Bem-estar

Acne não afeta somente quem tem pele oleosa

Dicas de Mulher

Atualizado em 23.10.23

A acne pode ser bastante incômoda, principalmente quando aparece em regiões mais visíveis, como o rosto. As famosas espinhas são mais comuns na puberdade, porém, em alguns casos, reaparecem na vida adulta. Seria sua causa hormonal? A doutora Giovanna Mori Almeida, médica dermatologista do Hospital Albert Sabin de SP, falou sobre o assunto e explicou os tratamentos viáveis. Acompanhe a matéria!

O que é a acne

A dermatologista explicou que “o processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos resulta nos cravos e espinhas”. Assim, a acne é uma inflamação que acontece quando os poros são obstruídos devido ao excesso de oleosidade e células mortas da pele.

Causas da acne

Muitas pessoas acreditam que apenas as peles oleosas sofrem com espinhas e cravos, porém a oleosidade não é a única causa do problema. Abaixo, a dermatologista citou e explicou outros fatores:

  • Predisposição genética: esse fator está relacionado aos tipo de pele, se será mais oleosa ou mais seca, o que pode influenciar no surgimento da acne.
  • Hormonal: as variações hormonais influenciam no surgimento da acne. Tanto que os adolescentes lidam com muitos cravos e espinhas inflamadas.
  • Medicamentosa: o uso de corticoides, do anticoncepcional e alguns medicamentos podem resultar no aparecimento de cravos e espinhas.
  • Uso de determinados cosméticos: outro fator relacionado à oleosidade. Por isso é preciso escolher os produtos próprios para o seu tipo de pele. Se o produto contribui para entupir os poros, a inflamação surge.
  • Hábitos alimentares: beber pouca água e focar em alimentos muito gordurosos contribui para o problema. O ideal é se hidratar bem e ter uma alimentação equilibrada e saudável.

A doutora comentou que a acne pode ser mais frequente em mulheres que tomam determinados anticoncepcionais ou têm ovários policísticos. “Em ambos os casos, a questão está relacionada às alterações hormonais”.

Tipos de acne

A doutora explicou que há diversos tipos de acne. Abaixo, conheça quais são os mais comuns e suas características.

Acne vulgar

De acordo com a dermatologista, a acne vulgar “é aquela que surge na adolescência em ambos os sexos. Em alguns casos, as lesões são bem discretas, já em outros, apresentam intensidades acentuadas, inclusive quadros graves”.

Esse tipo de inflamação se manifesta em cravos, pápulas, espinhas, nódulos e cistos. Almeida ressaltou que “não cuidar e o tratamento inadequado podem ocasionar cicatrizes inestéticas e indesejáveis”.

Acne comedogênica

A acne comedogênica “não é inflamatória e surge na puberdade. São cravinhos e espinhas que não incomodam tanto. Também é chamada de acne de grau I”, explicou Almeida. Os sintomas mais visíveis são cravos e pápulas. Além disso, é o tipo mais comum e menos grave, praticamente todas as mulheres lidam com ela na adolescência.

Acne papulopustulosa

Também conhecida como acne inflamatória, além da presença dos cravos e comedões, a papulopustulosa apresenta infecção e lesões com pus. Segundo a especialista, “pode ter um número variável de lesões, porém a seborreia sempre está presente”.

Esse tipo de acne é conhecido como grau II, pois a presença de pus e o incômodo são maiores em comparação aos cravos e espinhas que aparecem no grau I. Além disso, surgem comedões, pápulas eritematosas e pústulas.

Acne nódulo-cística

A acne nódulo-cística está no grau III. “Também conhecida como espinha interna, ela é bastante dolorida. Sua presença é mais comum no rosto e no tórax. Geralmente, desaparece sozinha, entretanto, quando isso não acontece, é preciso usar medicamentos para tratar”, citou a dermatologista. As características mais comuns deste tipo de acne são comedões, pápulas, pústulas, seborreia, nódulos e cistos.

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“Pode ocorrer piora em situações de estresse, no período menstrual ou em casos de uso de medicamentos (corticoides e vitaminas do complexo B), contato com produtos gordurosos, e, principalmente, com o hábito de espremer cravos e espinhas”, explicou Almeida.

Acne conglobata

De acordo com a dermatologista, a conglobata é “uma forma grave de acne com nódulos purulentos, numerosos e grandes. Ela forma abscessos e fístulas que drenam pus”. Os sintomas mais comuns são nódulos com pus, abscessos e fístulas, além disso, apresenta grau IV e precisa de tratamento feito diretamente com o dermatologista.

Acne fulminante

A fulminante é um tipo raro de acne que surge quando “a conglobata evolui subitamente com febre, dores articulares, eritema inflamatório, necrose e hemorragia em algumas lesões”, citou Almeida. Os sintomas são os mesmos da conglobata com algumas agravações, incluindo nódulos com pus, abscessos, fístulas, febre, dor nas articulações, mal-estar e hemorragia nas lesões.

Embora também afete as mulheres, a fulminante é mais comum nos homens e aparece no rosto, costas e peito. Essa acne de grau V precisa de tratamento com medicação e, em alguns casos, pode exigir cirurgia para remover as lesões.

Esses são os tipos de acne mais comuns. Para finalizar, a dermatologista comentou que há outras variações, como a acne hormonal, a acne pós-adolescência e a acne androgênica – todas resultantes de variações hormonais e endócrinas.

Tratamentos para a acne

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A dermatologista não recomenda tratamentos caseiros para cravos e espinhas. “Por mais que se trate do grau I, o ideal é usar produtos específicos para sua pele e procurar um especialista caso as lesões incomodem muito”. Dentre as opções mais usadas, estão:

Produtos tópicos

Entre os produtos tópicos, estão os “sabonetes que auxiliam no controle de oleosidade, hidratante adequado para a pele em questão e ácidos em gel, como o ácido retinoico, ácido azelaico e peróxido de benzoíla”, explicou Almeida.

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Antibióticos

A dermatologista comentou que os antibióticos são “indicados para a acne papulopustulosa, geralmente, associados ao uso de produtos tópicos”. O medicamento é aplicado diretamente no rosto ou região afetada, porém, se não houver melhora, o dermatologista poderá indicar um remédio via oral.

Isotretinoína

A Isotretinoína “é uma medicação que atua efetivamente na glândula sebácea, diminuindo e normalizando a produção de sebo e a queratinização folicular alterada”. Pode ser recomendada nos casos do tipo papulopustulosa sem melhora após o uso de antibiótico e para as acnes nódulo-císticas, conglobatas e fulminantes.

Independentemente da quantidade de cravos e espinhas, a dermatologista ressaltou que você não deve espremer ou apertar as lesões. Isso acaba piorando o problema. Faça a higienização correta e, nos casos mais graves, procure um médico de sua confiança para iniciar o tratamento ideal. Agora, aproveite para ler também a matéria sobre pele acneica.

Escritora com 8 livros publicados e apresentadora de um programa de rádio sobre literatura nacional, o Capivaras Leitoras. Ama ler, viajar e passar um tempo com a Buffy, sua cachorrinha vira-lata.