Bem-estar

Incontinência urinária: sintomas e os diferentes tratamentos

Canva

Atualizado em 14.06.23

Incontinência urinária é o nome dado à perda involuntária de urina, condição que pode afetar o bem-estar das mulheres por diversos motivos. O urologista Dr. Diogo Perlingeiro, do Grupo HealthSculp, compartilha as principais informações sobre o tema.

O que é incontinência urinária

“A incontinência urinária consiste na perda involuntária de urina pela uretra”, inicia o especialista. Essa condição possui causas diversas e pode afetar a qualidade de vida física e emocional da pessoa que apresenta o sintoma. Nesse sentido, o médico explica que essa disfunção pode levar ao desenvolvimento de “depressão, ansiedade, isolamento social, perda de produtividade no trabalho, conflitos conjugais e infecções”.

Devido à vergonha, muitos pacientes demoram para buscar atendimento médico. Mas atenção, pois “o retardo no diagnóstico pode piorar a incontinência e dificultar o tratamento”, afirma. A ansiedade e o desconhecimento do assunto são outros fatores que podem colaborar para um tratamento errado, dificultando “a aceitação da proposta terapêutica e correta adesão nas suas diversas etapas”.

O que causa a incontinência urinária?

Canva

Publicidade

A incontinência urinária é resultado de um desequilíbrio dos fatores que garantem a continência urinária. Trata-se de um conjunto de mecanismos e condições que dependem de “integridade anatômica e neurológica, além do estado mental e cognitivo íntegros”. Assim, a continência urinária depende de muitos fatores e as causas podem ser diversas.

Perlingeiro elenca alguns fatores de risco, como a idade avançada, visto que “quanto maior a idade, maior é a prevalência de flacidez muscular e ligamentar, perda de colágeno e atrofia genital”. Ele também cita o tipo de parto, pois o “parto normal aumenta o risco de incontinência”. Além desses fatores, a obesidade, tabagismo e histórico familiar também contam.

Sintomas e consequências da incontinência urinária

A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de urina, mas esse fator pode levar a outras consequências. Fique atenta com os outros sintomas, listado pelo especialista:

  • Nictúria (acordar a noite, devido à vontade de urinar)
  • Infecções de pele
  • Infecção urinária e genital
  • Mau odor
  • Perda de produtividade

Além desses sintomas, o urologista alerta que “a perda involuntária de urina só é severa quando passa de 400g de urina em 24 horas”.

Tipos de incontinência urinária

A incontinência urinária é dividida em 5 tipos e todos necessitam de tratamentos específicos. Perlingeiro explica quais são as diferenças entre cada um desses tipos e o que os caracteriza:

Incontinência urinária de esforço

É o tipo mais comum, caracterizado pela perda involuntária de urina ao realizar esforços, como exercícios físicos, tosse ou risada forte. Acomete principalmente mulheres na faixa etária dos 45 aos 60 anos e geralmente possui diagnóstico clínico. “Essa disfunção está relacionada com a hipermobilidade da uretra (fraqueza ligamentar) e/ou deficiência esfincteriana intrínseca”, muito relacionada a cirurgias.

Para o tratamento, o especialista recomenda “mudanças no estilo de vida, principalmente na perda de peso, parar o tabagismo e fisioterapia pélvica”. Há também a opção de medicamentos específicos. Por fim, o especialista ressalta o tratamento cirúrgico é recomendado para esse tipo em casos que não atingem resultados satisfatórios com as primeiras linhas de tratamento.

Publicidade

Incontinência Urinária de urgência

Caracterizada pela “urgência miccional na ausência de infecção urinária, sendo muito comum nos casos de bexiga hiperativa”. O diagnóstico é realizado de forma clínica, “geralmente observa-se aumento da frequência urinária e noctúria”. A avaliação inicial “se baseia na anamnese, com exame físico e cultura de urina”, explica o especialista.

Os tratamentos citadas anteriormente se mantém para esse tipo de incontinência, de mudanças de estilo de vida e medicamentos. Entretanto, é possível fazer o uso de “neuromodulação sacral e periférica, toxina botulínica e cirurgias para aumento da capacidade vesical”.

Incontinência urinária mista

Nesse caso, o paciente apresenta sintomas semelhantes aos dois tipos de incontinência citados a cima. A linha de tratamento deve ser analisada de caso a caso e normalmente envolve exames. Entretanto, a linha é muito semelhante aos tratamentos dos tipos anteriores.

Incontinência urinária por hiperfluxo

É a perda involuntária de urina decorrente de “um esvaziamento incompleto da bexiga”, explica. Pode ser causada “por obstrução infravesical ou por hipoatividade detrusora”, sendo a última referente a causas neurológicas, muito provocadas pelo uso de medicamentos.

O tratamento será definido conforme a causa da incontinência. “Em caso de obstrução infravesical, o fator obstrutivo deve ser corrigido”, já o relacionado ao uso de medicamentos, “devemos avaliar a possibilidade de suspender a medicação”.

Incontinência urinária funcional

Esse tipo é caracterizado pela ausência de doença no sistema urinário, causada por “uma dificuldade motora de chegar ao banheiro em tempo hábil”. Assim, essa incontinência costuma afetar idosas com dificuldade de locomoção e a forma de tratamento varia de acordo com cada situação.

Cada tipo de incontinência possui suas especificidades e pedem por formas diferenciadas de tratamento. Caso identifique algum dos sintomas, consulte um urologista.

Tratamentos para a incontinência urinária

São diversas as formas de tratamento para a incontinência urinária. Por isso, é importante fazer uma avaliação individualizada de cada caso. Perlingeiro finaliza, informando que “de modo geral, a mudança de estilo de vida acompanhado com fisioterapia é a primeira parte do tratamento. Depois, avançamos com medicação e cirurgia, quando necessário”.

Publicidade

Com essas informações, ficou fácil identificar os sinais de incontinência urinária. Mas lembre que é indispensável a consulta médica para realizar o diagnóstico correto, ok? Além disso, não se esqueça de atualizar seus exames ginecológicos.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Jornalista e produtora de conteúdo. Fã de cultura POP com interesse em Estudos Culturais, tentando acumular o maior número possível de hobbies nas horas vagas.