Por Tais Romanelli

Foto: Thinkstock
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A maioria das pessoas já ouviu falar sobre cistos no ovário e, talvez, conheça alguma mulher que já tenha tido o problema. Porém, existem muitas dúvidas em torno do assunto e a maior delas, certamente, é em relação à sua gravidade.
A boa notícia é que o cisto no ovário nem sempre representa algo grave. Porém, para entender este ponto, é fundamental saber a diferença entre os diferentes tipos de cistos ovarianos. Para, posteriormente, conhecer os possíveis sintomas e tratamentos para cada caso.
Cistos ovarianos
Alessandra Bedin Rubino, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca, primeiramente, que existem diferentes tipos de cistos ovarianos:
- Os funcionais, que são fisiológicos, e nada mais que a ovulação;
- Os microcistos, que podem estar relacionados a alterações hormonais;
- Os cistos simples, que se não forem os normais, ovulatórios, em geral, são de origem benigna, muitas vezes hormonal;
- Os cistos complexos, que podem ser benignos ou não.
A ginecologista destaca que estes últimos, sim, devem ser acompanhados mais de perto e até operados, dependendo do caso.
Incidência
A ginecologista Alessandra explica que cerca de 40% das mulheres podem ter algum dos tipos de cisto de ovário durante a vida: microcistos, cistos simples ou cistos complexos. (Já que os funcionais fazem parte do processo normal de menstruação).
Idade
Uma dúvida comum entre as mulheres é se existe uma idade específica para o problema aparecer.
Mas a ginecologista Alessandra destaca que depende da causa. “Em geral, aqueles relacionados a alterações hormonais (grandes ou pequenos) vão por toda a época fértil das mulheres, na maioria das vezes, na adolescência e na pré-menopausa”, diz.
Os cistos complexos variam, ainda de acordo com a médica. “Endometriomas, por exemplo, acontecem entre 30-45 anos de idade, principalmente. Cistos tipo teratoma, em qualquer idade (são de origem embrionária, mas acredita-se que é ao redor dos 30 anos que os percebemos mais). Já os tumores malignos do ovário são mais típicos nas mulheres mais velhas, pós-menopausa”, explica.
Sintomas
A ginecologista explica que os cistos de ovário que não são acompanhados de alterações hormonais são superdifíceis de darem sintomas. “Quando apresentam, o principal é dor na região baixa do abdome, cólicas menstruais etc.”, diz.
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No caso dos cistos hormonais, a irregularidade da menstruação é, em geral, a maior frequência. “Mas acne, aumento dos pelos, aumento de peso, entre outros sintomas, também podem acompanhar”, explica Alessandra Rubino.
Em que momento devo procurar ajuda?
A ginecologista Alessandra destaca que é importante buscar ajuda médica assim que a mulher tiver qualquer alteração menstrual ou sentir dor, especialmente menstrual.
Caso os seguintes sintomas – sensação de satisfação assim que começar a comer; perda de apetite e perda de peso involuntária – tenham se apresentado com frequência em um período de duas semanas, também vale a pena entrar em contato com seu ginecologista.
Tratamento do cisto ovariano
Alessandra Rubino explica que o tratamento de cisto ovariano varia dependendo da causa. “Às vezes é feito com o uso de anticoncepcionais, às vezes é necessária uma cirurgia, ou então, só é feito acompanhamento”, diz.
É um problema grave?
De acordo com a ginecologista, os cistos ovarianos não representam necessariamente um problema de saúde grave. “Mas, dependendo da causa, ao longo da evolução, podem ocorrer distúrbios hormonais importantes ou doenças como a endometriose, que podem progredir, levando a quadros de dor crônica e esterilidade”, destaca.
Isso sem falar do câncer que, infelizmente, é uma possibilidade.
Prevenção
Segundo a ginecologista, não há uma maneira de evitar que os cistos ovarianos apareçam. “Mas ir ao ginecologista com uma frequência razoável é muito importante. Já que qualquer um dos casos, inclusive o câncer, são tratáveis se diagnosticados precocemente”, destaca.
Por isso, não deixe de visitar seu ginecologista regularmente e converse com ele sobre qualquer sintoma que você tenha considerado diferente. Essa é a melhor maneira de prevenir esses e outros problemas de saúde!