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Melhores livros: 35 obras para conhecer e se apaixonar

Foto: iStock

Atualizado em 12.07.22

Montar uma lista com os “melhores livros” não é tarefa fácil. Afinal, dada a vasta produção literária mundial, seria impossível conhecer todos os livros. Mas, ainda que não fosse assim, como definir o que torna um livro superior ao outro?

No caso desta lista, a principal preocupação foi trazer livros diferentes, e não somente aqueles já estabelecidos na maior parte das listas. Outro cuidado foi buscar produções que contemplassem também a diversidade, como você confere abaixo.

Melhores livros clássicos

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  1. Dom Quixote, de Miguel de Cervantes: considerado o maior expoente da literatura espanhola, o livro – que trouxe inovações importantes para a época, como o uso de digressões – faz uma paródia dos romances de cavalaria que faziam sucesso naquela época. A história narra as aventuras de um fidalgo que, de tanto ler esses romances, perde a noção da realidade e decide se tornar um cavaleiro. Tanto o humor quanto a crítica vêm do embate entre a visão fantasiosa do protagonista e a dura realidade de uma Espanha em declínio.
  2. Os Irmãos Karamazov, de Fiódor Dostoiévski: Freud e Nietzsche são só algumas das muitas mentes brilhantes que recomendam este livro, do autor de Crime e Castigo. Último romance publicado por Dostoiévski, Os Irmãos Karamazov é considerado também sua obra mais complexa. Ao longo da narrativa, que conta a história da família Karamazov, diversos temas são abordados, como embates entre pais e filhos, o livre-arbítrio e a degradação moral.
  3. Quarto de Despejo, de Carolina de Jesus: Nascida em 1917, Carolina Maria de Jesus era uma mulher pobre, negra, favelada e com apenas dois anos de estudo. Ela também foi considerada uma das grandes revelações da literatura brasileira em 1960, com seu livro traduzido em 16 idiomas e lido em mais de 40 países. Primeira obra da autora, Quarto de Despejo reproduz o seu diário, em que narra seu dia a dia na comunidade.
  4. Rumo ao Farol, de Virginia Woolf: assim como ocorre com os demais livros de Virginia Woolf, a trama concreta é de pouca importância e pode ser resumida em poucas linhas: uma família viaja para a praia e deseja visitar o farol, mas a previsão é de chuva para o dia seguinte. A verdadeira história se passa na cabeça dos personagens, que se revelam ao longo dos fluxos de consciência.
  5. A Montanha Mágica, de Thomas Mann: a obra, considerada uma das mais importantes do século XX, narra a história de Hans Castorp, um jovem engenheiro que vai visitar seu primo que está em um sanatório por conta da tuberculose. É a partir de sua estada no local, ao conhecer personagens que representam diferentes posições, que tanto protagonista quanto leitor entram em contato com os principais pensamentos do período pré-guerra na Europa.
  6. Melhores livros escritos por mulheres

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  7. A Amiga Genial, de Elena Ferrante: primeiro livro da chamada série napolitana, A Amiga Genial dá início à história de duas amigas, Lila e Lenu, ao narrar a infância e a juventude delas em um bairro de Nápoles. Violento e orientado por regras próprias, o bairro tem papel importante na história, que explora questões como identidade e, principalmente, a relação entre as mulheres, com destaque para as relações de amizade e entre mãe e filha.
  8. Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf: talvez uma das obras mais famosas de Virginia Woolf, Mrs. Dalloway tem a premissa de narrar um único dia na vida da personagem que dá nome ao livro. Ao explorar seus pensamentos, assim como o de outros personagens, por meio dos fluxos de consciência, o resultado é um verdadeiro estudo do inconsciente humano, assim como um retrato da Inglaterra no período entre as guerras.
  9. O Conto da Aia, de Margaret Atwood: a obra que deu origem à série de mesmo nome explora a fragilidade dos direitos das mulheres, principalmente em épocas de crise e de um crescente conservadorismo. Através dos relatos de “Offred” (a aia do título), o leitor passa a conhecer essa sociedade na qual as mulheres são divididas em categorias e se encontram desprovidas de qualquer direito, incluindo os direitos ao trabalho, à propriedade e ao próprio corpo.
  10. Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie: da mesma autora do famoso discurso “Sejamos todos feministas”, posteriormente transformado em livro, Americanah retrata a história de amor entre Ifemelu e Obinze, que começa durante o regime militar na Nigéria. De mudança para os Estados Unidos, onde começa a estudar e a se destacar no meio acadêmico, a jovem Ifemelu irá se deparar também com o preconceito racial, com o preconceito aos imigrantes e com questões de gênero.
  11. Amada, de Toni Morrison: livro pelo qual a escritora Toni Morrison recebeu o prêmio Pulitzer de ficção, Amada também já foi eleito o romance americano mais importante dos últimos 25 anos. Ambientado em 1873, durante o período da Reconstrução dos Estados Unidos, o livro conta a história da ex-escrava Sethe. Ao conhecer uma jovem mulher chamada Amada, que ela acredita ser a reencarnação de sua filha, a protagonista se vê atormentada pelas memórias do passado, explorando assim questões importantes como as consequências psicológicas da escravidão.
  12. Melhores livros de romance

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  13. Reparação, de Ian McEwan: adaptado para as telonas em 2007, o romance é, ao mesmo tempo, uma história de amor, uma história de guerra e uma história sobre a tentativa de reparar erros do passado. Tudo começa com a jovem aspirante a escritora Briony. Ao presenciar uma sequência de cenas incompreensíveis para uma garota de 13 anos entre sua irmã mais velha o filho de um dos empregados, Briony distorce os fatos ao bel-prazer de sua fértil imaginação, com consequências graves para as pessoas à sua volta.
  14. Anna Kariênina, de Liev Tolstói: na melhor tradição da literatura russa, Anna Kariênina é uma obra completa. Por isso, espere muito mais que uma história de amor. Ao retratar o caso de infidelidade e de paixão arrebatadora da personagem que dá nome à obra, o autor explora também o que é se apaixonar em uma sociedade em que as regras sociais estão acima de qualquer sentimento.
  15. Emma, de Jane Austen: leve e divertido, o livro conta a história de Emma Woodhouse, uma jovem rica, inteligente e mimada que gosta de brincar de casamenteira sendo que, para isso, não se importa em manipular os outros. Tudo muda quando ela se vê apaixonada pelo cunhado de sua irmã, por quem sua amiga também é apaixonada. A história já foi levada para o cinema, inclusive por meio de uma adaptação bastante famosa: o filme As Patricinhas de Beverly Hills, de 1995.
  16. Dias de Abandono, de Elena Ferrante: assim como na realidade, nem só de começos vivem os romances. Primeiro livro de destaque da autora italiana, Dias de Abandono trata justamente dos dias e meses que sucedem o fim de um relacionamento, retratando sentimentos difíceis de ser organizados ou colocados em palavras.
  17. O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Marquez: o que seriam das histórias de amor romântico sem alguns obstáculos? No caso do amor entre Florentino Ariza e Fermina Daza, a contrariedade da família, um casamento forçado e mais de 50 anos sem contato direto entre os dois são só alguns deles. Junte isso a uma narrativa digna de um dos mestres do realismo fantástico e o resultado é este clássico da literatura.
  18. Melhores livros de fantasia e ficção científica

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  19. A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Guin: Genly Ai, protagonista desta premiada história de ficção científica, tem a difícil tarefa de convencer os governos do planeta Gethen a se juntar a uma comunidade universal. Ainda mais difícil para ele, porém, parece ser lidar com as pessoas em um planeta em que ninguém tem sexo definido, fazendo com que o protagonista se depare a todo momento com seus próprios preconceitos em relação ao gênero.
  20. O Circo da Noite, por Erin Morgenstern: Celia e Marco são dois jovens mágicos destinados a travar entre si um duelo mortal. O problema é que eles não sabem disso. Integrantes de uma trupe circense que só realiza performances durante a noite, os dois acabam se apaixonando e formando uma grande parceria. Se ao menos as coisas pudessem ser do jeito que eles gostariam…
  21. A Ordem Vermelha, de Felipe Castilho: na última região habitada da terra, una é uma deusa que reina soberana, decidindo sobre a vida de humanos, anões, gigantes, sinfos, kaorshs e gnolls. Mas A Ordem Vermelha não conta a história dela, e sim a de um grupo de rebeldes que ousa desafiá-la a fim de acabar com a opressão e conseguir a liberdade. Ao longo do caminho, além de enfrentar suas diferenças, eles irão se deparar também com diversos questionamentos, incluindo o medo do desconhecido.
  22. A Quinta Estação, por N.K. Jemisin: foi com este livro que a escritora N.K. Jemisin se tornou a primeira mulher negra a receber o prestigioso prêmio Hugo de ficção científica. A história se passa em Quietude, um continente assolado por catástrofes de origem tectônica. Nele vivem os quietos e os chamados orogenes, pessoas capazes de controlar as forças naturais que, longe de ser aceitas, são bastante perseguidas e controladas em centros disciplinares mantidos pelos Guardiões. Através dessa metáfora, a escritora explora diversos temas importantes, com destaque para o racismo e a misoginia.
  23. Kindred, de Octavia Butler: finalmente traduzido para o português, o livro, publicado originalmente em 1979, conta a história de Dana, uma mulher negra dos dias de hoje que, depois de uma mudança de casa, passa a ser transportada para o passado sempre que um garoto chamado Rufus encontra-se em perigo. Antepassado de Dana, Rufus é branco e filho de um fazendeiro dono de escravos, o que leva a protagonista a presenciar os horrores dessa época. Além disso, Rufus demonstra não estar acima dessas crueldades. Por isso, Dana vai pouco a pouco tentando ensinar a ele coisas que possam melhorar a vida dos escravos.
  24. Melhores livros de suspense e terror

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  25. Objetos Cortantes, de Gillian Flynn: escrito por uma das autoras de suspense mais interessantes da atualidade (autora também do livro que deu origem ao sucesso cinematográfico Garota Exemplar), Objetos Cortantes conta a história de Camille Parker, repórter recém-saída de um hospital psiquiátrico. De volta à sua cidade natal para cobrir o caso de um assassinato e de um desaparecimento que parecem estar ligados, ela se vê diante de fantasmas do passado que se mesclam aos horrores dos crimes atuais.
  26. A Sangue Frio, de Truman Capote: nada mais assustador que uma história macabra baseada em fatos reais. Considerada a primeira obra do chamado Novo Jornalismo, A Sangue Frio narra a história do assassinato brutal de uma família de quatro pessoas na cidade de Holcomb. A reconstrução, que segue a estrutura de um romance, foi feita a partir do acesso a documentos e das conversas do próprio autor com pessoas próximas às vítimas e, principalmente, com os autores do crime.
  27. As Coisas que Perdemos no Fogo, de Mariana Enriquez: formado por 12 contos, a obra da escritora argentina mescla, de maneira habilidosa, fenômenos paranormais e macabros aos horrores do cotidiano, como a miséria, incêndios, residências abandonadas na cidade e a automutilação. Ao final de cada conto ricamente ambientado na cidade de Buenos Aires, é difícil determinar o que é mais assustador, se os elementos paranormais ou a própria realidade.
  28. O Colecionador, de John Fowles: escrito em 1963 e adaptado para o cinema em 1965, o livro finalmente ganhou uma re-edição. A obra conta a história de Frederick Clegg e de Miranda Gray. Ele é um homem solitário e profundamente apaixonado que só deseja passar um tempo a sós com ela. Poderia ser uma história de amor, não fosse o fato de que ele a sequestra a mantém em cativeiro, acreditando poder forçá-la a se apaixonar por ele. Além da trama intrigante, outro mérito do autor é a narrativa a partir dos dois pontos de vistas, o que permite trazer à tona temas como solidão e a liberdade.
  29. Jantar Secreto, de Raphael Montes: terceira obra publicada do jovem escritor brasileiro Raphael Montes, o livro conta a história de um grupo de amigos do Paraná que se muda para o Rio de Janeiro para estudar e viver novas experiências. Para ganhar dinheiro, eles decidem promover jantares secretos para a elite carioca. Mas o problema começa já na escolha do cardápio, quando um dos garotos sugere que eles sirvam carne humana.
  30. Melhores livros de contos e de poesias

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  31. Poemas, de Wislawa Szymborska: para muita gente, poesia é sinônimo de uma linguagem formal e repleta de firulas desnecessárias que dificultam a compreensão. É justamente por não se enquadrar nessa definição que esta antologia de 44 poemas se destaca, provando que não é preciso ter uma linguagem rebuscada para tratar da existência.
  32. Olhos d’Água, de Conceição Evaristo: escrito pela autora que está prestes a se tornar a primeira negra a entrar para a Academia Brasileira de Letras, o livro é composto por contos que se desenrolam sempre ao redor de uma mulher negra. Embora sejam diferentes em diversos aspectos, juntas elas formam um rico panorama, abordando temas como a pobreza e a violência urbana.
  33. Todos os Contos, de Clarice Lispector: ainda que tenha se tornado uma espécie de brincadeira creditar qualquer frase impactante da internet à autora, ler Clarice Lispector pela primeira vez é uma tarefa desafiadora. Por isso mesmo, uma das melhores formas de travar contato com as suas obras é por meio de seus contos, que estão todos reunidos neste livro.
  34. Contos de Mentira, de Luisa Geisler: vencedor do Prêmio Sesc de Literatura de 2010, o livro foi escrito quando a autora tinha apenas 19 anos. Como sugere o título do livro, o tema central é a mentira, seja ela uma mentira superficial que falamos no dia a dia, ou uma mentira mais profunda, que esconde nossa verdadeira essência. Segundo a autora, a ideia para o livro surgiu quando ela leu, em uma reportagem, que a mentira mais falada de todas é o “está tudo bem”, que usamos sem pensar quando nos perguntam como estamos.
  35. Heroínas Negras Brasileiras em 15 Cordéis, de Jarid Arraes: com uma proposta diferente e visualmente deslumbrante, o livro apresenta ao leitor, por meio da literatura de cordel, a história de 15 mulheres negras importantes para a história do Brasil. Entre as homenageadas estão, por exemplo, a escritora Carolina Maria de Jesus (já citada acima), Laudelina de Campos (ativista e fundadora do primeiro sindicato de empregadas domésticas) e Dandara dos Palmares (esposa de Zumbi que lutou com ele pela libertação dos negros no Brasil). As ilustrações são de Gabriela Pires.
  36. Melhores livros de humor

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  37. Cadê você, Bernadette, de Maria Semple: muito divertido, o livro trata de um tema bastante delicado, que é o “apagamento” da mulher com a maternidade. No caso de Bernadette Fox, uma brilhante arquiteta que largou tudo para se dedicar à filha e à família, esse desaparecimento é tanto simbólico quanto literal, com o sumiço da personagem assim que ela descobre que terá que ir à Antártida a pedido de sua filha Bee. A partir daí, a garota irá juntar cartas, documentos e e-mails a fim de localizar o paradeiro de sua mãe, acabando por descobrir – em meio a muitas risadas – quem é, afinal, essa mulher extraordinária.
  38. O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams: um verdadeiro clássico da ficção científica, o livro usa como pretexto uma viagem pelas galáxias feita por personagens tão excêntricos quanto carismáticos para satirizar temas bastante conhecidos de nós, terráqueos. É o caso, por exemplo, da burocracia governamental, da eterna busca pelo sentido da vida, da fé e mesmo do progresso.
  39. Ficando Longe do Fato de Já Estar Meio Que Longe de Tudo, de David Foster Wallace: composto por ensaios escritos por David Foster Wallace ao longo de sua carreira como repórter, o livro é tido como uma ótima porta de entrada para a escrita ácida e contundente do autor. Espere dar muitas risadas com textos como “Uma coisa supostamente divertida que eu nunca mais vou fazer”, no qual ele relata sua experiência em um cruzeiro. Ao mesmo tempo, é bem possível que você termine a leitura do livro com um novo olhar sobre cada um dos temas tratados pelo autor.
  40. Meu Pescoço É Um Horror, de Nora Ephron: a autora é velha conhecida dos amantes do cinema por filmes de comédia romântica como Sintonia de Amor, Mensagem para Você e Julie e Julia. Nos últimos anos de sua vida, no entanto, ela se dedicou também à escrita de ensaios como os que dão origem a este livro com reflexões espirituosas a respeito do envelhecimento.
  41. Como Ser Mulher, de Caitlin Moran: considerado por muitas como uma boa leitura inicial para começar a entender o feminismo, o livro se propõe a responder perguntas que ainda assolam o cotidiano das mulheres, como “por que as pessoas insistem em perguntar quando elas vão ter filhos”. Além dos temas abordados, outro mérito do livro é a escrita afiada, irônica e sarcástica da autora, garantia de boas risadas.

E então, pronta para começar a maratona de leitura? Uma dica para quem tem a rotina muito corrida é aproveitar para ler nos fins de semana. Para quem anda com dificuldade de aproveitar os dias de folga como gostaria, confira dicas de como deixá-los mais produtivos.

Jornalista introvertida apaixonada por tudo o que é bonito e/ou gostoso nesta vida.