Bem-estar

5 mitos sobre iogurte grego

Saiba como escolher a opção mais saudável e nutritiva e esqueça as inverdades que você já ouviu sobre esse alimento

Atualizado em 29.06.22

Foto: Thinkstock

Quando você pensa em iogurte grego, o que vem à sua cabeça? Um alimento saudável? Uma alternativa de lanche calórica? Uma boa opção para o consumo de proteínas? A polêmica em torno do iogurte grego é grande. E com razão. O fato é que nem todas as opções disponíveis no mercado são saudáveis e nutritivas. As receitas variam de acordo com as marcas, o que significa que a proteína, açúcar e ingredientes adicionados podem ter alterações significativas.

O que é o iogurte grego?

Tradicionalmente , iogurte grego é feito atráves da remoção do soro de leite (o líquido remanescente após o leite coalhado). O resultado final é um iogurte mais sólido com menos açúcar, menos carboidratos, e mais proteína em comparação com iogurte regular. Segundo a nutricionista Tatiana Hirooka, o iogurte grego “é considerado um produto intermediário entre os leites fermentados tradicionais e os queijos não maturados com alto teor de umidade como o boursin, quark ou petit suisse.”

Como ele é feito?

A fabricação varia de acordo com cada fabricante. Pode ser por um processo industrial, que remove parte do soro do produto, ou pela adição de ingredientes como proteínas lácteas, creme de leite ou gomas naturais espessantes. Como resultado temos um iogurte mais espesso e cremoso com maior concentração de sólidos totais, proteínas e gordura.

Iogurte grego versus iogurte regular

Segundo explica Tatiana, a principal diferença entre o iogurte grego e tradicional está na textura mais firme e cremosa que tem papel fundamental na qualidade do produto final. A quantidade de proteína, gordura, sódio, cálcio, açúcar e lactose vai depender muito do processo de fabricação do produto.

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Outra diferença entre o iogurte grego e o iogurte regular é a remoção do soro de leite (a parte aquosa do leite que permanece quando o leite é coalhado). Quando o soro do leite é removido existe uma quantidade menor de açúcar, carboidratos e proteína em comparação com iogurte regular.

Confira alguns mitos mais comuns sobre os iogurtes gregos e veja dicas para escolher a melhor opção para o consumo.

MITO 1: Todo iogurte grego é feito da mesma maneira

O iogurte grego obtém sua consistência cremosa e quantidade maior de proteína durante o processo de deformação. No entanto, algumas marcas pulam a deformação e adicionam agentes de espessamento (amido de milho modificado, carragenina, ou goma de guar), assim como ingredientes de reforço de proteínas (proteína do leite ou soro de leite concentrados) para imitar a textura rica e o alto teor de proteína.

Não existem regras claras do que pode ou não ser considerado iogurte grego. Como a produção do iogurte grego exige alguns equipamentos e processos caros e demorados, algumas empresas não produzem o alimento da maneira tradicional e adicionam ingredientes ou alteram o processo de como o iogurte é feito. Como não existe regulamentação, o nome “grego” tem sido adicionado sem critérios.

A nutricionista Tatiana Hirooka explica que na Europa e Estados Unidos o iogurte grego passa por vários processos de filtração, resultando em uma quantidade maior de proteínas e menor de gordura. No Brasil, o principal objetivo é caprichar na textura: “para isto, são adicionados ingredientes como creme de leite, leite integral, açúcar e gelatina resultando em um produto altamente calórico” afirma.

MITO 2: Iogurte Grego é um alimento altamente proteico

A propaganda do produto muitas vezes afirma que o iogurte grego contém o dobro da proteína quando comprado à um iogurte regular (polpa). Novamente essa afirmação é um mito pois não são todos os iogurtes gregos que contêm uma quantidade de proteínas tão significativa. Eles contêm sim uma quantidade superior de proteínas, mas não necessariamente o dobro. O processo de fabricação do iogurte é determinante para a quantidade.

MITO 3: Iogurte grego é uma opção vegetariana

Essa regra não é válida para todas as marcas! Algumas opções são acrescidas de gelatina, por exemplo, que é proveniente do colágeno obtido a partir de vários subprodutos animais. Isso não é um problema para as pessoas que consomem carne, mas pode ser para lacto-vegetarianos que consomem leite, queijo e iogurte.

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Além disso, algumas marcas usam uma substância chamada carmim, um corante natural derivado do corpo dos besouros que dá ao iogurte um sabor de morango e uma tonalidade rosa.

MITO 4: Iogurte Grego com sabor é tão saudável quanto o iogurte grego natural

Sua primeira escolha deve ser sempre o iogurte grego simples. Se você quiser adoçá-lo levemente, opte por pedaços de fruta fresca ou um fiozinho de mel. Isso porque o iogurte grego com sabor tende a conter uma quantidade de açúcar alta, em torno de 15 a 25 gramas por porção.

MITO 5: Frozen pode ser considerado um iogurte grego

Frozen e iogurte grego não são a mesma coisa. Embora tenham o mesmo número de calorias e gorduras por porção, o frozen contém tipicamente mais açúcar e muito menos proteína do que o tradicional iogurte grego.

Como acertar na escolha

Foto: Thinkstock

Para garantir que você está comendo um verdadeiro iogurte grego é importante ler o rótulo do produto. Os principais ingredientes devem ser leite e probióticos. Itens como soro de leite, espessantes, amido de milho modificado, creme de leite e gelatina devem ser totalmente evitados. Tatiana orienta: “existem muitas diferenças entre as marcas, especialmente em relação ao teor de proteína, gordura saturada, sódio, calorias e cálcio por porção.”

Vale lembrar que o iogurte deve fazer parte da alimentação diária, pois segundo Tatiana, é uma fonte de proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas e carboidratos. Este alimento pode trazer benefícios ao organismo: facilita a digestão de proteínas; melhora a absorção de cálcio, fósforo e vitamina D; auxilia na manutenção da flora intestinal; tem 20 a 30% menos lactose do que o leite tradicional, sendo bem tolerado por intolerantes à lactose em grau leve. Mas é preciso cuidado com os ingredientes da composição. Alguns tem excesso de gorduras e ingredientes nada saudáveis: como creme de leite, amido de milho e soro de leite.

Abaixo está disponível a Tabela Nutricional de três tipos de iogurte – iogurte grego, iogurte comum (polpa), iogurte grego light – para você comparar os ingredientes, quantidade de carboidratos e gordura de cada tipo e escolher a sua opção. Para quem está de olho na balança, o light ainda é a melhor escolha.

Iogurte grego

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  • 100g do iogurte grego
  • Carboidratos – 15 g
  • Proteínas – 4,6g
  • Gorduras totais – 4g
  • Gorduras saturadas – 2,3g
  • Sódio – 75mg
  • Calorias – 113 kcal

Iogurte comum – polpa

  • 100g de iogurte de polpa
  • Carboidratos – 17g
  • Proteínas – 2,9g
  • Gorduras totais – 2,4g
  • Gorduras saturadas – 1,6g
  • Sódio – 36mg
  • Calorias – 95 kcal

Iogurte grego light

  • 100g de iogurte grego light
  • Carboidratos – 9,8g
  • Proteínas – 4,3g
  • Gorduras totais – 1,9g
  • Gorduras saturadas – 1,1g
  • Sódio – 58mg
  • Calorias – 73 kcal (versões de fruta) ou 78kcal (naturais)

As informações contidas nesta página têm caráter meramente informativo. Elas não substituem o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.

Jornalista formada pela Universidade Estadual de Londrina desde 2009. Casada há um ano e apaixonada por escrever sobre assuntos de saúde, casa, comportamento e noivas.