Moda e Beleza

Perfumes podem representar perigo para a sua saúde

A combinação de substâncias químicas utilizadas na fabricação de perfumes e colônias pode provocar alergias, dores de cabeça e até e a perturbação do funcionamento endócrino

Foto: Thinkstock

Você sente um perfume e, num passe de mágica, o aroma te leva a reviver emoções e a recordar experiências passadas? Sim, o aroma pode mudar seu humor ou suscitar sentimentos – já que as mensagens olfativas são enviadas para áreas do cérebro associadas à emoção, à memória e à criatividade.

Cheirar bem, com o auxílio dos perfumes e colônias, é parte da vida civilizada há vários séculos. E durante muito tempo, as matérias-primas das fragrâncias agradáveis eram unicamente flores, raízes e os óleos essenciais extraídos de alguns animais selvagens. “Hoje, inclusive pelo menor custo, estes aromas naturais têm sido substituídos cada vez mais por compostos sintéticos”, explica a química Carla Moskviak.

O problema é que muitos destes produtos químicos usados para produzir cheiros maravilhosos são potencialmente prejudicais para a saúde. Estudos feitos pela ONG Defesa Animal e também pelo Greenpeace divulgaram ao longo dos últimos anos alguns destes perigos tóxicos contidos nos frascos de perfume.

Como é feito um perfume?

Sob uma análise química, um perfume pode ter até 500 componentes, o que faz dele uma mistura bem complexa. Mas há três componentes básicos: a essência (ou óleo essencial), o diluente e o fixador, explica a química Carla Moskviak.

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As essências são as substâncias que geram o perfume e podem ser naturais ou, na maior parte dos casos, sintéticas. Já os diluentes, que garantem ao perfume a concentração certa do aroma, normalmente são o álcool (etanol) e a água. Os fixadores são substâncias utilizadas para conservar o aroma por mais tempo.

Quimicamente falando, as fragrâncias encontradas em detergentes, amaciantes e produtos de limpeza são, com frequência, as mesmas usadas na fabricação de perfumes.

Perigo no frasco

Muitos dos “ingredientes” utilizados pela indústria de perfumaria podem atuar como neurotoxinas, ou seja, têm efeitos tóxicos sobre o sistema nervoso e o cérebro. Estudos recentes mostram que o acúmulo destas toxinas ao longo do tempo pode resultar em inflamações que precedem danos cerebrais graves, como Alzheimer e Parkinson.

Outros componentes das fragrâncias podem atrapalhar o equilíbrio hormonal natural, causando problemas emocionais como ansiedade e alterações de humor. Pessoas com sensibilidade aos componentes químicos das fragrâncias podem sofrer de enxaqueca severa, tonturas, náuseas, dor de garganta, irritação nos olhos, alergias na pele e asma.

Alguns dos produtos químicos mais comuns nos perfumes são o etanol, acetaldeído, benzaldeído, acetato de benzilo, acetona, álcool de benzilo, acetato de etilo, o linalool, cloreto de metileno, o óxido de estireno, dimenthyl sulfato, o a-terpineol, cânfora e limoneno.

O maior problema, principalmente para os alérgicos, é que nem sempre o perigo para a saúde esta estampado no rótulo dos produtos. Isto por que a lei garante ao fabricante o direito de não informar todos os componentes utilizados na fórmula do produto.

Recomendações

Para evitar danos à sua saúde, é importante manter o hábito de ler os rótulos dos produtos de higiene pessoal. Se não há lista de ingredientes, o fabricante pode ter algo a esconder. Além disso, tome cuidado com óleos perfumados (produto sintético) disfarçados de óleos essenciais (originado em fontes naturais).

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E se a ideia é trocar de fragrância, procure primeiro conseguir uma amostra do perfume – para se certificar de que você não é alérgico a ele. Sempre que desconfiar de uma reação alérgica ou um risco à saúde por causa do perfume, deixe imediatamente de usá-lo e consulte seu médico.