Que ridícula!

Seria incrível se as mulheres tivessem só um pouquinho da autoconfiança que os homens têm na cama, não é mesmo? Tenho mesmo a impressão de que, desde que não envolva o corpo deles, eles estão sempre prontos para pedir o que lhes vier à cabeça: sexo a três, fantasias eróticas, jogos, produtos, lugares… Acredito que as resistências do homem hétero, na cama, estão muito ligados àquilo que culturalmente associamos ao feminino, como gemer ou ser penetrado (ai, se eles soubessem como é bom!).

Do lado das mulheres, temos aquelas que evitam entrar em contato com o próprio prazer ou com suas próprias fantasias. Algumas delas tiveram somente o marido/namorado como parceiro sexual e podem ficar reféns das preferências dele, inseguras sobre o que é “certo e errado”. Uma pesquisa com cerca de 1.000 leitoras do Dicas de Mulher revelou que 60% delas em relacionamentos sérios já se sentiram ridicularizadas por seus parceiros ao propor algo novo na cama. Isso é preocupante e precisamos falar sobre nosso direito de ter prazer!

Não há “certo e errado” quando o assunto é sexo!

Como eu sempre costumo dizer: na cama, a única regra é o consentimento. Devemos estar confortáveis e seguras sobre o que estamos fazendo ali. A partir disso, todas as fantasias são válidas, desde que o parceiro tope. Há parceiros que são mais “caretas”, e até desconfiam de suas companheiras quando elas propõem algo novo. Isso é cultural, se chama machismo estrutural, e pode envolver uma boa dose de insegurança masculina disfarçada por violência. Mas a intimidade de um casal é composta justamente pela liberdade de trazer para fora nossas fantasias mais malucas. E aí, é claro, o parceiro pode ou não topar realizar as fantasias com você.

Como saber se serei ridicularizada?

Ser ridicularizada significa não ser levada a sério, certo? Veja: a vida íntima de um casal é uma das coisas mais valiosas que se pode ter. É justamente porque ela existe que vocês são namorados/noivos/casados – e não somente amigos. Abrir uma fantasia para o parceiro é levar a sério a relação a dois e, se ele te ridiculariza por isso, algo vai bem mal! Saiba que todos nós temos desejos e imaginamos cenários, situações e lugares diferentes do habitual, a diferença é que poucas se permitem viver isso. O ideal é que conversa sobre sexo seja sempre franca e que essas novas ideias possam aparecer em momentos de diálogo aberto e leve.

De forma geral, transar é ridículo!

Por fim, quero que você pense em uma coisa: qual é a lógica de trocarmos saliva? Qual o sentido de beijarmos as partes íntimas de outra pessoa? Por que cargas d’água esfregamos nosso corpo em outro corpo? Por que gememos quando temos prazer? O sexo, no final das contas, é bastante sem sentido. Ter prazer é liberar nosso lado brincalhão, deixar de fora a seriedade do dia a dia e nos permitir, de fato, gozar! Por isso, é comum darmos risada de algumas coisas que acontecem ali, o que é muito diferente de ridicularizar e menosprezar o outro. Avalie se seu parceiro está te ridicularizando ou se você não está se permitindo rir de si mesma em busca do seu prazer. Se você identifica que há apenas um medo imaginário, e que seu par de fato pode te ouvir e te ajudar a realizar seus mais secretos desejos, por que não tentar? Afinal de contas, rir (e transar!) é sempre o melhor remédio!