Bem-estar

Dor nos seios: as causas mais comuns e como lidar com elas

Foto: Thinkstock

Atualizado em 13.09.23

É claro que dores nos seios incomodam bastante e também podem preocupar as mulheres. Muitas questionam se a dor não pode ser sinal de uma doença mais grave. Mas, na grande maioria das vezes, ela não representa nada demais e pode ser até mesmo reflexo dos exercícios feitos na academia, sabia?

Abaixo você conhece alguns dos motivos mais comuns que causam dores nos seios e orientações de como lidar com eles:

1. Menstruação

Gustavo Badan, coordenador do Setor de Procedimentos Intervencionistas em Mastologia do Femme Laboratório da Mulher, explica que pode ocorrer a chamada dor de mama (mastalgia) cíclica.

“Durante aproximadamente 28 dias, o que corresponde ao ciclo menstrual, o corpo da mulher sofre diversas alterações que preparam o útero para receber um bebê. Nos primeiros 14 dias (primeira fase do ciclo menstrual), ocorre o período preparatório para a ovulação, e junto com ele, a elevação dos níveis de estrôgeno. Esse hormônio é um dos responsáveis por controlar o bem-estar das mulheres. Nos 14 dias seguintes (segunda fase do ciclo menstrual), a parede do útero começa a engrossar, como se estivesse preparando uma ‘cama’ para o possível bebê. Durante esta segunda fase ocorre uma queda nos níveis de estrôgeno e elevação nas taxas de progesterona. Essa alteração, quando muito brusca, pode causar uma série de sintomas, incluindo dores mamárias”, explica o médico.

No final destes últimos 14 dias, acrescenta Badan, o endométrio (parede que recobre o útero) começa a descamar e ser eliminado na forma de menstruação, gerando com ela uma outra queda hormonal, dessa vez na progesterona e no estrôgeno. “Por isso, em algumas mulheres os sintomas podem ser ainda mais intensos durante a menstruação”, diz.

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Como lidar com a dor

Badan destaca que a dor na mama cíclica parece ter uma forte ligação com os hormônios reprodutivos e ciclo menstrual. “Justamente por isso, essa dor muitas vezes desaparece durante a gravidez ou após a menopausa. Em alguns casos, o uso de anticoncepcionais também pode amenizar a dor mamária relacionada ao ciclo menstrual”, diz.

2. Exercícios físicos

Badan explica que os exercícios físicos não podem causar dores nos seios especificamente. “O que ocorre é que algumas atividades físicas, sobretudo as de academia, podem proporcionar dores nos músculos peitorais, que ficam atrás das mamas e, devido à localização próxima, confundem com dores nas mamas”, diz.

De acordo com o médico, essa é uma causa muito comum de preocupação das mulheres e um dos principais motivos de consultas médicas em Mastologia.

Como lidar com a dor

Nesses casos, de acordo com o médico, o uso de anti-inflamatórios ajuda a melhorar os sintomas.

3. Má alimentação

Badan explica que uma má alimentação pode provocar acúmulo de radicais livres e um desequilíbrio de ácidos graxos dentro das células, que podem afetar a sensibilidade do tecido mamário e taxas de hormônios circulantes, causando a dor no seio.

Como lidar com a dor

Neste caso, o melhor caminho é seguir uma alimentação saudável, de preferência, contando com a orientação de um nutricionista.

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4. Cisto mamário

Badan destaca que a maior parte dos cistos mamários não causa dor. “Contudo, alguns cistos aumentam de tamanho e, por alguma razão não muito bem conhecida, inflamam e se tornam dolorosos”, diz.

Como lidar com a dor

Badan explica que, nestes casos, o médico recomendará a realização de um ultrassom para confirmar a hipótese diagnóstica e uma punção para esvaziamento completo do cisto. “Procedimento rápido, simples, pouco doloroso e que proporciona alívio imediato”, ressalta.

5. Gravidez

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Badan explica que, no início da gestação, a mulher passa por uma inundação de hormônios femininos que proporcionam uma série de modificações em seu corpo de modo abrupto. “Nas mamas, causam aumento de tamanho, retenção de líquido, aumento da sensibilidade e, muitas vezes, dores”, diz.

Marcio Coslovsky, ginecologista especialista em reprodução humana e diretor-médico da Primordia Medicina Reprodutiva, ressalta que, no início da gravidez, a dor nas mamas é uma adaptação do organismo à nova dosagem hormonal do corpo. “Um dos primeiros sintomas clínicos no corpo da gestante é o aumento de volume e sensibilidade nos seios. Isso se dá devido à mudança do perfil hormonal que é característica desta fase inicial. No primeiro trimestre, o organismo é inundado de hormônios, como o beta HCG, estrogênio e progesterona e prolactina. Esses três últimos atuam na mama especificamente e são os principais responsáveis por esse aumento da sensibilidade na região”, destaca.

Como lidar com a dor

Coslovsky ressalta que é comum que a gestante sinta algum incomodo no primeiro trimestre, devido ao aumento hormonal. “No terceiro trimestre, já mais perto do parto, quando o organismo começa a produzir o colostro (primeiro leite) efetivamente, a mulher volta a perceber o aumento do volume e da sensibilidade das mamas novamente”, diz.

Por ser um processo natural do corpo e uma transformação intrínseca à gestação, destaca o ginecologista, não há como evitar esse aumento da sensibilidade. “No entanto, é importante dizer que a dor não é normal. O normal é que a mulher perceba um aumento significativo da sensibilidade, mas não dor. O mais aconselhável, neste caso, é procurar pelo obstetra e relatar a questão”, explica.

6. Tratamento para engravidar

Coslovsky explica que, durante um tratamento de fertilização, a mulher faz uso de substâncias que ativam o ovário. “Esses mesmos medicamentos promovem também o aumento do estrogênio e da progesterona, que atuam na mama e promovem o aumento da sensibilidade. Dor nos seios, neste caso, pode significar a presença exagerada de hormônios e medicações em doses aumentadas”, destaca.

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Como lidar com a dor

O ginecologista ressalta que apenas o aumento da sensibilidade é comum. Mas casos de dor devem ser relatados ao médico que, provavelmente, fará uma readequação da dose de remédios recomendada.

Considerações importantes

Foto: Thinkstock

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Badan ressalta que a dor na mama cíclica tem uma forte ligação com os hormônios femininos e o ciclo menstrual, enquanto que a dor na mama não cíclica resulta muitas vezes de coisas que afetam a composição da mama, tais como cistos mamários, traumas ou cirurgias. “Pode ainda ser decorrente de estresse emocional, do uso de determinadas medicações, como alguns antidepressivos ou provenientes de seios grandes”, diz.

A dor mamária, diz o médico, também pode começar fora da mama – na parede torácica, músculos, articulações ou coração, por exemplo – e irradiar para a mama.

A primeira coisa a se fazer em caso de dor no seio é tranquilizar a paciente, já que dores mamárias raramente estão associadas a câncer de mama. “Isto por si só, muitas vezes, combate o estresse gerado pela preocupação, promove relaxamento e alívio dos sintomas”, destaca Badan.

Em segundo lugar, ainda de acordo com o médico, é preciso identificar os fatores desencadeantes e atuar neles. “Muitas vezes essa tarefa não é fácil e a ajuda de um especialista se faz necessária. Uma ação isenta de efeitos colaterais e de grande valia é estimular o uso prolongado do sutiã, pois deixa as mamas contidas, impedindo que balancem e acionem mecanismos que deflagram inflamação e dor”, finaliza Badan.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.