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6 dicas valiosas para você que busca comprar um imóvel e ter um cantinho seu

Dicas de Mulher

Além de dicas para se organizar financeiramente, especialistas explicam se o imóvel deve ser novo, usado ou na planta

Atualizado em 19.10.23

A compra de um imóvel é o sonho de muitas mulheres em diferentes faixas etárias. Não importa se é um apartamento ou uma casa, o objetivo é o mesmo: livrar-se do aluguel e ter um cantinho para chamar de seu, seja para morar sozinha ou viver com sua família. Das finanças à localização, são muitos os pontos a considerar para que a compra de um casa ou apartamento seja tranquila.

O Dicas de Mulher conversou com Vivian Katzenelson, especialista imobiliária, que trouxe dicas práticas para ajudar nessa missão. Além disso, trouxe sugestões de Aline Zamboti, líder de Customer Experience do Apto, sobre a escolha entre imóveis novos, usados ou na planta.

Dicas para comprar seu imóvel com segurança

Do planejamento financeiro a entender que local é realmente ideal para você, conforme suas necessidades, saiba como se organizar para ter seu cantinho dos sonhos na sequência!

1. Planejar e organizar suas finanças

A especialista deixa claro a importância de conhecer os seus números, ou seja, entender como estão suas finanças antes de começar a pesquisa pelo imóvel. Para ela, além deste primeiro passo, é indispensável pensar numa fonte de renda extra segura e identificar um bom financiamento para a aquisição.

“Faça uma planilha, detalhando todas as suas receitas e despesas no mês. A diferença entre elas indicará qual o valor do imóvel que você consegue adquirir através de um financiamento imobiliário”, explica Vivian. Além disso, recomenda investir as sobras de renda em títulos de renda fixa (CDB, fundo de renda fixa, LCI, LCA).

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Para o terceiro e último passo ela indica que você “faça uma pesquisa das taxas oferecidas pelos principais bancos (Caixa, Santander, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil), que podem variar bastante de um para outro. Contudo, não se esqueça, ao adquirir um imóvel através de um financiamento imobiliário você estará assumindo um compromisso de pagar mensalmente determinado valor. Por isso é fundamental detalhar bem seus números e começar a poupar”.

2. Entender diferença da compra em curto, médio e longo prazo

O tempo em que se pretende adquirir o imóvel também faz toda a diferença. Segundo Katzenelson, o curto prazo vai exigir focar exclusivamente no financiamento, caso você não tenha o dinheiro para pagar à vista.

Ela sugere que você “faça uma simulação, verifique se cabe no seu orçamento o pagamento das parcelas mensais do financiamento, e das despesas que esse imóvel vai trazer (condomínio, IPTU, conta de gás, luz, água). Procure um imóvel que caiba no seu bolso na sua situação atual”.

Já a médio e longo prazo existem mais vantagens. Você terá mais tempo para se planejar, pode pesquisar com calma e até dar uma chance para casas ou apartamentos que, agora, estão um pouco acima do seu orçamento.

3. Juntar dinheiro para comprar um imóvel

Apesar de organizar as finanças ser a etapa mais importante deste processo, você também pode juntar dinheiro para realizar o sonho da casa própria. Essa situação é muito comum para mulheres que não tem pressa na compra, no entanto, por onde elas devem começar?

Para Vivian, é preciso primeiro avaliar os próprios hábitos financeiros, ver se não existem despesas supérfluas que podem ser cortadas e se é possível economizar em outras áreas. Um exemplo, diminuir os gastos com cartão de crédito, água e luz. Esse é um hábito pouco comum entre as brasileiras, porém, faz toda a diferença.

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Se você conseguir poupar de 20% a 30% dos seus rendimentos, pode aplicar essa sobra na renda fixa e juntar o dinheiro necessário para a compra à vista ou para uma boa entrada no financiamento.

“Cortar e/ou diminuir despesas te auxiliará muito na aquisição do seu imóvel. Tanto para investir os recursos que sobram quanto para conseguir pagar as parcelas de um financiamento imobiliário contratado. Procure eliminar despesas supérfluas, aquelas que parecem invisíveis, mas que somadas comprometem seu orçamento”, ensina a especialista.

Algumas dicas básicas, que ela traz para fazer esse corte de gastos, incluem almoçar em casa ou levar comida para o trabalho, fazer uma lista de compras antes de ir ao mercado e procurar planos mais baratos de telefonia/internet.

4. Analisar as formas de pagamento

O financiamento é a forma de compra mais utilizada para adquirir um imóvel. Primeiro por serem raros os casos de ter o equivalente ao valor total em mãos e segundo, por você poder se mudar logo após assinar o contrato. Nesta modalidade o imóvel permanece no nome do banco até que você quite a dívida, porém, costuma ser bastante vantajosa.

De acordo com Vivian, “o pagamento à vista é mais interessante financeiramente. Além de não incorrer em dívidas e pagar juros pode negociar um desconto na aquisição do imóvel. O financiamento é uma alternativa se você não tiver o valor integral disponível para aquisição. Contudo, considere que você está assumindo uma dívida de longo prazo, avalie também se as parcelas futuras cabem no seu orçamento”.

Além disso, a especialista comentou um pouco sobre o consórcio, uma modalidade de compra vista como positiva e mais vantajosa (logo depois do pagamento à vista) para o seu bolso. “Não há necessidade de pagamento de entrada, taxa de adesão e não existe cobrança de juros. No consórcio, pessoas com o mesmo interesse (aquisição de um bem) se unem a uma instituição financeira iniciando o pagamento de parcelas. Mensalmente ocorrem sorteios que contemplarão um dos consorciados, disponibilizando o valor pré-determinado para aquisição do bem”, explica.

Para escolher a melhor modalidade de compra, é novamente trazida a questão da compra em curto, médio e longo prazo. O financiamento ainda é a melhor alternativa para quem quer mudar logo e deixar o aluguel, mas precisa de todo o preparo e análise do quanto essa dívida vai pesar no orçamento. Já o consórcio é ideal para quem não tem pressa, ou seja, o sonho da casa própria é algo mais distante.

5. Preparar-se para gastos envolvidos na compra do imóvel

Outra questão que não deve ser ignorada envolve os demais gastos envolvidos na compra de um imóvel. O pagamento do financiamento ou do valor à vista é importante, sim, mas você precisa ter em mente que terá outros gastos.

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Katzenelson cita alguns deles, como “despesas no cartório de registro de imóveis (ITBI, tributo municipal que deve ser pago pelo comprador quando ocorre uma transferência imobiliária, registro do financiamento na matrícula do imóvel, obtenção de certidões negativas), taxas do financiamento (variam de banco para banco) e a taxa de corretagem devida ao corretor”. No caso da compra de apartamentos, ainda é preciso incluir uma taxa a mais, paga mensalmente, a de condomínio.

A especialista lembra que você precisa pensar nesses fatores ao analisar a compra de um imóvel que cabe no seu orçamento. “Primeiramente avalie as despesas que incorrerão com a aquisição desse imóvel (IPTU, taxas condominiais, despesas com água, energia). Em uma aquisição financiada você deve também acrescentar o valor pago nas parcelas do financiamento. Some todas essas despesas e verifique se cabe no orçamento. Procure sempre ter uma folga de 20-30% para imprevistos” ressalta.

6. Considere o que é um imóvel ideal para você

Talvez você se questione sobre como encontrar o imóvel ideal. A verdade é que essa é uma escolha muito pessoal e varia de pessoa para pessoa. Mulheres que pretendem morar sozinhas podem dar preferência por apartamentos menores, enquanto quem vai dividir o espaço com sua parceria opta por uma casa.

Ainda assim, Vivian levantou alguns fatores que você deve analisar nessa busca e que vão considerar seu gosto pessoal. Ela cita que “a localização é um dos primeiros aspectos a se avaliar: está próximo do trabalho ou da escola para seus filhos? Possui parques, restaurantes e comércio na região? Está localizado próximo de transporte público”?

Também recomenda que “as características do condomínio e do apartamento sejam consideradas: o condomínio possui área de lazer? O apartamento é grande/pequeno demais para minha família? Consigo pagar os custos mensais? Tenha em mente que é difícil encontrar o imóvel perfeito. Faça uma lista detalhando as características desejáveis classificando cada imóvel visitado”.

Imóvel novo, usado ou na planta: o que é melhor?

A dúvida entre um imóvel novo, usado ou na planta também faz parte do processo de planejar a compra. Para Aline, “se você puder esperar, ótimo. Imóveis na planta podem levar até 3 anos para ficarem prontos. Se tiver mais pressa para mudar, escolher um imóvel novo ou usado são as opções certas. Em imóveis recém-entregues você pode personalizá-los do jeito que quiser e terá cheirinho de tinta fresca. Imóveis usados, têm mais chances de precisar de manutenção na infraestrutura, como parte elétrica”.

Independentemente da escolha, antes de fechar negócio é importante observar alguns fatores. A negociação de preço e formas de pagamento vão ocorrer tanto nos imóveis usados quanto nos novos e na planta.

Zamboti explicou que “normalmente, quando o pagamento não é à vista, em imóveis usados e novos (recém-entregues) é feita uma entrada à vista em média de 30% do imóvel e o resto financiado. Já no caso de um imóvel na planta, a entrada pode ser menor. O restante do pagamento é parcelado com a construtora e, na entrega das chaves (quando a construtora precisa receber o valor inteiro), aí sim é realizado um financiamento com o banco”.

Vantagens de um imóvel novo ou na planta

Aline falou também sobre vantagens de comprar um imóvel novo ou na planta, para ela, os fatores positivos observados são:

  • Não correr o risco de precisar fazer manutenções na parte elétrica, encanamento ou troca de piso;
  • Fica tudo do seu jeito (paredes, pisos, móveis planejados);
  • Possibilidade de personalização da planta. Em alguns casos é possível escolher se prefere um quarto a mais ou uma sala ampliada antes mesmo de entregarem o imóvel;
  • O imóvel recém-entregue é mais valorizado;
  • Normalmente o imóvel novo tem mais áreas comuns e sistemas mais tecnológicos, como sistema de economia de água e energia elétrica, elevadores mais modernos e rápidos, segurança eletrônica, entre outros;
  • A entrada por ser parcelada até a entrega das chaves;
  • Imóveis novos costumam ter áreas comuns bem estruturadas, como piscina, churrasqueira e até lavanderia compartilhada e espaço para os pets.

Desvantagens de um imóvel novo ou na planta

A customer experience também falou sobre as desvantagens dos imóveis novos e na planta. Citou como mais notáveis:

  • Em alguns casos, é preciso estar organizado para investir em obras antes de se mudar;
  • Se o imóvel ainda estiver na planta, será preciso esperar ficar pronto para se mudar. Isso pode levar até 3 anos.

Vantagens de um imóvel usado

Os usados também possuem benefícios na compra. Caso opte por eles, é válido considerar os pontos positivos ressaltados por Aline, como:

  • Existe uma grande gama de oferta de unidades no mercado, além de que os valores dos imóveis usados costumam ser mais em conta quando comparados à imóveis novos e prontos para morar;
  • Normalmente, é mais fácil encontrar imóveis usados, ou seja, mais antigos nas áreas centrais da cidade, já que estas eram regiões que possuíam terrenos maiores;
  • Dependendo da localização, caso esteja em áreas mais centrais da cidade, além de possuir uma boa infraestrutura, também terá um custo menor.

Desvantagens de um imóvel usado

Por último, Zamboti também citou as desvantagens dos imóveis usados, ressaltando como as mais importantes:

  • Em termos de tecnologia, os imóveis usados costumam não estar tão atualizados em relação a tomadas, fiação elétrica, tubulações, impermeabilização, possibilidade de automatizações, entre outras tecnologias possíveis para os imóveis;
  • Imóveis usados não costumam oferecer infraestrutura para crianças e pets, como playground, brinquedoteca, pet place ou pet care;
  • Por se tratar de imóveis usados, muitas vezes eles requerem reformas maiores, o que pode significar maior investimento e tempo, dependendo do estado do imóvel.

Cuidados que não devem ser ignorados na compra de um imóvel

Dicas de Mulher

Antes de fechar negócio e assinar o contrato de compra e venda é preciso ter alguns cuidados. Dentre eles estão: prestar atenção quanto à localização, pensar no futuro e comprar de fontes confiáveis. Veja detalhes:

A localização supre suas necessidades?

A especialista Vivian Katzenelson cita que é muito comum “não conhecer profundamente a região antes de fechar o negócio. O bairro pode ser encantador e o apartamento um sonho, mas essa primeira impressão não é suficiente para embasar uma decisão tão séria de adquirir um imóvel”.

Para resolver esse impasse a dica é visitar várias vezes o local, conhecer o apartamento, o condomínio e o bairro em horários diferentes. Você pode facilmente mudar de ideia ao notar, por exemplo, que durante a noite as ruas são desertas e perigosas na região.

O local é coerente com seus planos de futuro?

Outro erro comum é não pensar no futuro. Diferente do aluguel, no qual você pode facilmente trocar de imóvel, aqui a compra é vista como duradoura, não para sempre, mas a ideia é permanecer um bom tempo vivendo no mesmo local. Assim, para Vivian, você deve analisar se pretende ter filhos ou adotar animais de estimação nos próximos anos, pois isso influenciará na escolha do tamanho e tipo do imóvel.

O vendedor e construtora são confiáveis?

Vivian Katzenelson cita que questões importantes para se atentar, como verificar se o vendedor é mesmo o proprietário, se já foi feito inventário, se existem processos e até se o cônjuge concorda com a venda. Tudo isso pode se tornar um problema futuramente e até resultar em vendas ilegais, embargadas posteriormente.

Além disso, ressalta que, quando o objetivo é comprar direto com a construtora, vale “buscar o nome da construtora em sites confiáveis. Você ainda pode consultar o nome no Procon. Observe ainda a avaliação da construtora no “Reclame Aqui”, onde você pode verificar se existem reclamações de outros clientes e ainda se a empresa se posiciona nesses casos”.

Para finalizar, a customer experience Aline Zamboti ressaltou, ainda, que “a escolha do imóvel vai depender do momento de vida”. Ou seja, é preciso pesar os prós e contras de cada tipo de imóvel para então fazer sua escolha e ter um teto todo seu.

Escritora com 8 livros publicados e apresentadora de um programa de rádio sobre literatura nacional, o Capivaras Leitoras. Ama ler, viajar e passar um tempo com a Buffy, sua cachorrinha vira-lata.