Bem-estar

10 coisas sobre relacionamentos que só se aprende sofrendo

Relações amorosas sempre guardam ensinamentos que podem ser dolorosos, mas valem para toda a vida

Atualizado em 04.07.22
Foto: Getty Images

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Qualquer pessoa que se envolva em um relacionamento o faz com a intenção de que seja bom e que dê certo. E nessa vontade de emplacar uma boa relação, é natural e também essencial que cada um tente se adaptar ao outro e à vida compartilhada. Mas muitas vezes, essa adaptação pode se confundir com privações que não condizem com as necessidades de um relacionamento e que podem ser práticas que acabam por trazer consequências ruins.

Essas lições dolorosas que vamos aprendendo ao longo da vida e dos relacionamentos nem sempre podem ser passadas de alguma forma: é preciso vivenciá-las para realmente compreender o quanto podem ser nocivas e dali retirar um ensinamento para toda a vida.

Como perceber que um comportamento pode estar sendo ruim ou que você está seguindo um caminho que possivelmente irá te trazer problemas em breve? A sexóloga e psicanalista Lelah Monteiro resume: “Qualquer relacionamento, seja de pais e filhos, de cônjuges, profissional ou até de amizade, que me traga mais ilusões do que realizações, mais sofrimentos que alegria, mais isolamento que socialização, estes são envolvimentos nocivos”.

Veja a seguir algumas das lições que mais se aprende sobre relacionamentos depois de vivenciá-las:

1. Não se afastar dos amigos

Foto: Reprodução / Giphy

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Essa talvez seja a lição mais comuns dos relacionamentos. No entanto, muita gente não percebe ou finge não ver que isso está acontecendo e essa não é uma boa ideia. Pode-se esperar que os amigos se esforcem para compreender que quando se está envolvido ou apaixonado, seja natural que os momentos sociais diminuam e que a pessoa queira aproveitar ao máximo aquela sensação.

Mas a responsabilidade de se aproximar, na maioria das vezes, cai sobre a pessoa que está namorando, por ser ela mesma que acaba se afastando ou não tendo tempo. Os relacionamentos vão, mas as amizades ficam. É importante sempre ter isso em mente. Mesmo que os amigos compreendam um afastamento, não se pode esperar que eles se mantenham fiéis à amizade se não recebem mais nenhuma atenção.

A psicanalista Lelah Monteiro explica: “via de regra quando me afasto da minha família ou amigos, do que aprecio para estar com o outro, para agradar minha parceria, começo anular-me pelo outro ou por causa dele. Este é um caminho que poderá te levar ao isolamento e a te afastar do que realmente gosta”. Se você se afastou dos amigos porque seu parceiro exigiu, saia dessa o quanto antes. Impedir a vida social de alguém jamais será uma atitude de amor.

Depoimento: “Tive uma amiga que se afastou muito de mim quando começou um novo namoro. Chegou ao ponto de esconder que estava comigo quando atendia o namorado no telefone. Ela ia ser a madrinha da minha filha, mas com essa conduta nada amigável, perdeu o posto”. Daiane, 35 anos.

2. As pessoas se vão

Foto: Reprodução / Giphy

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É necessário perceber que, por mais que se planeje, se entregue e se invista em um relacionamento, ele pode sempre acabar. Nenhuma promessa ou responsabilidade assumida poderá evitar que os laços se desfaçam se o relacionamento não vai bem. Por isso, aceitar que a vida tem seus ciclos e que a pessoa não vai querer estar ao seu lado para sempre é fundamental para se aprender sobre as dinâmicas da vida e dos relacionamentos.

Às vezes o envolvimento é tão grande que não se aceita um término ou se sai muito ferido de uma separação por nunca ter pensado que isso poderia acontecer. É sempre importante ter em mente que as pessoas se envolvem, mas nada garante que esse envolvimento será eterno.

3. Não desistir do seu caminho

Foto: Reprodução / Giphy

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Esse é um assunto complexo, afinal, se existe um relacionamento, não é para se construir uma vida juntos? Claro que sim. Isso se configura em um problema quando a escolha de sair do seu caminho não é porque você realmente quer seguir o outro, mas sim porque seu parceiro ou parceira exigem ou por você achar que eles mereçam mais do que você. Lelah Monteiro sugere que sempre se pergunte: “O quanto quero agradar o outro, esquecendo de mim e dos meus projetos de vida?”.

Desistir dos seus planos como uma faculdade, uma profissão ou até do sonho de ter filhos, por exemplo, pode acabar trazendo grandes frustrações se você um dia se pegar sozinha e sem ter seguido seus sonhos. A sensação de perda de tempo e de deslealdade pode ser sufocante.

Depoimento: “Depois da separação, meu ex-marido sugeriu que eu voltasse para a cidade onde ele mora com nosso filho, garantindo que eu teria ajuda financeira (a cidade é muito mais cara) e moradia. Parei meus projetos, entreguei minha casa e aceitei a oferta dele. Depois de um mês de mudança, fui despejada do apartamento pela família dele e acabei atrasando os caminhos que tinha traçado antes”. Michele, 33 anos.

4. Sempre observar o parceiro

Foto: Reprodução / Giphy

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Relacionamentos precisam ser nutridos e cuidados constantemente. Mesmo que pareça que está tudo bem, não se deve perder a atenção. Observar, escutar e investir tempo no seu parceiro (e ele em você) é um trabalho que deve ser rotineiro e considerado como muito importante. Pode existir uma carência de tempo e atenção dedicados ao outro, e muitos relacionamentos terminam porque não houve esse cuidado. Mesmo que seja sem querer, quando se percebe pode ser tarde demais para resolver.

Depoimento: “Passei um tempo sem ter quase interesse nenhum no meu marido. Ele sempre reclamava e eu achava que o amava. Depois de um tempo percebi que na verdade eu não tinha mais desejo por ele, a relação era mais uma amizade e eu mantive por medo de perder. O problema é que deixei ele muito triste por um período longo, me arrependo disso”. Sônia, 56 anos.

5. Falta de sexo pode ser um problema

Foto: Reprodução / Giphy

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Quando se trata de um casal que sempre teve uma vida sexual pouco ativa, normalmente não é gerado problema quando o sexo é raro. Mas quando o desejo de um é maior ou menor do que o do outro, se permanente, pode trazer grande desconforto na relação. Apesar de não ser tudo em um relacionamento, o sexo não deixa de ser parte importante, um indício de que ainda existe carinho, interesse e atração. É preciso esforço para manter esse aspecto do relacionamento sempre saudável e, para isso, o melhor é apostar em uma comunicação aberta.

6. Não adianta insistir

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Choramingar, correr atrás, insistir em encontros, nunca funciona quando o assunto é relações amorosas. Não adianta implorar por amor ou por um relacionamento se o outro não está com a mesma disposição. Também de nada vai valer cobrar um amor prometido. O mais provável é que você saia despedaçada e se sentindo humilhada. De acordo com a psicanalista Lelah Monteiro, a reflexão a ser feita é “que ideias fixas de realidade estou insistindo quando já tenho demonstrações que este não é o caminho, ou a pessoa?”.

Insistir também pode não ser uma boa opção quando o relacionamento não está satisfatório. Sem esquecer que toda relação passa por altos e baixos, é importante que você perceba o limite desses períodos. Se faz muito tempo que o relacionamento é infeliz, é hora de rever se ele vale realmente a pena.

7. Monitorar a vida do outro não evita uma traição

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Vigiar alguém não impede uma traição. A traição acontece por falta de segurança, amor ou diversos outros problemas, e não porque simplesmente há espaço para isso. Insegurança além do saudável te faz perder tempo e energia, se desgastando inutilmente, e é capaz de piorar a situação com tanto desentendimento e sufoco.

Depoimento: “Tive um relacionamento de muito ciúme, mais da minha parte, e isso me ensinou muito sobre confiança. Ficar procurando no celular ou no computador alguma coisa que pudesse ser sinal de traição transformou minha vida num inferno todo dia. Isso me causou muitos traumas e por mais que eu ficasse ‘em cima’ acabei sendo traída da mesma forma. Hoje em dia me proíbo de ficar pesquisando, não vale a pena”. Aline, 28 anos.

8. Amores se vão, a personalidade fica

Foto: Reprodução / Giphy

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Assuntos divergentes sempre irão aparecer nos relacionamentos, mesmo nos casais mais equilibrados. Com o tempo, é normal e até esperado que cada um tenda a se adequar ao outro, inclusive mudando algumas ideias e perspectivas.

O que pode vir a ser um problema é quando uma pessoa vai aos poucos abrindo mão de suas opiniões e vontades, deixa de fazer atividades que antes eram rotineiras ou muda seus princípios apenas para evitar conflitos e agradar o parceiro. Dependendo do grau dessa omissão, a relação pode ficar viciada e quando você realmente quiser se expressar, talvez não haja espaço para isso. Quando um relacionamento como esse termina, pode surgir uma forte sensação de insegurança.

9. Não se submeter a relacionamentos abusivos

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O que cada um considera como relacionamento abusivo é variável. Mas existem certos limites que podem passar despercebidos a alguém que está apaixonado ou muito envolvido emocionalmente. Violência física ou verbal, ciúmes excessivos ou controle das suas atividades são fortes indícios de uma relação abusiva.

Na esperança de que a relação melhore ou do outro mudar seu comportamento, muitas pessoas se permitem estar em um relacionamento como esse. Essa é sempre uma lição muito dolorosa e que justamente por isso deve servir para toda a vida.

10. Assumir seus erros

Foto: Reprodução / Giphy

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A maior lição que se pode aprender ao longo da vida é que todos erram e que nesses erros moram grandes ensinamentos. Mas para se aprender com os erros e crescer diante de um obstáculo é necessário, antes de tudo, ser capaz de visualizar e assumir suas falhas. Se for ao contrário, e a responsabilidade pelos problemas for sempre atribuída ao outro, você pode perder uma boa oportunidade de se compreender e melhorar seus relacionamentos futuros.

As lições que podem ser aprendidas em relacionamentos sempre se renovam. A cada novo vínculo é possível se aprimorar e entender mais as formas como as pessoas convivem e se relacionam. Aproveite nossas dicas e quem sabe você poderá evitar que essas lições sejam muito dolorosas.

Formada em Jornalismo e produtora de eventos. Tem interesse por tudo relacionado à cultura, comportamento, gente e comunicação.