Bem-estar

Enjoo na gravidez: o que fazer para aliviar o mal-estar?

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Em 20.07.23

Náuseas matinais são um dos sintomas de gravidez mais conhecidos. No entanto, o enjoo na gravidez pode ocorrer a qualquer momento e, inclusive, interferir na rotina da mulher. Rochelle Hygino, ginecologista e obstetra da MedSculp, explica por que esse sintoma aparece, quando ele pode ser um problema e dá dicas de como aliviar a sensação. Confira:

O que é e o que causa enjoo na gravidez?

Segundo Rochelle, o enjoo na gravidez “é aquela sensação de mal-estar e desconforto no estômago, que pode ser acompanhada de vômitos”. Ele ocorre mais frequentemente no período da manhã, mas nem sempre é apenas um caso de “enjoo matinal”.

De acordo com a Universidade de Warwick, o termo é “enganoso”, pois sugere que o desconforto surge apenas de manhã. Pesquisas recentes mostram que o enjoo na gravidez ocorre a qualquer momento. Sendo assim, é normal sentir náuseas em outro período do dia. Algumas gestantes nem chegam a vivenciar o sintoma, o que também é comum.

O fato é que o enjoo interfere em atividades simples do dia a dia. “Acredita-se que a causa esteja relacionada às alterações hormonais dessa fase”, explica Rochelle. A intensidade e duração do mal-estar podem variar. A frequência é maior no primeiro trimestre, mas algumas mulheres sentem enjoo até o fim da gestação.

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Como aliviar o enjoo na gravidez?

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É possível reduzir a frequência e a intensidade das náuseas mudando a rotina, sem necessitar de intervenção medicamentosa. Uma sugestão é buscar uma alimentação saudável e regrada. Rochelle, no entanto, reitera que as indicações abaixo não substituem a consulta com o profissional de confiança. Veja alternativas para aliviar o enjoo matinal:

  • Menos é mais: faça refeições menores e mais frequentes ao longo do dia.
  • Atenção ao cardápio escolhido: evite alimentos gordurosos, picantes e com cheiros fortes.
  • Opte por alimentos mais secos: consuma biscoitos de água e sal ou torradas, por exemplo.
  • Mude a forma de ingestão: experimente frutas cítricas geladas para diminuir a náusea, ou um picolé de limão.
  • Cuidado com o refluxo: evite deitar imediatamente após as refeições.
  • Mantenha-se hidratada: beba pequenos goles de água regularmente para reduzir o enjoo na gravidez.
  • Evite odores que desencadeiam náuseas: seja nos alimentos, perfumes ou produtos de limpeza. Afaste-se de qualquer cheiro considerado desagradável.
  • Relaxe e se exercite: técnicas de relaxamento, meditação e exercícios físicos durante a gravidez amenizam o mal-estar.
  • Gelado em vez de natural: se você enjoa com a vitamina prescrita pela obstetra, tente colocá-la no congelador. Isso evita aquele “arroto de peixe” causado pelo ômega 3.
  • Pratique acupuntura: a acupuntura consiste em pressionar pontos-chave do corpo, a fim de reduzir desconfortos. A técnica pode ser uma alternativa para o enjoo na gravidez.

As recomendações não medicamentosas acima citadas também são formas de evitar as náuseas ao longo da gestação. No entanto, o enjoo deve ser informado à obstetra de confiança, para que ela acompanhe as interferências desse sintoma no dia a dia da gestante.

Como evitar o enjoo na gravidez?

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As causas do enjoo são diferentes de mulher para mulher. A ginecologista aconselha observar com atenção a própria rotina e quais odores e alimentos desencadeiam o mal-estar. “Em geral, alimentos líquidos, como as sopas e cremes, tendem a piorar os sintomas”, esclarece a profissional.

Se não puder ou não quiser retirar o item da alimentação, experimente as novas formas de consumir apresentadas no tópico anterior. Segundo Rochelle, há muitos chás para enjoo, como o chá de gengibre, que alivia o mal-estar consideravelmente.

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É possível que vitaminas para gestantes sejam indicadas. Os suplementos de vitamina B6, por exemplo, ajudam a reduzir a náusea. Antes de se automedicar, a especialista recomenda consultar uma profissional.

Quando procurar ajuda médica?

A consulta periódica com a obstetra deve ser feita desde o pré-natal, para acompanhar o desenvolvimento e bem-estar tanto do bebê quanto da gestante. Ao monitorar os sintomas desde o início, sua ginecologista poderá indicar soluções específicas para o seu caso.

Lembrete

Todos os desconfortos, incluindo o enjoo, devem ser compartilhados com a profissional, que buscará oferecer os melhores cuidados a ambos.

Rochelle explica que, em alguns casos, o enjoo intenso na gravidez pode estar associado a quadros mais delicados de saúde. A hiperêmese gravídica, por exemplo, provoca vômitos mais intensos e persistentes, sem outra causa justificável. O quadro é raro, porém exige atenção. O diagnóstico e tratamento são imprescindíveis, para evitar desidratação, perda de peso e distúrbios hidroeletrolíticos.

“O tratamento ambulatorial se dá com alimentação em menores porções, em menor tempo e alimentos mais secos. Além disso, faz-se uso de medicações antieméticas”, complementa a obstetra. Casos graves exigem internação para reposição de eletrólitos e administração de uma dieta zero, com a reintrodução gradual de alimentos. A seguir, veja mais informações sobre os fatores de risco.

Fatores de risco

  • Hiperêmese gravídica: a presença desse quadro clínico se torna um fator de risco para gestações futuras. Se você tem o diagnóstico ou histórico familiar, informe à médica ainda no pré-natal. “Dessa forma, a médica poderá ter condutas preventivas ou intervencionistas precocemente, se necessário, para garantir o bem-estar do binômio mãe-bebê”, afirma Rochelle.
  • Gestão gemelar: a gravidez de gêmeos ou mais induz a produção de hormônios em grande quantidade, elevando os riscos da gravidez. Os enjoos, segundo a profissional, podem ser ainda mais intensos no primeiro trimestre. “Além disso, com dois (ou mais) bebês na barriga, o espaço disponível para os órgãos internos fica menor, o que pode aumentar o enjoo, estufamento, mal-estar”.

É necessário reafirmar que a frequência ou a intensidade dos enjoos não representa por si só uma gravidez de risco. O diagnóstico só é obtido por meio de consultas frequentes com a obstetra, que avalia caso a caso.

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Dúvidas sobre o enjoo na gravidez respondidas

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Com o surgimento de diferentes sintomas durante a gravidez, como o enjoo, surgem também receios e perguntas. Pensando nisso, a especialista Rochelle Hygino respondeu a dúvidas frequentes e trouxe curiosidades sobre o tema. Lembre-se de explicitar suas preocupações para sua médica.

Dicas de Mulher: É normal sentir enjoo durante toda a gravidez?

Rochelle Hygino: Uma parcela pequena de pacientes relata enjoos e vômitos durante toda a gestação, apesar de sabermos que, na maioria dos casos, esses sintomas cessam em até 12 semanas.

O que fazer se o enjoo não desaparecer depois do primeiro trimestre?

A paciente sempre deve conversar e expor o que está sentindo à sua obstetra durante o pré-natal, para que juntos optem pelo melhor tratamento, que pode ser desde mudanças nos hábitos alimentares até medicações para alívio dos sintomas.

É normal não sentir enjoo na gravidez?

Sim! Algumas felizardas não enjoam durante a gestação. Uma curiosidade é que mamães que esperam bebês do sexo feminino enjoam mais, devido à liberação hormonal mais intensa.

É normal sentir enjoo, mas não conseguir vomitar?

Sim, nem sempre a náusea leva a vômitos. Às vezes a paciente sente um desconforto, mas não chega a vomitar propriamente.

O que devo comer quando estou com enjoo?

Quando estiver com enjoo, é recomendado optar por alimentos leves, de fácil digestão e mais secos, como biscoitos de água e sal e torradas. Além disso, as frutas cítricas e o gengibre geralmente aliviam os sintomas. Além disso, fracione as refeições em pequenas porções ao longo do dia, para evitar que o estômago fique vazio ou cheio demais.

Sentir enjoo matinal quer dizer que estou grávida?

O enjoo matinal é um dos sintomas de presunção da gravidez, ou seja, fala bastante a favor de uma gestação. No entanto, por não ser exclusivo desse período, deve ser sempre confirmado, assim como a menstruação atrasada e a dor nas mamas.

Como você pôde ver, o acompanhamento da gravidez semana a semana é superimportante. Aproveite e tire todas as dúvidas sobre o uso do ácido fólico na gravidez.

Comunicadora, voluntária e empreendedora. Apaixonada por moda, leitura e horóscopos. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela PUC-Rio, com domínio adicional em empreendedorismo.