Bem-estar

Pediatra explica como aumentar o leite materno e o que diminui a produção

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Atualizado em 14.09.23

O aleitamento materno oferece vários benefícios para o crescimento saudável do bebê, bem como fortalece o vínculo afetivo entre mãe e filho. Entretanto, muitas mulheres passam por dificuldades no período de amamentação. A Dra. Mariana Poggiali, pediatra e neonatologista da Rede Mater Dei de Saúde, explicou como aumentar o leite materno e esclareceu dúvidas recorrentes sobre o assunto. Acompanhe!

Como funciona a produção de leite materno?

Segundo a pediatra, com as mamas esvaziadas, as glândulas mamárias são estimuladas e produzem mais leite. “Então, quanto mais o bebê mama, mais leite a mãe produzirá”. A profissional explica que algumas mulheres notam a saída do colostro (primeiro leite) a partir do 5º mês de gestação.

Nos primeiros dias após o nascimento, o bebê precisa de uma quantidade modesta de colostro, pois seu estômago é bem pequeno. Além disso, “a mulher começa a produzir mais leite a partir do 3º ou 5º dia após o parto”. Essa fase é chamada de apojadura, conhecida popularmente como “descida do leite”.

Como saber se estou produzindo leite o suficiente?

Quando a mãe não está produzindo leite suficiente, o bebê pode apresentar alterações físicas e comportamentais. Saiba quais são os principais sinais e observe seu filho:

  • Ganho de peso: se o bebê está perdendo ou ganhando pouco peso, a produção de leite materno pode estar baixa. A especialista orienta levá-lo ao pediatra “para avaliar o ganho de peso e saber se ele está mamando bem”.
  • Baixo volume de urina: assim como acontece com crianças e adultos, a baixa ingestão de líquido diminui a frequência de micção e deixa a urina do bebê com um tom amarelo-escuro.
  • Comportamento do bebê: quando o bebê não está mamando bem, ele “chora, fica irritado e tem dificuldades para dormir”.
  • Fezes densas ou ressecadas: o mecônio é a primeira matéria fecal eliminada pelo bebê nos primeiros dias após o nascimento. Depois disso, as fezes se tornam mais líquidas e amareladas. Portanto, quando o bebê não está mamando o suficiente, as fezes podem ficar mais escuras e até ressecadas, além de diminuir a frequência de evacuações.
  • Desidratação: observe se a boca do bebê está seca, se a pele ou olhos estão amarelados (icterícia). Essas alterações podem indicar uma elevada concentração de bilirrubina no sangue, substância eliminada na urina.

Esses sinais não devem ser observados isoladamente, visto que é importante investigar outras causas. Portanto, é indicado consultar um médico para avaliar cada caso.

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Como aumentar o leite materno?

Como aponta a Dra. Mariana, “a pouca produção de leite pode ser um dos desafios da maternidade, mas, geralmente, é apenas uma percepção da mãe relacionada à insegurança sobre sua capacidade de amamentar”. Por isso, confira dicas para aumentar o leite materno e facilitar esse processo:

  1. Alimentação saudável: adotar uma alimentação saudável faz parte de todo processo gestacional, mas é fundamental ter uma dieta pós-parto rica em vitaminas e nutrientes. Nas refeições, inclua frutas, verduras, legumes, carnes magras etc.
  2. Ingerir bastante água: a mãe deve se hidratar bem para ajudar na produção do alimento. Então, beba bastante água, chás, sucos naturais e leite.
  3. Dormir bem: a amamentação requer energia e exige muito do corpo da mulher. A mãe precisa “dormir bem e aproveitar para descansar enquanto o bebê também dorme”.
  4. Estimule a amamentação: “quanto mais o bebê mamar, mais a mãe produzirá leite”. É essencial manter uma rotina de amamentação e não pular as mamadas.
  5. Amamentação por demanda: “é fundamental amamentar sempre que a criança quiser e dar tempo para ela retirar o leite do peito”. Assim, amamente conforme a vontade e necessidade do bebê.
  6. Pega adequada: a mulher precisa estar em uma boa posição para amamentar. Com a cabeça e o corpo direcionados para a mãe, o bebê conseguirá abocanhar toda a aréola do peito e sugar o leite com mais facilidade.
  7. Relaxe: durante o puerpério, o corpo da mulher passa por várias mudanças, incluindo o estado emocional, que pode dificultar a produção de leite. A especialista orienta a mãe a amamentar em um “ambiente tranquilo e sem estresse”.
  8. Massagem: a massagem prepara o peito para a amamentação ser mais tranquila ao bebê. O processo envia um sinal do reflexo de ejeção ao corpo, estimulando, assim, a descida do leite.

Além dessas dicas, a mulher pode utilizar a bombinha de tirar leite para aumentar a produção. O produto também é uma ótima forma para armazenar leite materno, principalmente para as mamães que trabalham e não querem alimentar os bebês com fórmulas.

O que afeta a produção de leite materno?

Há vários fatores relacionados à hipogalactia, popularmente conhecida como baixa produção de leite. Abaixo, confira as principais causas listadas pela Dra. Mariana:

  • Agenesia do tecido mamário: durante a gestação, as glândulas mamárias passam por diversas mudanças para a amamentação. Porém, embora seja uma condição muito rara, em alguns casos, “elas não evoluem como deveriam, portanto o leite não aumenta”.
  • Hipoplasia mamária: trata-se de uma malformação do tecido mamário na puberdade. Essa condição atinge cerca de 5% de mulheres no mundo e, segundo a especialista, pode ser um dos fatores de hipogalactia.
  • Obesidade mórbida: a médica explica que mães com obesidade mórbida (índice corporal de 30 IMC ou superior) podem ter dificuldade para aumentar a produção de leite. “Nesse caso, geralmente, a hipogalactia é temporária”.
  • Anorexia: a anorexia é caracterizada quando a pessoa apresenta IMC igual ou inferior a 17,5 kg/m 2. O transtorno pode causar baixa produção de leite devido à restrição alimentar com ingestão de poucos nutrientes.

De acordo com a médica, outros fatores podem estar relacionados à hipogalactia, como hipotireoidismo, deficiência hormonal e mamoplastia redutora. Então, “é muito importante que um especialista faça o diagnóstico corretamente”.

Dúvidas frequentes sobre como aumentar o leite materno

Como o bebê ainda não sabe se comunicar, muitas vezes, a mamãe relaciona o choro à fome. Entretanto, nem sempre é falta de leite. Por isso, é importante entender o assunto, conversar com um especialista e estar sempre atenta. Abaixo, a Dra. Mariana continua esclarecendo questões relevantes. Acompanhe.

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Dicas de Mulher – Existe remédio caseiro para aumentar o leite materno?

Dra. Mariana Poggiali – Não existe remédio caseiro para produzir mais leite.

Fatores emocionais podem causar a baixa produção de leite?

Muitas vezes, a mãe fica ansiosa porque o bebê está abaixo do peso ou chora muito. Então, ela pensa que não está produzindo leite suficiente. Nesse caso, pode ser apenas um erro na técnica de amamentação, estresse ou fadiga.

Existe exercício para aumentar o leite materno?

Como dito, quanto mais a criança mamar, mais leite a mulher produzirá. Por isso, é fundamental amamentar a criança sempre que ela quiser e dar tempo para ela retirar o leite do peito.

Como saber se o bebê não está satisfeito com o leite materno?

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A quantidade de leite necessária deve ser definida pelo próprio bebê. Se ele não estiver satisfeito, apresentará sinais, como inquietação aparente, choro, virar o rosto para os lados abrindo a boca ou sugar as mãos. Lembrando que os bebês são diferentes e, com o tempo, você entenderá o que ele quer dizer com cada movimento ou gesto.

O que fazer quando a mãe não consegue amamentar?

É fundamental apoiar e orientar mães que estão lidando com conflitos associados a amamentação. Além disso, conversar com um especialista pode ajudar a mulher a ficar mais calma, bem como encontrar melhores soluções.

O leite materno favorece as defesas do organismo do bebê. Além disso, a amamentação garante um momento de troca afetiva. Principalmente para as mães de primeira viagem, é interessante tirar todas as dúvidas, assim, essa fase poderá ser experienciada com mais tranquilidade.

Formada em Letras e pós-graduada em Jornalismo Digital. Apaixonada por livros, plantas e animais. Ama viajar e pesquisar sobre outras culturas. Escreve sobre diversos assuntos, especialmente sobre saúde, bem-estar, beleza e comportamento.