Bem-estar

Higiene íntima da mulher: o que fazer e o que não fazer

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Atualizado em 20.10.23

A higiene íntima é essencial para a saúde pois, além de eliminar odores, evita infecções, entre outros problemas. Este cuidado é ainda mais evidente no caso das mulheres, que têm a anatomia da região genital mais “recolhida” e, por isso, mais propícia à proliferação de bactérias e fungos.

Embora a vagina possua proteção natural, promovida por uma população de bactérias benéficas que formam a flora vaginal e mantêm o pH ácido na região, a higiene adicional, feita pela própria mulher, se faz necessária. Caso não seja feita de forma adequada, a proliferação de fungos e bactérias poderá gerar odor desagradável, coceiras, irritações e corrimentos. Saiba como deve ser feita a higiene íntima e esclareça suas principais dúvidas.

5 dicas para fazer a higiene íntima

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Assim como escovar os dentes, a higiene íntima faz parte da rotina da mulher. Mas, ainda assim, este hábito costuma gerar dúvidas, como, por exemplo: quantas vezes devo lavar a região por dia? Quais produtos usar? O que não devo usar? Entre outras questões.

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Confira abaixo as principais orientações da ginecologista e obstetra Erica Mantelli (CRM-SP 124.315), pós-graduada em Medicina Legal e Perícias Médicas e Sexologia/Sexualidade Humana pela Universidade de São Paulo (USP).

1. Não é necessário exagerar

Erica explica que a maneira ideal de se fazer a higiene íntima é realizar a lavagem da região com água e sabonete, podendo ser feita durante o banho, uma a duas vezes por dia. “Não há necessidade de lavagem em excesso, porque isso pode tirar a proteção natural da região, e essa retirada da proteção pode desencadear infecções”, esclarece.

2. Use sabonete íntimo

Erica destaca que o sabonete íntimo tem o pH fisiológico ligeiramente ácido para manter a vagina com a sua acidez ideal. “Usar sabonete com outro tipo de pH pode alterar o da região genital, predispondo a região a infeções vaginais. Porém, é importante conversar com o ginecologista para usar o sabonete íntimo adequado, pois alguns contêm muito conservantes ou substâncias químicas que podem também, a longo prazo e em excesso, causar infecções vaginais”, explica.

A ginecologista acrescenta que o sabonete íntimo não precisa ser colocado diretamente na região íntima: a mulher pode colocar na mão, fazer espuma e depois aplicar na região para lavagem adequada. Também não há necessidade de aplicar o sabonete dentro da vagina.

3. Use calcinhas de algodão

Ultrapassando um pouco a questão da lavagem em si, o uso de calcinhas de algodão também está relacionado à higiene íntima da mulher. Isso porque, esse tipo de tecido permite a livre circulação de ar na região, não “abafando”.

“Tecidos sintéticos podem deixar a região mais abafada e, com isso, causar mais infecções genitais. Portanto, o melhor tipo de lingerie para o dia a dia é a calcinha de algodão; é interessante deixar os outros tecidos para alguma situação mais especial”, explica Erica.

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4. Não use lenços umedecidos no dia a dia

Erica destaca que o lenço umedecido pode ser utilizado em situações de exceção, como quando a mulher está fora de casa, em um ambiente de trabalho ou fazendo uma viagem de avião e está no período menstrual, por exemplo, e quer fazer uma higienização rápida.

“Porém, ele não deve ser utilizado todos os dias porque pode causar ressecamento da região, atrapalhando a acidez do local e também tirando a barreira protetora”, explica a ginecologista.

5. Não fique por muito tempo com determinados tipos de roupa

“Existem tecidos sintéticos, algumas lycras e, principalmente roupa de ginástica e biquínis, que não deixam a região ter a transpiração necessária, podendo propiciar o acúmulo de suor e deixar a região ainda mais úmida, alterando o pH vaginal, predispondo a região a infecções, principalmente por fungos”, explica Erica.

“Por isso, é importante, após a atividade física, a mulher já realizar a troca da roupa da ginástica; e, ao sair da piscina ou mar, também realizar a troca da roupa, pelo menos a parte de baixo, para manter a região íntima sempre seca”, destaca a ginecologista.

Outra dúvida comum diz respeito ao uso de desodorante íntimo. Porém, vale destacar que ele não é um produto necessário para a higiene íntima da mulher.

Para Erica Mantelli, aliás, o uso de desodorante íntimo não é indicado. “Pois ele pode, com o tempo, prejudicar a região genital. Apenas a higienização adequada no local é suficiente. Caso a mulher apresente odor desagradável na região vaginal, deverá procurar o ginecologista para avaliação”, esclarece.

Higiene íntima após relação

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É essencial destacar a importância da higiene íntima após a relação sexual. “Ela é importante para evitar infecções genitais e também infecções urinárias após a relação, fazendo assim uma lavagem do canal uretral”, destaca Erica.

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“Após a relação sexual, é indicado que a mulher urine e faça a lavagem com água e sabonete íntimo”, orienta a ginecologista.

Outros métodos de higiene íntima

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Talvez você já tenha ouvido falar em outros métodos de higiene íntima, como, por exemplo, com bicarbonato de sódio ou vinagre. Mas será que eles são seguros e eficientes?

Vinagre

Erica destaca que o uso do vinagre para higiene íntima não é seguro. “Ele não deve ser realizado indiscriminadamente, apenas com indicação médica dependendo do tipo de patologia que a mulher apresenta”, diz.

Bicarbonato de sódio

A lavagem com bicarbonato também deve ser feita somente se houver indicação médica. “Ele é muito utilizado em alguns casos de vulvovaginites, porém, deve existir indicação médica, já que o método não é recomendando para todas as mulheres e, em alguns casos, ao invés de ajudar, pode acabar atrapalhando (dependendo do tipo de infecção vigente)”, explica a ginecologista.

Com saúde não se brinca, ainda mais quando o objetivo é higienizar uma região íntima e tão sensível. Por isso, fuja das receitas caseiras, aposte no método tradicional e básico de lavagem e sempre siga corretamente as orientações passadas por seu médico ginecologista. Conheça também sete problemas vaginais e saiba como lidar com eles.

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Jornalista formada em 2009 (58808/SP), redatora freelancer desde 2013, totalmente adepta ao home office. Comunicativa, sempre cheia de assuntos para conversar e inspiração para escrever. Responsável no trabalho e fora dele; dedicada aos compromissos e às pessoas com quem convive; apaixonada pela família, por cachorros, pelo lar, pelo mar, por momentos de tranquilidade e também de agito.