Dicas de Mulher
Mulheres que têm o hábito de dar uma olhadinha mais demorada em suas vulvas podem já ter percebido uma verruginha ali na região. Mas calma, nem sempre isso é motivo de pânico! De acordo com a ginecologista Karen Rocha De Pauw, especialista em Reprodução Humana pelo HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), tudo vai variar do tipo de verruga (sabia que são vários?).
O ideal é sempre pedir para seu médico de confiança dar uma olhadinha antes de se desesperar. Conversamos com a especialista para entender um pouco mais sobre esse sintoma.
O que é verruga vaginal?
Verrugas genitais são pequenos “amontoados de células” que se formam na pele, causando uma elevação na superfície que normalmente seria lisa. Muitas vezes, essas lesões podem ir se juntando, sendo chamadas de “crista de galo”, já que ficam com uma aparência elevada e formando alguns grumos, igualzinho a cabeça desses animais.
Causas da verruga vaginal
Geralmente, elas causadas pela infecção por alguns dos mais de cem tipos de vírus HPV (papilomavírus humano). Em geral, o aparecimento delas se dá através do contato com uma área que tenha alguma lesão já formada por esse vírus, que pode acontecer de diversas formas:
- Manuseio e contato: sabe aquela vontade que dá de cutucar a verruga? Pois é, isso pode fazer com que você leve essa carga viral de um local para o outro do seu corpo;
- Relações sexuais: não só durante a penetração, mas em qualquer momento em que você encosta uma parte do seu corpo na região genital da pessoa com uma verruga e depois toca em você, você pode transmitir o vírus HPV para você;
- Parto: se a mulher possui alguma verruga no canal vaginal ou na vulva, pode transmiti-la para o bebê durante o parto.
Ou seja, se encostou, pegou! Por isso que o sexo com proteção é fundamental e também é porque consideramos o HPV uma IST (infecção sexualmente transmissível), apesar de não ocorrer transmissão apenas no sexo. E é preciso se proteger não só na penetração, mas no sexo oral inclusive, já que essas verrugas podem aparecer na garganta, boca e outros locais em que há pele e mucosas.
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Se você perceber que está com uma verruguinha genital, não encoste e prefira fazer sexo de camisinha. E, se perceber que sua parceria tem alguma verruga na região, não encoste também!
Sintomas das verrugas genitais
As verrugas do HPV costumam ser assintomáticas, a não ser pela própria presença da lesão! Em alguns casos, elas podem até arder e coçar, mas não costumam doer.
É comum que elas sejam classificadas, principalmente, pelas suas características, as quais são variadas:
- Lisas, aveludadas e planas
- Com aspecto de uma couve-flor, totalmente irregulares
Como identificar
As verrugas costumam aparecer em qualquer região da área genital feminina, como pequenos e grandes lábios, clítoris, entrada ou dentro do canal vaginal e até mesmo no ânus. Além disso, são visíveis a olho nu (as lesões não visíveis são aquelas chamadas de pré-malignas e habitualmente identificadas em exames de colposcopia) e podem se juntar, formando o aspecto conhecido como “crista de galo”.
Usualmente, os tipos de HPV que causam verrugas não são os mesmos que podem evoluir para câncer de colo de útero. “Porém, o fato de você já ter o [vírus] que causa verruga, aumenta a sua chance de ter tido contato com o que causa as lesões pré-cancerígenas”, alerta Pawn. Por isso mesmo, o ideal é sempre ir ao ginecologista quando você encontrar uma lesão como essa.
E não precisa ter vergonha, já que o contato com esse vírus é supercomum! “Estima-se que até 70% das pessoas sexualmente ativas tenham tido contato com HPV”, tranquiliza a ginecologista. Seu médico não irá julgar você por isso!
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Principais dúvidas sobre verruga genital
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Esse é um assunto bem delicado e é normal surgirem dúvidas! Conversamos com a ginecologista Karen Rocha de Pawn para esclarecer os principais questionamentos do sintoma! Confira:
É normal ter verruga genital?
Como já explicamos, estimativas mostram que 70% das pessoas sexualmente ativas terão contato com o vírus do HPV. Portanto sim, é normal, mas pede atenção do médico para entender se não houve também contato com subtipos do vírus que podem causar lesões pré-cancerígenas.
É perigoso ter verruga genital?
Via de regra, os subtipos de HPV que causam verrugas não são os mesmos que ocasionam as lesões pré-cancerígenas. Mas o contato com um pode sim significar contato com o outro. De qualquer modo, é sempre importante realizar a vulvoscopia e colposcopia regularmente, já que são esses exames que perceberão se há alguma lesão pré-cancerígena relacionada ao HPV no seu trato genital inferior.
Verruga genital é sempre sintoma de HPV?
Toda verruga, seja genital ou em outros locais do corpo (como rosto, palma das mãos, sola dos pés, etc.) é causada pelo papilomavírus humano, o famoso HPV. Mas nem sempre ela significa que você pegou o subtipo relacionado a doenças malignas, como o câncer.
Como prevenir?
Como explicamos, a transmissão é feita por contato, portanto o ideal é não tocar nesse tipo de verruga com nenhuma parte do seu corpo. Mas e se eu não conseguir identificar a lesão, se ela for interna, por exemplo? Pawn dá a letra: “a principal forma [de prevenção] é através de sexo protegido, não tem outro jeito, gente”.
Como é feito o diagnóstico?
Normalmente, a verruga genital precisa ser analisada pelo ginecologista, que em algumas situações pode até coletar uma amostra e pedir uma biópsia, mas nem sempre. O mais comum é que o médico reconheça a verruga por sua aparência mesmo.
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As verrugas genital podem voltar
Infelizmente, sim! Primeiro, é importante saber que esse vírus costuma ficar encubado por tempo indeterminado: “pode ser de uma semana a cinco anos, por isso que sempre que aparece uma lesão, a gente não sabe quando foi que a pessoa pegou”, explica Pawn. E mesmo que você remova a verruga, alguma queda de imunidade pode fazer com que ela volte, já que o vírus pode continuar escondido em algum nervo da região.
Tratamento para verruga genital
Existem verrugas comuns que somem após um ou dois anos. Mas, caso o paciente deseje ou precise removê-las, isso pode ser feito por tratamentos cirúrgico ou ambulatorial, sendo eles:
- Ablação: é possível usar laser ou corrente elétrica para remover as verrugas, mas esse tipo de método pode deixar cicatrizes;
- Crioterapia: profissionais qualificados podem usar um material congelante para fazer com que a verruga seja mais facilmente removida;
- Cirurgia: pode ser feita uma incisão no local para retirar a verruga dali.
O médico ainda pode optar por fazer algum tratamento com imunomoduladores para ajudar na causa relacionada à imunidade que fez com que a verruga aparecesse. Ou seja, buscando ajuda, é fácil se tratar! Sabia que existe também vacina para HPV? Saiba mais sobre ela e quando é possível tomá-la e se proteger das consequências de alguns tipos desse vírus!
