Bem-estar

Perigos de misturar anticoncepcional com outros medicamentos

Alguns componentes, quando misturados aos do anticoncepcional, podem diminuir sua eficácia

Atualizado em 07.06.23

Foto: Thinkstock

Você já ouviu falar de alguém que engravidou mesmo tomando anticoncepcional? Talvez tenha até alguma amiga ou conhecida bem próxima que passou por essa situação, certo? Pois saiba que esse tipo de caso é mais comum do que você imagina – e pode ser causado pela mistura da pílula anticoncepcional com outros medicamentos, destinados a tratamentos médicos variados.

Além disso, há o óbvio risco para a saúde quando utilizamos vários medicamentos de forma simultânea. De acordo com um levantamento do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (Sinitox), do Instituto Fio Cruz, o uso indiscriminado de medicamentos é responsável pela maior parte das intoxicações, estando mesmo na frente da ingestão de venenos, agrotóxicos e até drogas.

O que ocorre é que a maioria dos medicamentos que tomamos é primeiro processada no fígado. Em seguida, as substâncias e princípios ativos são distribuídas pelo organismo através da corrente sanguínea.

Nessa passagem pelo fígado, algumas substâncias exigem um esforço maior do órgão para que possam ser absorvidas e é isso que faz com que outras substâncias, provenientes de outros medicamentos, deixem de ser corretamente absorvidas. Por isso é comum dizer que um medicamento “cortou o efeito” do outro.

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Em alguns casos, a pílula anticoncepcional pode perder até 50% de seu efeito quando misturada a outros medicamentos. É claro que nem todas as drogas receitadas pelos especialistas alteram o funcionamento do anticoncepcional, mas há cerca de 400 remédios cujo princípio ativo influencia de alguma forma não apenas na eficácia do anticoncepcional. Alguns medicamentos podem causar outros problemas, quando tomados juntamente com os anticoncepcionais.

Anticoncepcional e remédios para tratamento psiquiátrico em geral

Os medicamentos barbitúricos, como o fenobarbital (presente no Gardenal) e a carbamazepina (utilizada em pílulas contra a epilepsia) podem reduzir drasticamente os efeitos do anticoncepcional.

Anticoncepcional e Erva de São João

A Erva de São João é um medicamento fitoterápico, utilizado como antidepressivo natural. O que parece inofensivo, na verdade, pode anular o efeito do anticoncepcional em até 60%.

Anticoncepcional e procinéticos/laxantes

Procinéticos são os medicamentos usados no tratamento de refluxo. Tanto os procinéticos quanto os laxantes diminuem o tempo de permanência do anticoncepcional no intestino, diminuindo sua absorção e, naturalmente, sua eficácia.

Anticoncepcional e antibióticos

A maior parte dos antibióticos interfere no funcionamento dos anticoncepcionais, mas os considerados mais danosos são aqueles cuja fórmula contém rifampicina. Esses cortam o efeito em até 50%.

Outras combinações

Combinar anticoncepcional e antiinflamatórios, antifúngicos, analgésicos e até medicamentos antimicóticos pode reduzir a eficácia do tratamento. Os antiinflamatórios, quando tomados de maneira conjunta com os anticoncepcionais, podem causar sangramento.

Fatores indiretos

Além dos medicamentos, outros fatores também podem diminuir o efeito do anticoncepcional de maneira indireta.

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O consumo de bebidas alcoólicas, por exemplo, não compromete o tratamento, desde que a mulher não exagere, vindo a vomitar. O vômito causado pelo excesso de álcool, sim, pode afetar o efeito da pílula. Da mesma forma, uma eventual diarreia também pode ser a responsável por essa diminuição.

O cigarro é outro fator decisivo. A combinação entre ele e a pílula aumenta o risco de doenças cardiovasculares, já que o método contraceptivo é composto de estrogênio e progesterona. Assim, a única pílula indicada para mulheres fumantes é a que contém apenas progesterona em sua composição.

É fundamental conversar com o médico antes de misturar quaisquer medicamentos. Ele pode te orientar adequadamente para que você tome os cuidados necessários, caso a medicação a ser tomada não possa ser substituída.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Formada em Secretariado Executivo Trilíngue pela UEM e graduanda em Jornalismo pela UEL.