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Elas geralmente surgem no início da adolescência, são indesejáveis, algumas vezes dolorosas e quase sempre aparecem na hora errada. Mas o que será que faz as famosas “espinhas” continuarem aparecendo na vida adulta? Convidamos as dermatologistas Graziele Morais (CRM-SP 184839 | RQE 85647) e Laís Mutti (CRM-SP 144165 | RQE 42932) para esclarecer as diversas dúvidas sobre acne hormonal. Confira!
De acordo com a doutora Graziele Morais o termo “acne hormonal” diz respeito a diversos tipos de acne que são relacionados direta ou indiretamente às oscilações hormonais. Porém, ela explica que o termo é usado de forma leiga. “A presença da acne está relacionada, entre outros fatores, à atividade das glândulas sebáceas e produção de oleosidade e essa característica tem relação com a ação dos hormônios, principalmente os andrógenos (como a testosterona) na pele”, afirma a médica.
Além disso, segundo a doutora Laís Mutti, apenas 30% dos pacientes que apresentam acne depois dos 25 anos possuem algum distúrbio hormonal detectável em um exame de sangue, por exemplo, mas ressalta que isso “não quer dizer que os hormônios não sejam importantes na fisiopatologia da acne”. A dermatologista explica ainda que todos os tipos de acne podem ter influência hormonal, uma vez que a atividade da glândula sebácea depende da relação dos hormônios: estrógeno, que inibe a função da glândula, e andrógeno, que estimula seu crescimento e função.
Entre as causas do surgimento da acne hormonal, ambas as especialistas apontam as oscilações naturais da produção hormonal durante as fases da vida, como a puberdade, o período menstrual, a gestação e a menopausa; a alimentação com alto índice glicêmico, com carboidratos, açucares e laticínios; a privação de sono; o estresse e o tabagismo. “A pele reflete nosso estado de espírito e equilíbrio. Na minha concepção, uma alimentação saudável, um intestino funcionando bem, sono apropriado, ingestão de água, prática de atividade física e controle do estresse influenciam sim, no controle da acne” pontua a dermatologista Graziele.
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Como afirmado pelas médicas anteriormente, quando falamos de acne hormonal, estamos falando de mais de um tipo de acne. Por isso pedimos para que as doutoras explicassem brevemente sobre cada tipo. Veja a seguir!
As especialistas afirmam ainda que, por abranger diversos tipos, a acne hormonal é comum. Contudo, Laís explica a confusão que pode ocorrer com o termo: “A acne associada a hormônios em sua etiopatogenia é comum! Acredita-se que fatores genéticos e hormonais contribuam para patogenia da acne da mulher adulta. Já a acne com alterações hormonais detectáveis, não”.
Quando falamos de sintomas, falamos sobre alterações que surgem no corpo ou organismo, decorrentes ou não de uma doença. Nesse sentido, a dermatologista Graziele nos explica que a acne, como uma alteração corporal, causa os seguintes sinais:
Em complemento, a doutora Laís conta que “os primeiros estudos mostraram que as lesões de acne da mulher adulta se localizavam principalmente na parte inferior da face, incluindo região da mandibular, periodal e queixo, com apresentação em U, além da região cervical anterior”. Contudo, a dermatologista afirma que recentemente, essa apresentação foi questionada.
Com essas informações, compreende-se que este tipo de acne é um sintoma em si, derivado das alterações hormonais que, como as especialistas disseram, pode ou não estar atrelado a distúrbios hormonais patológicos. Para investigar suas causas e realizar um bom tratamento, busque um dermatologista.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre as causas da acne hormonal, precisa compreender também como tratá-la para evitar seu surgimento e para prevenir manchas ou cicatrizes. Sobre isso, a doutora Laís comenta que o tratamento deste tipo de acne é desafiador, já que possui tendência a retornar em determinados períodos. Já a doutora Graziele pontua que é necessário ter paciência, pois além de respostas lentas, a acne pode oscilar entre melhora e piora durante o tratamento.
Graziele afirma também que o tratamento envolve uma avaliação da acne e sua gravidade, além de exames laboratoriais para investigar distúrbios hormonais patológicos, e que por conta disso, muitas vezes precisa ser multidisciplinar, contando com dermatologista, ginecologista e nutrólogo, já que possui causas distintas.
Ambas as especialistas concordam que tratamentos caseiros contra acne hormonal não são eficazes, e pontuam que este tipo de tratamento pode causar ou piorar cicatrizes e manchas. Porém, as dermatologistas contaram sobre alguns cuidados especiais que é preciso ter com peles acneicas.
As doutoras ainda afirmam que uma boa alimentação, a ingestão de água, a prática de exercícios físicos, a higienização e proteção correta da pele são essenciais para melhorar e prevenir a acne. Ambas ressaltam, também, a importância de não cutucar ou espremer as espinhas para evitar cicatrizes.
Cuidar da pele é uma tarefa que requer muita atenção, carinho e cuidado. Falando nisso, que tal aprender algumas ótimas dicas de skincare para dar início a este processo de autocuidado? Confira a matéria clicando no link!
As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.