Bem-estar

Tomar vinho ajuda a emagrecer: mito ou verdade?

As bebidas alcóolicas são apontadas como vilãs do emagrecimento, mas o vinho costuma ser visto como exceção. Será que essa informação é real?

Atualizado em 27.06.22

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Se você entrar no Google e procurar dicas de como emagrecer, é bem possível que você encontre recomendações para evitar o consumo de qualquer bebida alcóolica, pois elas são muito calóricas.

Essas recomendações costumam ser acompanhadas por uma ressalva: diferente das outras bebidas, o vinho poderia ser consumido mesmo por pessoas que querem perder alguns quilinhos, porque ele ajudaria no emagrecimento.

O vinho tinto é uma bebida conhecida por seu conteúdo de flavonoides, que têm poder antioxidante. Essas substâncias são benéficas para nossa saúde, pois eles atuam neutralizando radicais livres e impedindo a oxidação do colesterol ruim (LDL), diminuindo os riscos relacionados a doenças como a aterosclerose.

Mas será que esses benefícios também incluem uma mãozinha no processo de emagrecimento? A resposta depende da fonte que você considerar.

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Taça meio cheia: o vinho evita o ganho de peso e ajuda a queimar gordura

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De acordo com uma pesquisa de 2009 realizada na Universidade de Harvard, nos EUA, o consumo de bebidas alcoólicas, entre elas o vinho, poderia evitar o ganho de peso. Nesse estudo, os cientistas acompanharam quase 20 mil mulheres durante 13 anos, observando seu peso e seus hábitos em relação ao consumo de álcool.

O resultado foi que, quando comparadas com as participantes que nunca bebiam, as mulheres que relatavam um consumo de bebida alcoólica de leve a moderado apresentaram um risco menor de desenvolver sobrepeso ou se tornarem obesas.

Entre as bebidas testadas na pesquisa (cerveja, vinho branco, vinho tinto e destilados), o vinho tinto foi o que mais se destacou na prevenção do ganho de peso.

Um segundo estudo, realizado na Universidade Estadual do Oregon, nos EUA, e publicado em 2014, demonstrou que o consumo de vinho tinto ou de suco feito com uvas de casca escura realmente pode ajudar pessoas com sobrepeso a queimar gordura. Esse efeito aconteceria por causa do ácido elágico, presente nesse tipo de uva.

Segundo o Dr. Neil Shay, um dos pesquisadores desse estudo, o ácido elágico retardou o crescimento das células de gordura já existentes e inibiu a formação de novas células adiposas (quando testado em laboratório). Além disso, essa substância mostrou ser capaz de acelerar o metabolismo de ácidos graxos pelo fígado.

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Taça meio vazia: o vinho NÃO ajuda a emagrecer

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Até aí, as notícias parecem muito boas para os amantes do vinho. Porém, infelizmente, esses resultados não podem ser considerados definitivos.

O primeiro motivo para isso é que o próprio Dr. Shay, que conduziu o segundo estudo, fez uma ressalva sobre os resultados. A conclusão da pesquisa foi que o vinho tinto pode ajudar a queimar gordura e a acelerar o metabolismo dos ácidos graxos, mas isso não necessariamente se traduz em perda de peso em todas as situações.

O segundo motivo para não podermos comemorar as boas novas com um brinde é que os componentes da uva benéficos para a nossa saúde podem ser perdidos durante o processo de fabricação do vinho.

Assim, a casca da uva exerceria efeitos positivos sobre nosso organismo, mas o vinho tinto não teria necessariamente esses mesmo efeitos – pelo menos não na mesma quantidade que a fruta in natura.

Eu posso beber meu vinho ou jogo tudo pelo ralo?

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O álcool, independente da bebida, é uma fonte de calorias vazias, que não oferecem nenhum nutriente importante para o nosso organismo. Ou seja, o consumo de álcool em excesso vai levar sim ao ganho de peso – e a uma série de outros problemas de saúde.

Portanto, para que você possa tomar seu vinho sem acumular peso e aproveitar suas propriedades antioxidantes, é necessário ter um consumo moderado e fazer algumas substituições.

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Por exemplo, se você faz questão de tomar uma tacinha de vinho diariamente, pode ser uma boa ideia suspender o chocolate no meio da tarde ou a sobremesa depois do almoço. O segredo, como sempre, é o equilíbrio.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Formada em Letras na Universidade Federal do Paraná e MBA em Business Intelligence pela Universidade Positivo.