulher que exerce papel ativo ou dominante em uma relação BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo)”. Com variações do termo “domme” ou “domina”, ela também explica que ser uma dominatrix é libertar os desejos mais inconscientes do submisso.

Já a Senhora Évora fala que a dominatrix atende pessoas praticantes do sadomasoquismo ou que tem dificuldades em satisfazer seus desejos e fantasias, justamente porque essas pessoas não são compreendidas por seus parceiros da vida cotidiana. Em suma, além de ser um estilo de prática, ser dominatrix também é um trabalho.

O que uma dominatrix faz?

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A dominatrix satisfaz os desejos sexuais ocultos que muitas vezes são considerados “esquisitos” em um relacionamento normal. Lady Lilith explica que o “prazer sádico de uma domme está em proporcionar a obediência e controle sob um submisso”. Ela ressalta que tudo é consensual e que antes das sessões há conversas, pois os limites de dominatrix e dominado devem ser respeitados. E claro, a sessão pode parar a qualquer momento, usando uma palavra ou sinal de segurança.

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Senhora Évora fala que “através da dominância profissional é possível que essas pessoas se realizarem através de sessões, com práticas relacionadas à BDSM, assim como também limites, pré-acordados, garantindo a satisfação, a segurança e a privacidade dos clientes”.

Ela também conta que se as pessoas fizessem uma autoanálise da própria sexualidade, a questão do desejo quase sempre sai do tradicional. Ela ainda dá exemplos: “em um determinado momento da relação sexual, o parceiro puxa os cabelos e dá umas palmadas na bunda da sua parceira e ela sente mais prazer por causa dessa ação”, diz. Neste caso, o casal sai fora dos padrões tradicionais e entra em uma prática fetichista, relacionada ao sadomasoquismo erótico, em que um sente prazer em infringir a dor e o outro sente prazer em receber a dor, uma cena muito comum entre outras práticas nas relações dos casais.

5 mitos e verdades sobre dominatrix

Infelizmente as dommes ainda sofrem muitos preconceitos. Existem diversos mitos e estereótipos em torno da prática, o que dificulta e às vezes pode deixar uma dominatrix em uma situação desconfortável. Ao mesmo tempo impede que outras pessoas realmente entendam o que é a prática. Por isso, veja mitos e verdades sobre esse tema:

  • MITO – As sessões de submissão tem o sexo como objetivo: A Senhora Évora explica que muitas pessoas acham que as sessões tem como principal objetivo o sexo, o que faz com que pessoas confundam dominatrix com garotas de programa. As práticas não tem o sexo como objetivo, inclusive, o sexo pode estar fora de cogitação em alguns casos.
  • VERDADE – Uma domme pode ter uma vida normal: Uma dominatrix possui vida pessoal tão comum quanto qualquer outra pessoa. Lady Lilith, por exemplo, conta que é casada, mãe, professora e estudante de psicologia. Ela vive uma vida normal com os problemas que todas as mulheres enfrentam.
  • MITO – Dominatrix tem uma personalidade agressiva: Não é porque a domme está no controle durante a sessão e usa agressividade para despertar o prazer do parceiro, que ela tem uma personalidade agressiva. Os seus personagens como dominatrix são diferentes das mulheres que são no dia a dia.
  • VERDADE- Tudo tem regra e controle: É isso mesmo! Tudo é muito sério, existem regras e nada é forçado. Tudo tem um equilíbrio e é feito com consentimento. Em conversas e até mesmo contratos, que explicam o que o submisso gostaria e também o que a domme gostaria. Tudo é combinado e a sessão pode ser interrompida a qualquer momento. Lady Lilith ainda explica que o submisso é quem tem o verdadeiro controle de tudo, pois “é ele que diz e mostra até aonde podemos ir. O único diferencial é que nós decidimos como e quando”.
  • MITO – Os parceiros são submissos em tudo na vida: Não é bem assim. O perfil dos submissos é bem variado, mas Lady Lilith fala que uma curiosidade é que os parceiros são pessoas comuns, mas que “na sua vida cotidiana são pessoas imponentes e bem sérias, até mesmo dominantes”.

A Senhora Évora deixa finaliza, dizendo que “as pessoas precisam continuar se permitindo cada vez mais, dando vazão aos seus desejos reprimidos ou guardados a sete chaves, por causa de preconceitos”. Lady Lilith também comenta que “o mundo da dominação é complexo e tem tantas nuances quanto a vida, com inseguranças que ao passar do tempo se transformam em liberdade e autoconhecimento”. Ficou interessada na prática? Veja as 20 fantasias sexuais mais comuns entre as mulheres e se aventure nesse mundo de se permitir.

Jornalista, escritora e aspirante a artista. Facinada por abelhas, plantas e artesanato. Naturalmente curiosa e investigativa. Se aventura nos mais diversos filmes e séries disponíveis online.